segunda-feira, 30 de abril de 2012

Teenage Dreams



Dia 25 de Abril de 2012. A banda americana Nada Surf colocava fogo em uma noite fria de São Paulo.

Esse texto provavelmente se chamaria Daniel Lorca, e seria um tributo ao baixista-figuraça do Nada Surf. Isso porque como dito no post anterior, eu iria presenciá-lo no show de sua banda. E lá fui eu, com minha namorada, ser o primeiro da fila do Cine Joia, a ainda-nova casa de shows que fica próxima à Av. Liberdade. Eu não gosto muito da ideia de fazer resenhas, mas durante o show estava amadurecendo ideias para esse post. Assim como no texto sobre o show do Kings of Convenience, queria fugir do usual, e resolvi que o tema seria o baixista da banda. Afinal, era um destaque de fato: tocava com uma vitalidade e energia única, conversava com o público sem o microfone, fazia diversas poses roqueiras enquanto tocava, e em momentos épicos, colocava um cigarrinho na boca durante a música, lembrando muito o Slash em sua fase áurea.
Sim, esse seria o meu post. Porém, veio o bis do Nada Surf. E daí pra frente, tudo mudou.

Primeiro, alguns fatos. Minha música favorita da banda é Popular, que não átoa, tem um post dedicado a ela nesse humilde blog. A música favorita da minha namorada é I Like What You Say. Em shows, raramente eles tocam Popular, por ser muito antiga, hit saturado, essas coisas. I Like What You Say, por sua vez, eles nunca tocam.
Quando a banda saiu pro bis, depois de um show bem animado, eu já tinha me conformado com a ausência de minha favorita na setlist. Mas minha namorada não. Sacou uma placa da bolsa, e pediu pra eu segurar, já que estávamos bem na cara de Matthew Caws, o mega-simpático-vocalista da banda. Caws voltou pro palco, e se dirigiu até a gente, agachando e afastando um pouco a placa que pedia I Like What You Say, dizendo pra nós algo como "olha, não vamos tocar essa música agora, mas depois do show eu posso tocar uma versão acustica pra vocês, ok?". Ficamos congelados, lembro-me de ter agradecido, e ele seguiu seu show.

Naquele momento eu já estava bem feliz, embora tivesse claro na minha cabeça que essa história de "tocar pra vocês depois do show" poderia ser mais algo que se fala da boca pra fora, do que uma promessa. Voltei minha atenção para o show.
E que bis fantástico! Talvez o melhor que eu já assisti. Muito em função de terem sido quatro músicas animadas pro público esgotar toda aquela energia que ainda restava no fim da noite, pulando e se esgoelando. Mas o principal, obviamente, veio nos primeiros acordes e dedilhados de... adivinhem? POPULAR, sim, eles tocaram minha favorita, para o meu êxtase espiritual!

Fim de show, aquela sensação já conhecida de "grande noite" com "gosto de quero mais" e "melancolia por ter acabado". Mas não tinha acabado. Notei uma movimentação diferente atrás de mim, uma galera se aglomerando, e quando vejo, SIM, Matthew Caws tinha saído por uma porta oculta e estava com um violão na mão tirando foto com todo mundo. Um violão na mão.......
Por mais inacreditável que parecia, era uma promessa. Matthew tocou I Like What You Say para os felizardos que não foram embora correndo do show. Devido ao pedido da minha namorada, ao nosso pedido. De quebra, conseguimos fotos e autógrafos com ele! Fãs realizados, como acontecem nos nossos sonhos adolescentes...

Desculpe, Daniel Lorca... Mas você perdeu seu post-tributo depois disso tudo!






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ps1: todas fotos do post foram tiradas por mim :)
ps2: desculpem se o texto saiu muito grande e muito pessoal, mas eu precisava de um registro disso tudo antes que as coisas comecem a escapar da minha memória
ps3: acessem as versões dos fatos contados pela minha namorada, no blog dela: Miniature Disasters