quarta-feira, 27 de julho de 2011

Radiohead - Lucky


Devo trocar o nome do blog para "Song Sweet Radiohead Song", sim? Por que não?

Uma vez mais, El Cabeza de Rádio no blog. E logo depois de falar de um clássico do Smashing Pumpkins, vamos retomar ao maior clássico do Radiohead, o álbum OK COMPUTER. Clássico é bom e todo mundo gosta.

Acompanhe comigo; do Ok Computer já temos posts sobre Karma Police e No Surprises, duas canções muito famosas, ousaria dizer que são as MAIS famosas da banda, que lançou um ótimo álbum esse ano, mas dados estatísticos de sites como o Last.fm indicam que Karma Police segue sendo a mais ouvida deles, mesmo sendo de 1997.
Em um fórum de Radiohead me pediram para falar de mais músicas do OkC. Alguns sugeriram Paranoid Android, mas resolvi falar sobre um coadjuvante do cd, já que a sugerida divide os refletores com as outras músicas citadas como uma das principais deles. Escolhi então a viajante LUCKY.

Lucky, uma vez mais, é uma música com letra difícil, que chega a ter interpretações opostas. Uma delas diz que é a canção mais otimista de Thom Yorke, e outra diz que a cada momento que o 'narrador' diz algo bom ele está sendo irônico. Fato é que são diversas frases soltas compondo a música, como "Sarah, me mate de amor", ou "hoje será um dia de glória" ou "me tire da queda do avião". E fica mais difícil saber do que se trata quando você vê a entrevista de Thom sobre Lucky: "as melhores obras dos artistas são aquelas que o resultado final não diz nada daquilo que o artista gostaria de dizer". Ou seja, nem o Thom deve saber se é uma letra de fato feliz.
Mas podemos afirmar, pelo menos, algo sobre a melodia: esta sim é muito triste e bonita. Do jeito que eu gosto (e imagino que alguns leitores também). No refrão vem o auge da melodia, uma guitarra surge ao fundo em um belo riff e torna o clima desesperador, junto com o pedido do vocalista para ser retirado do avião. Aliás, há uma interpretação que diz que o eu-lírico é um terrorista, já que a letra envolve queda de avião, dia glorioso, pedido de morte... Hahaha, que bobagem!

A grande curiosidade da música é que, dentre as frases soltas, há: "O chefe de estado me chamou, mas eu não tenho tempo para ele". Certo dia de 2005, oito anos após o lançamento do cd, Tony Blair - o primeiro ministro britânico - convidou Thom Yorke para participar de uma discussão sobre o aquecimento global. Adivinhem? Ele recusou! Thom disse que Blair não tinha credenciais para falar sobre o meio ambiente...
Grande Thomas!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

The Smashing Pumpkins - Disarm


Hoje um clássico aqui no blog: The Smashing Pumpkins!

Certo, todo mundo deve conhecer a banda de Billy Corgan, sim? Então aparentemente não faz sentido indicá-la em um blog de recomendações. Mas vale dizer que grande parte das pessoas conhece uma ou outra música do Smashing, excluindo obviamente os fãs - que obviamente conhecem muito mais dessa grande banda que viveu seu auge na década retrasada. Para o primeiro grupo, esse post pode valer a pena.

DISARM faz parte do segundo álbum da banda (que se formou em Chicago por volta de 1990). SIAMESE DREAM foi lançado em 1993, contendo clássicos como Cherub Rock e Today. Foi quando o Smashing Pumpkins se arriscou em músicas mais melódicas do que o seu primeiro álbum (mais roqueiro, mais pesado), chamado Gish, e foi também quando eles conseguiram alcançar mais fama, prestígio, dinheiro, ...

Quando se trata de Smashing Pumpkins eu poderia falar sobre uma gama de assuntos: sobre o ego gigantesco de Billy Corgan, ou de como os caras foram importante na década de 90, ou de como hoje em dia infelizmente se tornaram apenas uma banda supérflua para o rock (em verdade Billy desfez e refez a banda, sendo o único remanescente da original que fez sucesso. Mas a criatividade parece ter sido deixada para trás junto com os ex-companheiros de banda). Mas o assunto será de fato Disarm, uma obra que retrata o lado melancólico e, por que não, genial dos esmagadores de abóboras.

Disarm tem sua base em um violão bem trabalhado e triste, e segundo Billy Corgan, é uma melodia bonita que vai contra a idéia inicial que era escrever uma canção violenta. Sim, em entrevista Corgan revelou que a música é uma reação aos pais dele, que teriam de alguma forma estragado com sua infância. Em uma breve pesquisada você descobre que seus pais brigavam muito, chegaram ao divórcio, e Corgan e seus irmãos foram maltratados pela madrasta. Provavelmente ele queria escrever uma canção de revolta e mágoas. Mas acabou concluindo que a melhor reação contra essa infância perturbada seria escrever algo mais singelo que pudesse rebater com ternura os maltratos que teria sofrido dos pais. E como diz a própria letra, Corgan resolveu desarmá-los com um sorriso.

Embora a letra seja pessoal e de difícil interpretação (nessa mesma entrevista Billy Corgan confessou que dificilmente irão entender o que ele dizia na letra já que foi baseado no que ele viveu, em situações muito específicas), é difícil não gostar da música. Todos os meus amigos que conhecem e gostam de Smashing Pumpkins colocam Disarm entre as melhores. E se você não conhecia essa, espero que tenha sido uma boa recomendação, porque apesar dos Pumpkins atuais serem apenas sombras do que foram no passado, há muita coisa boa para se resgatar deles.