quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TOP 5 - Os Melhores de 2011

É uma tradição de fim de ano entre os blogs de música. E eu fugi dela no ano anterior.
Com uma ideia de manter o blog apenas como um banco de dados de análises e recomendações, eu não criei uma lista com as melhores de 2010.
Mas nossas idéias mudam, e resolvi fazer o blog um pouco mais maleável para o ano que vem, com posts mais diversos, desde que estejam tratando de música, recomendações, etc.

Por isso esse ano encarei a ideia de fazer uma lista, e eis o top 5 das minhas músicas e álbuns internacionais favoritos de 2011! Ah, esse ano resolvi também que iria olhar com mais carinho para as produções nacionais, e estou conhecendo muita coisa boa. Para não abandonar o Brasilzão aqui no blog, eu, Gabriel Pozzi, convidei a queridíssima Gabriela Petrucci – do blog Psiquê Cotidiana – para montar um top 5 dos melhores álbuns nacionais de 2011.

Espero que gostem! Mandem nos comentários as SUAS favoritas! ^^


TOP 5 – OS MELHORES ÁLBUNS IN
TERNACIONAIS

5º – Death Cab for Cutie – Codes and Keys



4º – Bon Iver – Bon Iver


3º – Radiohead – The King of Limbs


2º – Foo Fighters – Wasting Light


1º – Cold War Kids – Mine is Yours

Dando aquela espiada nas listas de blogs bacanas, é engraçado notar como ninguém se lembrou de Cold War Kids. Será que o fato do terceiro álbum da banda ter saído em Janeiro fez com que se esquecessem deles pra montar a lista 11 meses depois? Ou será que só eu considerei o álbum fantástico a ponto de escolhê-lo como o melhor de 2011? A verdade é que Cold War Kids tem aquela fórmula encantadora de criar músicas que grudam na sua cabeça, sem que isso seja irritante ou desagradável. Pelo contrário, quando você se pega cantando alguma música deles há aquele momento “Oh, Cold War, que bom te ouvir de novo por aqui na minha mente”. Tudo que me fascinou no disco de estréia “Robbers and Cowards” esta em Mine is Yours, o meu álbum favorito de 2011!

É preciso deixar claro que vejo Wasting Light, do Foo Fighters, como o álbum mais influente do ano, afinal, Dave Grohl é uma espécie de soberano no rock dos dias de hoje, e quaisquer movimentos seus está sendo observado por todo o mundo, que aguardou, escutou e adorou o novo álbum do Foo Fighters. Um pouco impossível não gostar...

Quanto à Radiohead, eu tentei evitar, mas cá estão eles com The King of Limbs na terceira melhor posição. Bem, tentem ver pelo meu lado: é minha banda favorita, ouvi o álbum um milhão de vezes, adorei todas as músicas... Seria impossível deixá-los de fora dessa lista, com esse lindo disco quase-dubstep da banda!

Por fim, Bon Iver e Death Cab for Cutie fecham a lista. Ambos se assemelham em um sentido: criei fortes expectativas com os álbuns deles, e estas foram muito bem supridas. Bon Iver passou pelo desafio do segundo álbum com maestria, e sua obra homônima conquistou todos seus ouvintes com facilidade. E Death Cab for Cutie, com Codes and Keys, fez algo na linhagem de seus dois últimos álbuns, sem deixar pequenas inovações de lado, criando um álbum que repete a fórmula dos anteriores, sem se tornar mais do mesmo. Merecido quinto lugar.


TOP 5 – AS MELHORES MÚSICAS INTERNACIONAIS

5º – Death Cab for Cutie – You’re a Tourist



4º – Adele – Someone Like You



3º – Coldplay – Every Teardrop is a Waterfall



2º – Radiohead – Bloom



1º – Foster the People – Pumped Up Kicks


Dessa vez, não tem como disputar. Foster the People levou fácil esse primeiro lugar. Vale ressaltar que é muito difícil para uma banda que acabou de lançar seu primeiro álbum sair por aí estrelando na lista de melhores de vários blogs. Sim, não fui o único que coloquei Pumped Up Kicks no topo da lista. Mais do que estar em listas, o Foster the People está entre os mais premiados e cobiçados artistas para festivais e apresentações mundo afora. Vide nosso Brasilzão, que já sugou a banda para o Lollapalooza em abril do próximo ano. E o carro chefe desse sucesso é Pumped Up Kicks, que ficou entre as mais ouvidas do ano em diversos países tradicionais, como Estados Unidos e Inglaterra. Sem contar os inúmeros covers de artistas renomados, como The Kooks, Weezer, Panic! at the Disco...

