quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TOP 5 - Os Melhores de 2011

É uma tradição de fim de ano entre os blogs de música. E eu fugi dela no ano anterior.
Com uma ideia de manter o blog apenas como um banco de dados de análises e recomendações, eu não criei uma lista com as melhores de 2010.
Mas nossas idéias mudam, e resolvi fazer o blog um pouco mais maleável para o ano que vem, com posts mais diversos, desde que estejam tratando de música, recomendações, etc.

Por isso esse ano encarei a ideia de fazer uma lista, e eis o top 5 das minhas músicas e álbuns internacionais favoritos de 2011! Ah, esse ano resolvi também que iria olhar com mais carinho para as produções nacionais, e estou conhecendo muita coisa boa. Para não abandonar o Brasilzão aqui no blog, eu, Gabriel Pozzi, convidei a queridíssima Gabriela Petrucci – do blog Psiquê Cotidiana – para montar um top 5 dos melhores álbuns nacionais de 2011.

Espero que gostem! Mandem nos comentários as SUAS favoritas! ^^


TOP 5 – OS MELHORES ÁLBUNS IN
TERNACIONAIS

5º – Death Cab for Cutie – Codes and Keys



4º – Bon Iver – Bon Iver


3º – Radiohead – The King of Limbs


2º – Foo Fighters – Wasting Light


1º – Cold War Kids – Mine is Yours

Dando aquela espiada nas listas de blogs bacanas, é engraçado notar como ninguém se lembrou de Cold War Kids. Será que o fato do terceiro álbum da banda ter saído em Janeiro fez com que se esquecessem deles pra montar a lista 11 meses depois? Ou será que só eu considerei o álbum fantástico a ponto de escolhê-lo como o melhor de 2011? A verdade é que Cold War Kids tem aquela fórmula encantadora de criar músicas que grudam na sua cabeça, sem que isso seja irritante ou desagradável. Pelo contrário, quando você se pega cantando alguma música deles há aquele momento “Oh, Cold War, que bom te ouvir de novo por aqui na minha mente”. Tudo que me fascinou no disco de estréia “Robbers and Cowards” esta em Mine is Yours, o meu álbum favorito de 2011!

É preciso deixar claro que vejo Wasting Light, do Foo Fighters, como o álbum mais influente do ano, afinal, Dave Grohl é uma espécie de soberano no rock dos dias de hoje, e quaisquer movimentos seus está sendo observado por todo o mundo, que aguardou, escutou e adorou o novo álbum do Foo Fighters. Um pouco impossível não gostar...

Quanto à Radiohead, eu tentei evitar, mas cá estão eles com The King of Limbs na terceira melhor posição. Bem, tentem ver pelo meu lado: é minha banda favorita, ouvi o álbum um milhão de vezes, adorei todas as músicas... Seria impossível deixá-los de fora dessa lista, com esse lindo disco quase-dubstep da banda!

Por fim, Bon Iver e Death Cab for Cutie fecham a lista. Ambos se assemelham em um sentido: criei fortes expectativas com os álbuns deles, e estas foram muito bem supridas. Bon Iver passou pelo desafio do segundo álbum com maestria, e sua obra homônima conquistou todos seus ouvintes com facilidade. E Death Cab for Cutie, com Codes and Keys, fez algo na linhagem de seus dois últimos álbuns, sem deixar pequenas inovações de lado, criando um álbum que repete a fórmula dos anteriores, sem se tornar mais do mesmo. Merecido quinto lugar.


TOP 5 – AS MELHORES MÚSICAS INTERNACIONAIS

5º – Death Cab for Cutie – You’re a Tourist



4º – Adele – Someone Like You



3º – Coldplay – Every Teardrop is a Waterfall



2º – Radiohead – Bloom



1º – Foster the People – Pumped Up Kicks


Dessa vez, não tem como disputar. Foster the People levou fácil esse primeiro lugar. Vale ressaltar que é muito difícil para uma banda que acabou de lançar seu primeiro álbum sair por aí estrelando na lista de melhores de vários blogs. Sim, não fui o único que coloquei Pumped Up Kicks no topo da lista. Mais do que estar em listas, o Foster the People está entre os mais premiados e cobiçados artistas para festivais e apresentações mundo afora. Vide nosso Brasilzão, que já sugou a banda para o Lollapalooza em abril do próximo ano. E o carro chefe desse sucesso é Pumped Up Kicks, que ficou entre as mais ouvidas do ano em diversos países tradicionais, como Estados Unidos e Inglaterra. Sem contar os inúmeros covers de artistas renomados, como The Kooks, Weezer, Panic! at the Disco...

