terça-feira, 31 de maio de 2011

Radiohead - Faust Arp


Muita gente que conhece pouco Radiohead acredita que todas suas músicas são repletas de complexidade e efeitos manipulados, o que torna quase impossível reproduzir uma canção deles, seja com uma banda ou sozinho. Hoje estou aqui para mudar a opinião dessas pessoas.

Em verdade, os dois primeiros álbuns da banda (Pablo Honey e The Bends) já são coletâneas de um Radiohead mais simplista. Guitarra, baixo, bateria, violão, a voz de Thom Yorke. Radiohead era uma boa banda de rock, mas não foram esses álbuns que fizeram seu nome. Claro, vale à pena ouvi-los, The Bends é um dos meus favoritos, e no blog temos um clássico do Pablito: Creep. Então você deve pensar "ok, mas sendo o início de carreira da banda, nada mais esperado do que fórmulas simples que a banda "abandonou" conforme foi adquirindo maturidade, sim?". Não exatamente. É óbvio que a partir do Ok Computer a banda foi se entregando aos elementos eletrônicos e foi adquirindo outras sonoridades mais difíceis, principalmente após o Kid A, chegando a um álbum praticamente de Dubstep, que foi esse último, o Kings of Limbs. No entanto, há canções simples e inspiradas nesses últimos álbuns também. No exemplo de hoje, a música FAUST ARP.

Faust Arp é do penúltimo álbum da banda, o já comentado aqui centenas de vezes, IN RAINBOWS. Lançado em 2008, aonde alguém pode pensar que a banda estava entregue à esses elementos eletrônicos e às canções irreproduzíveis. Mas então, dê play em Faust Arp. Um dedilhado de violão. Ou melhor, dois minutos de um belo dedilhado de violão. E Thom Yorke cantando por cima a aflição de estar preso a algo que ele não consegue mais aguentar. Quer mais simplicidade que isso? Não estou falando que é uma música fácil de tocar, veja bem, Elliott Smith praticamente só tinha músicas simples de violão e quem consegue tocar Elliott Smith é um gênio. Só estou dizendo que Faust Arp derruba muita gente que não imagina Radiohead fazendo uma música desse tipo, que provavelmente só tinha Fake Plastic Trees como exemplo.

A letra de Faust Arp fala sobre alguém que vive uma rotina ou um relacionamento que não está indo bem. Ele tenta prosseguir com essa vida ou pessoa, mas as coisas não estão dando certo, então procura uma saída para essa situação. Não é uma letra fácil, eu mesmo não compreendi se ele quer sair do trabalho, do país, da vida, ou de um casamento que seja. Se alguém quiser me ajudar, a letra está aqui.

E aí, gostou dessa face do Radiohead? Na minha opinião...... eu preciso mesmo falar a minha opinião?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Death Cab for Cutie - Marching Bands of Manhattan


Há pouco tempo eu falei de Death Cab for Cutie aqui no blog, há pouco tempo mesmo. E vou falar hoje de novo. Porque eles merecem.

Percebi que eu tinha feito uma certa injustiça com o quarteto de Seattle que eu tanto gosto... Nunca falei sobre o album PLANS, um dos melhores da banda! Veja bem, foram três posts sobre meu álbum favorito, o Transatlanticism, e um sobre o último álbum, o Narrow Stairs (Posts que você pode ler clicando aqui). Hoje chegou a hora de Plans, o quinto álbum.

Plans é um daqueles álbuns redondinhos que você consegue ouvir do começo ao fim sem ver a hora passar. De onze músicas que compoem o cd, sou fã declarado de oito. O que mais acho bacana é que há uma vibração no álbum que nenhuma música interrompe, e isso não quer dizer que as canções são parecidas, mas sim que dentro das diferenças elas conseguem se amarrar para fazer com que a audição seja mais agradável ainda. Tenho vários cds em casa e posso dizer que isso é raro, alguns dos meus favoritos não conseguem isso.

Essa boa vibração começa logo nos primeiros segundos do álbum, com a música inicial, MARCHING BANDS OF MANHATTAN, e podemos conversar sobre ela. Essa é uma daquelas canções com clima esperançoso, que se inicia como o sol raiando, e vai ganhando força como se o dia fosse avançando para o horário de pico, aonde as guitarras, os teclados, as baterias se encontram em um trânsito de música, que eu garanto, é bem melhor do que um trânsito de carros. Reparem como a melodia começa humilde, com um tecladinho alegre enquanto o Ben Gibbard canta que se pudesse abraçaria toda Manhattan por uma garota. E reparem como ela termina sob uma distorção arrepiante da guitarra, enquanto agora é cantado: "seu amor vai se afogar". Eu gosto desse tipo de música, que evolui em três ou quatro minutos. Gosto mesmo.

A letra fala, metaforicamente, sobre aquele momento que o rapaz quer dizer para a moça que faria tudo por ela, que com ela tudo seria mais bonito, que faria até uma "banda marchante" cantar o nome dela. Mas enquanto ele vive nessa dúvida de "falar ou não", sente que o amor dele está se afogando. Essa dúvida é um momento cruel para qualquer um mesmo.
Marching Bands of Manhattan te deixa empolgado, relaxado e pronto para encarar o Plans inteiro, que como garanti, sabe levar essa marca até os seus últimos segundos. Não há chance de decepcionar. Death Cab nunca decepciona.

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ps: perdoem pela ausência! estou em ano de vestibular, então às vezes não dá para deixar um tempinho pro blog! obrigado pelas visitas :)