segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Radiohead - Reckoner


Que o Radiohead lançou um album novo no último dia 18 de fevereiro, todo mundo já sabe, o já-querido The King of Limbs. Mas não é sobre o disco novo o assunto de hoje. Vamos retomar o já anfitrião do blog: IN RAINBOWS, o sétimo album dos cabeças-de-rádio.

Quando falei dessa obra, lá pelo fim de 2009 (com os posts sobre Nude e All I Need), comentei muito da minha percepção pessoal sobre o álbum, além da recepção do público. Melancólico como sempre, In Rainbows é carregado de emoções, desde o som do baixo repleto de beleza, aos falsetes de Thom Yorke, às metáforas e letras depressivas, enfim. Muita gente, por compará-lo com álbuns anteriores do Radiohead (como Ok Computer), o desprezava, mas como eu afirmei, é um álbum incrível que tem toda a vitalidade de uma banda no seu auge, e estamos falando do sétimo trabalho da banda, já bem veterana, portanto.
Hoje retomo a discussão sobre o In Rainbows trazendo como trilha a música bem ritmada, meio “deprê-alegre”, meio "não sei se danço ou choro", RECKONER. Certo dia em um fórum, um rapaz chamado Carlos Farias complementou muito bem minha ideia do álbum. Disse que teve a impressão de um Radiohead muito a vontade para criar o álbum, aonde as composições são muito orgânicas e tem suas influências bem deglutidas (citou soul, música africana), além de não ter partes específicas de rock ou de eletrônico, ou seja o que for, é simplesmente Radiohead.

Vejo que Reckoner ilustra perfeitamente isso. "Não sei se danço ou choro" pode ser vista como uma brincadeira minha, mas é uma sensação que a canção realmente causa. O baixo leva a música para um lado mais dançante enquanto o vocalista traz uma lamentação na voz, principalmente quando a marcante percussão dá uma pausa e Thom Yorke sussurra sua fala enquanto segundas vozes falam um quase imperceptível "In Rainbows" ao fundo, no clímax da música. A música não é rock, não é dubstep, não é jazz, não é rotulável. É Radiohead.

O desafio do dia é conseguir ouvir as segundas vozes fazendo um coro dizendo "In Rainbows" na parte que eu disse. Eu demorei um pouco pra ouvir. Uns dois anos, talvez.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lifehouse - Sick Cycle Carousel


Porque chega uma hora que você cansa de correr atrás de uma pessoa que você gosta, não é?

Uma vez mais, Lifehouse no blog. Se você gosta, excelente, espero que esteja gostando dos textos sobre a banda. Se você não gosta, já deve ter se enchido de tanto Lifehouse. E abandonado o blog, talvez.
Mas indo ao que importa, na primeira vez que falei de Lifehouse eu disse que eles faziam a trilha sonora da minha vida. Mais recentemente, isso parou, comecei a namorar há um ano e cinco meses (uma gatinha linda) e o Lifehouse continuou na fase "não me chute, eu amo você". Por isso esse post é um ode ao passado, e pode de repente ajudar pessoas como essa canção me ajudou em certa época da vida.
Porque a gente tem a necessidade de se agarrar a pensamentos alheios para ver se outras pessoas já viveram sua situação, e assim provar que alguém te compreende nesse mundinho. Há muita gente que busca frases famosas de escritores, outras que encontram apoio em filmes, e alguns como eu acham o que precisam na música. Eu estava em uma época que, como dito no início do post, não aguentava mais correr atrás de alguém que me ignorava, não me valorizava em nada. Então veio Lifehouse.