Bloom, do Radiohead, é a única música desse top 5 que não foi escolhida como carro chefe para seu disco, mas posso garantir que ela é a mais incrível do cd! Apesar de The King of Limbs não ter sido uma unanimidade entre os fãs de Radiohead, Bloom foi vista por todos como uma das melhores composições da banda nos últimos anos.

E se o Coldplay resolveu assumir sua nova sonoridade, mais popularzinha, mais felizinha, mais guitarrinha e tudo mais, a gente tem que se adaptar a eles, certo? Bem, não é assim que todos pensam, mas foi olhando por esse ponto que eu deixei de rejeitar as inovações da banda de Chris Martin, e coloquei Every Teardrop is a Waterfall entre as melhores do ano. Eles podem não retomar aos clássicos dos dois primeiros álbuns, mas continuam com muita qualidade!

Adele cumpre um pouco de tabela, e mostra que não sou tão clubista assim com a galera indie (ou sou?). A verdade é que não consigo gostar de cantorar pops, de forma alguma, e Adele foi uma luz no fim do túnel, representando a única cantora pop que ganhou meu respeito nos últimos, sei lá, 20 anos? Fato é que Someone Like You toca em qualquer lugar que você vá, é bonita, agradável, merece estar figurando entre as melhores do ano.

Por fim, Death Cab for Cutie encerra a lista DE NOVO. Seu carro chefe, You Are a Tourist é de uma inspiração tremenda, desde o baixo até as guitarras agudas e marcantes, elevando o humor de quem a ouve, sem sombras de dúvida.

~~ com a palavra, Gabriela Petrucci!
Depois de muitos meses discutindo e apresentando bandas nacionais pro Pozzi, tive a honra de ser convidada para fazer um TOP 5 dos melhores discos de bandas independentes nacionais. Que fique claro que eu sou leiga e não entendo nadinha de música, mas tenho bom gosto.
Lá vamos nós:


TOP 5 – OS MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS

5º – Los Porongas – O Segundo Depois do Silêncio


4º – Pélico – Que Isso Fique Entre Nós



3º – Cícero – Canções de Apartamento



2º – Apanhador Só – Acústico Sucateiro



1º – O Teatro Mágico – A Sociedade do Espetáculo


Como já sugere o título do álbum, referência à obra homônima de Guy Debord, este trabalho d’O Teatro Mágico traz muitas críticas sociais, mas sem perder o romantismo, é o caso, por exemplo, da música Fiz Uma Canção Pra Ela, que traz uma declaração de amor sem subjugar a mulher.
O disco traz, também, uma musicalidade diferente - que em primeiro momento pode soar até um pouco estranho aos que não estão acostumados – incorporando elementos de diversos estilos musicais, como o funk, no caso de O Novo Testamento, e música gaúcha, Canção da Terra, música que demonstra o apoio da trupe ao Movimento Sem Terra.

Seguindo a linha das musicalidades mais exóticas, o disco Acústico Sucateiro, da banda gaúcha Apanhador Só, traz versões acústicas do disco anterior, que leva o nome da banda. A ideia da banda é incorporar “instrumentos” caseiros, como sacola plástica, nas apresentações acústicas, que geralmente acontecem em lugares menores.

Enquanto o Acústico Sucateiro e A Sociedade do Espetáculo buscam uma musicalidade diferente através da apropriação de outros elementos, o cantor Pélico se diferencia pela simplicidade de suas canções, que são mais suaves e brincam com as palavras.

Em contraposição aos três álbuns já citados, Canções de Apartamento e O Segundo Depois do Silêncio trazem estilos mais tradicionais, o primeiro com uma bossa-nova cheia de influências, com músicas mais românticas. O segundo é um rock mais convencional, com letras que refletem sobre o silêncio, nos causando a impressão de que a banda procura preenchê-lo com sua música.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Kings of Silence


No último dia 08 de dezembro, a dupla Kings of Convenience fez uma apresentação em uma casa de shows de São Paulo. E foi polêmica!

Na única vez que falei sobre esta dupla norueguesa aqui, como uma premonição, eu disse que eu estava confirmado no show deles antes mesmo da banda pensar na América do Sul. Uma semana depois, a página do facebook do Kings of Convenience anunciava shows no Brasil em dezembro! Ótimo! Eu não perderia por nada!
Depois de comprar um dos ingressos disputadíssimos, aguardei com as melhores expectativas o show, tal como o grupo de amigos que me acompanhou. E ela não foi exatamente o esperado...