Bloom, do Radiohead, é a única música desse top 5 que não foi escolhida como carro chefe para seu disco, mas posso garantir que ela é a mais incrível do cd! Apesar de The King of Limbs não ter sido uma unanimidade entre os fãs de Radiohead, Bloom foi vista por todos como uma das melhores composições da banda nos últimos anos.

E se o Coldplay resolveu assumir sua nova sonoridade, mais popularzinha, mais felizinha, mais guitarrinha e tudo mais, a gente tem que se adaptar a eles, certo? Bem, não é assim que todos pensam, mas foi olhando por esse ponto que eu deixei de rejeitar as inovações da banda de Chris Martin, e coloquei Every Teardrop is a Waterfall entre as melhores do ano. Eles podem não retomar aos clássicos dos dois primeiros álbuns, mas continuam com muita qualidade!

Adele cumpre um pouco de tabela, e mostra que não sou tão clubista assim com a galera indie (ou sou?). A verdade é que não consigo gostar de cantorar pops, de forma alguma, e Adele foi uma luz no fim do túnel, representando a única cantora pop que ganhou meu respeito nos últimos, sei lá, 20 anos? Fato é que Someone Like You toca em qualquer lugar que você vá, é bonita, agradável, merece estar figurando entre as melhores do ano.

Por fim, Death Cab for Cutie encerra a lista DE NOVO. Seu carro chefe, You Are a Tourist é de uma inspiração tremenda, desde o baixo até as guitarras agudas e marcantes, elevando o humor de quem a ouve, sem sombras de dúvida.

~~ com a palavra, Gabriela Petrucci!
Depois de muitos meses discutindo e apresentando bandas nacionais pro Pozzi, tive a honra de ser convidada para fazer um TOP 5 dos melhores discos de bandas independentes nacionais. Que fique claro que eu sou leiga e não entendo nadinha de música, mas tenho bom gosto.
Lá vamos nós:


TOP 5 – OS MELHORES ÁLBUNS NACIONAIS

5º – Los Porongas – O Segundo Depois do Silêncio


4º – Pélico – Que Isso Fique Entre Nós



3º – Cícero – Canções de Apartamento



2º – Apanhador Só – Acústico Sucateiro



1º – O Teatro Mágico – A Sociedade do Espetáculo


Como já sugere o título do álbum, referência à obra homônima de Guy Debord, este trabalho d’O Teatro Mágico traz muitas críticas sociais, mas sem perder o romantismo, é o caso, por exemplo, da música Fiz Uma Canção Pra Ela, que traz uma declaração de amor sem subjugar a mulher.
O disco traz, também, uma musicalidade diferente - que em primeiro momento pode soar até um pouco estranho aos que não estão acostumados – incorporando elementos de diversos estilos musicais, como o funk, no caso de O Novo Testamento, e música gaúcha, Canção da Terra, música que demonstra o apoio da trupe ao Movimento Sem Terra.

Seguindo a linha das musicalidades mais exóticas, o disco Acústico Sucateiro, da banda gaúcha Apanhador Só, traz versões acústicas do disco anterior, que leva o nome da banda. A ideia da banda é incorporar “instrumentos” caseiros, como sacola plástica, nas apresentações acústicas, que geralmente acontecem em lugares menores.

Enquanto o Acústico Sucateiro e A Sociedade do Espetáculo buscam uma musicalidade diferente através da apropriação de outros elementos, o cantor Pélico se diferencia pela simplicidade de suas canções, que são mais suaves e brincam com as palavras.

Em contraposição aos três álbuns já citados, Canções de Apartamento e O Segundo Depois do Silêncio trazem estilos mais tradicionais, o primeiro com uma bossa-nova cheia de influências, com músicas mais românticas. O segundo é um rock mais convencional, com letras que refletem sobre o silêncio, nos causando a impressão de que a banda procura preenchê-lo com sua música.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Kings of Silence


No último dia 08 de dezembro, a dupla Kings of Convenience fez uma apresentação em uma casa de shows de São Paulo. E foi polêmica!

Na única vez que falei sobre esta dupla norueguesa aqui, como uma premonição, eu disse que eu estava confirmado no show deles antes mesmo da banda pensar na América do Sul. Uma semana depois, a página do facebook do Kings of Convenience anunciava shows no Brasil em dezembro! Ótimo! Eu não perderia por nada!
Depois de comprar um dos ingressos disputadíssimos, aguardei com as melhores expectativas o show, tal como o grupo de amigos que me acompanhou. E ela não foi exatamente o esperado...