"Tentei seguir seus passos, tentei ir atrás de você, tentei ver quão perto do chão eu poderia me aproximar". Em verdade, todos que já se apaixonaram e não foram correspondidos sabem qual é essa sensação que o Lifehouse descreve. É um tanto triste, e depois de muito tempo quando isso já passou a gente chega até a se envergonhar por ter vivido essa situação. Mas não precisa ter vergonha. Essa experiência é um mal necessário, vamos assim dizer. Todos que superam isso se sentem mais fortes, mais maduros, mais experientes, dificilmente deixam de aprender com os erros, e cada vez mais ficam prontos para uma relação com o amor da vida, enfim.
O problema é saber sair dessa situação ruim, que o Lifehouse chama de SICK CYCLE CAROUSEL, algo como "Ciclo Vicioso Doentio", o título da música de hoje. A melodia é tipicamente da banda, dedilhado de violão, uma guitarra marcante (como falada nesse post), e a voz rouca de Jason Wade cantando com muita emoção. E essa canção me ajudou principalmente com uma frase do refrão: "E quando isso irá chegar ao fim? Continua girando, e sei que não vai parar até que eu desça daqui para meu próprio bem". Foi quando eu percebi que esse era o limite, e que já estava me fazendo mal há um bom tempo. Percebi que nunca seria feliz com a pessoa, mesmo que as coisas começassem a dar certo, afinal, tudo foi construído em cima de muitos erros. Para terminar o combo, juntei Sick Cycle Carousel com Not Meant to Be do TOAD e concluí: Isso nunca vai dar certo.

Claro que, falando de Lifehouse, sempre há a interpretação gospel. Dizem que o Ciclo Vicioso é o ciclo de pecados, do qual o vocalista não quer mais participar. Mas como sempre, vai de cada um, o importante é curtir o som! E se alguém se identificar, espero que isso tudo possa ter ajudado de alguma :)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Coldplay - Yellow


Look how they shine for yoooooooou....

Da última vez que falei de Coldplay discuti sobre um certo dilema, ou as pessoas amam ou odeiam Coldplay. Até que fui bem surpreendido por um bom número de quem dizia ser indiferente, e entre amar e odiar, mais pessoas ficaram do lado positivo pra banda de Chris Martin. Apesar de ter sido o post mais comentado e um dos mais visualizados do blog (o "mais-mais" é First Time, do Lifehouse), hoje não vamos falar sobre esse assunto e vamos retomar o primeiro post, aonde eu falei sobre a origem do Coldplay, e a primeira música do primeiro álbum. Caso alguém tenha lido, deve lembrar que eu falei sobre como Coldplay produzia canções incrivelmente simples e ótimas. Tentando seguir uma cronologia para a banda, hoje vamos comentar sobre o primeiro hit deles, a querida YELLOW.
Segundo single da história do Coldplay (seguido de Shiver), Yellow tem força até hoje. Nos shows da banda, costuma ser um ponto alto, um pouco por causa das bolas infláveis que são liberadas no meio do público, mas muito porque é uma canção marcante. Seguindo a linha do post sobre o Don't Panic, Yellow também é extremamente simplista; a letra é a básica de amor: "as estrelas brilham para você", "eu escrevi essa canção para você", "você sabe que eu te amo muito", [...]. Para muitos é um ponto negativo, uma falta de originalidade, um motivo para crítica. Mas na minha concepção, às vezes quando abrimos nossos sentimentos para quem nós gostamos, podemos até enfeitar, falar palavras bonitas, criar metáforas, mas tudo o que queremos dizer é "por você eu daria minha vida", e esse é o ponto de Chris Martin, deixar de lado qualquer subliminaridade e dizer "eu gosto de você". Ponto.

Yellow tem uma base acústica de um violão que introduz a música e cresce em momentos chaves, enquanto uma guitarra surge para dar um fôlego na música que tem energia, vida própria e potencial trilha para um bobo-apaixonado. Por que se chama Yellow? As teorias são muitas, mas se vale o que o compositor falou, quando estava criando a música Chris encontrou uma lista telefônica no estúdio chamada "Yellow Pages" e resolveu roubar a palavra para a composição. Ainda disse que a canção poderia se chamar até mesmo "Playboy", caso fosse essa a revista que tivesse encontrado.
Eu pagaria pra ver.