Não, eu não estou decepcionado com a apresentação! Vamos aos fatos: a dupla é formada por Erlend Øye e Eirik Bøe, duas figuras estranhas e engraçadas, que mostraram seu lado "sorrisos e piadas" rapidamente, como o imaginado, mas mostraram também um lado de impaciência e incompreensão; em verdade, praticamente no final de todas as músicas, Erlend reclamava do barulho da platéia. Às vezes com piadinhas ("O silêncio é o terceiro membro do Kings of Convenience"), às vezes com rispidez ("Vocês não conseguem ficar quieto?"), o que poderia ter sido algo natural, mas virou algo marcante sobre esse show, pois diversas discussões surgiram à partir disso.

O interessante é ver que, nos comentários pós-show que acompanhei nas redes sociais, houve uma clara divisão em duas opiniões:
1. "Brasileiro não sabe se comportar, não entende que o show é intimista, que precisa de silêncio total pra tudo dar certo, e a banda tem todo o direito de chamar atenção sequencialmente"
2. "Erlend não sabe lidar com o público! No Brasil o público é diferente do europeu, é acalorado, gosta de pular, cantar, e estava lá para se divertir, mas a dupla criou um clima de repressão que impediu isso"

Bem, é engraçado notar que no fundo, ambas opiniões tem razão, afinal, em uma apresentação feita integralmente sob dois violões, e em um lugar cuja acústica não é grande coisa, o silêncio se torna necessário. No entanto, a obsessão por silêncio e as diversas broncas, foram derrubando a excitação local de estar diante do Kings of Convenience, e aparentemente Erlend não compreendeu isso.

Minha opinião: quando digo "Erlend", e não "a banda", é justamente porque ele é o que mais aparentava estar incomodado. Eirik pediu silêncio também, mas estava muito mais bem humorado, e tomou cuidado para não bancar de chato, conversando e brincando muito mais do que se preocupando com barulhos de garrafas que vinham do bar no mezanino. Erlend não tomou esse cuidado. Creio que ele estava sim no seu direito de pedir silêncio, mas às vezes ele agia absurdamente; por exemplo, quando tapava os ouvidos quando o público aplaudia efusivamente ao final de suas músicas! Ou então, ao pedir que parassem de acompanhar as canções com palminhas, permitindo apenas estalar os dedos. No auge, reclamou com a platéia quando poucos estavam acompanhando um difícil coro de "aaaaaaah" e "ooooooh": "Certo, vocês não conseguem fazer silêncio, não sabem cantar, nem estalar os dedos... estou decepcionado". Muitos foram embora nesse momento.

No final, as coisas melhoraram nesse sentido. Erlend começou a deixar de se importar com ruídos mínimos, e começou a aproveitar o show junto com a gente. Eirik, que até parecia constrangido com algumas colocações do amigo, mostrou-se feliz de estar lá, cantou "Corcovado" em português, tocou uma música a pedido de alguém na fileira da frente, e pareceu ter compreendido melhor o que é uma apresentação no Brasil.
(Prova dessa melhora é que, aparentemente, no show seguinte feito no Rio de Janeiro a dupla estimulou o barulho, pediu que batessem palmas e cantassem alto as músicas).

Por fim, musicalmente, o show foi impecável. Impressionante como tocam e cantam bem. Faltou o terceiro membro do grupo, o silêncio, talvez tenha faltado o quarto, o carisma do Erlend, mas não faltaram qualidade e perfeição na execução de suas canções. Como praticamente 100% de suas músicas são maravilhosas, nem precisava se preocupar quanto ao setlist. Era apenas admirar e se encantar com tamanha competência. No fundo, é o que importa para o show. Afinal, se essas atitudes acabassem com o show, Oasis não teria conquistado um fã se quer no mundo!

Ah, mais uma coisa: na última música, Erlend falou comigo! Sério. Olhou pra mim e me pediu uma palheta. O que é triste, porque eu entendi tudo o que eles falaram o show inteiro, MENOS no momento que ele falou comigo. Só entendi quando ele gesticulou, MAS VEJA BEM, por que eu teria uma palheta no bolso na hora do show? Eirik o cutucou no ombro e entregou uma das suas.
Até agora, eu não sei como se fala palheta em inglês.

***

ps: Isso não é uma resenha, é apenas uma visão minha dos fatos que aconteceram no Cine Jóia naquela noite. Espero que não tenha passado uma impressão ruim disso, porque foi excelente! After all, amei o show e a companhia! ;)
Se puderem, dêem suas opiniões! Apesar de não estarem lá, o que acham sobre isso tudo?