Não, eu não estou decepcionado com a apresentação! Vamos aos fatos: a dupla é formada por Erlend Øye e Eirik Bøe, duas figuras estranhas e engraçadas, que mostraram seu lado "sorrisos e piadas" rapidamente, como o imaginado, mas mostraram também um lado de impaciência e incompreensão; em verdade, praticamente no final de todas as músicas, Erlend reclamava do barulho da platéia. Às vezes com piadinhas ("O silêncio é o terceiro membro do Kings of Convenience"), às vezes com rispidez ("Vocês não conseguem ficar quieto?"), o que poderia ter sido algo natural, mas virou algo marcante sobre esse show, pois diversas discussões surgiram à partir disso.

O interessante é ver que, nos comentários pós-show que acompanhei nas redes sociais, houve uma clara divisão em duas opiniões:
1. "Brasileiro não sabe se comportar, não entende que o show é intimista, que precisa de silêncio total pra tudo dar certo, e a banda tem todo o direito de chamar atenção sequencialmente"
2. "Erlend não sabe lidar com o público! No Brasil o público é diferente do europeu, é acalorado, gosta de pular, cantar, e estava lá para se divertir, mas a dupla criou um clima de repressão que impediu isso"

Bem, é engraçado notar que no fundo, ambas opiniões tem razão, afinal, em uma apresentação feita integralmente sob dois violões, e em um lugar cuja acústica não é grande coisa, o silêncio se torna necessário. No entanto, a obsessão por silêncio e as diversas broncas, foram derrubando a excitação local de estar diante do Kings of Convenience, e aparentemente Erlend não compreendeu isso.

Minha opinião: quando digo "Erlend", e não "a banda", é justamente porque ele é o que mais aparentava estar incomodado. Eirik pediu silêncio também, mas estava muito mais bem humorado, e tomou cuidado para não bancar de chato, conversando e brincando muito mais do que se preocupando com barulhos de garrafas que vinham do bar no mezanino. Erlend não tomou esse cuidado. Creio que ele estava sim no seu direito de pedir silêncio, mas às vezes ele agia absurdamente; por exemplo, quando tapava os ouvidos quando o público aplaudia efusivamente ao final de suas músicas! Ou então, ao pedir que parassem de acompanhar as canções com palminhas, permitindo apenas estalar os dedos. No auge, reclamou com a platéia quando poucos estavam acompanhando um difícil coro de "aaaaaaah" e "ooooooh": "Certo, vocês não conseguem fazer silêncio, não sabem cantar, nem estalar os dedos... estou decepcionado". Muitos foram embora nesse momento.

No final, as coisas melhoraram nesse sentido. Erlend começou a deixar de se importar com ruídos mínimos, e começou a aproveitar o show junto com a gente. Eirik, que até parecia constrangido com algumas colocações do amigo, mostrou-se feliz de estar lá, cantou "Corcovado" em português, tocou uma música a pedido de alguém na fileira da frente, e pareceu ter compreendido melhor o que é uma apresentação no Brasil.
(Prova dessa melhora é que, aparentemente, no show seguinte feito no Rio de Janeiro a dupla estimulou o barulho, pediu que batessem palmas e cantassem alto as músicas).

Por fim, musicalmente, o show foi impecável. Impressionante como tocam e cantam bem. Faltou o terceiro membro do grupo, o silêncio, talvez tenha faltado o quarto, o carisma do Erlend, mas não faltaram qualidade e perfeição na execução de suas canções. Como praticamente 100% de suas músicas são maravilhosas, nem precisava se preocupar quanto ao setlist. Era apenas admirar e se encantar com tamanha competência. No fundo, é o que importa para o show. Afinal, se essas atitudes acabassem com o show, Oasis não teria conquistado um fã se quer no mundo!

Ah, mais uma coisa: na última música, Erlend falou comigo! Sério. Olhou pra mim e me pediu uma palheta. O que é triste, porque eu entendi tudo o que eles falaram o show inteiro, MENOS no momento que ele falou comigo. Só entendi quando ele gesticulou, MAS VEJA BEM, por que eu teria uma palheta no bolso na hora do show? Eirik o cutucou no ombro e entregou uma das suas.
Até agora, eu não sei como se fala palheta em inglês.

***

ps: Isso não é uma resenha, é apenas uma visão minha dos fatos que aconteceram no Cine Jóia naquela noite. Espero que não tenha passado uma impressão ruim disso, porque foi excelente! After all, amei o show e a companhia! ;)
Se puderem, dêem suas opiniões! Apesar de não estarem lá, o que acham sobre isso tudo?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Radiohead - Exit Music (For a Film)


Momento deprê no Song Sweet Song! :'(

Não, relaxem! Nada de mal anda acontecendo, a vida continua bela, e sempre há motivos para sorrir! Então, NÃO, eu não estou postando uma música bem depressiva por causa de algo pessoal. A questão é que eu já tenho quase dez músicas do Radiohead postadas no blog e ainda não falei sobre EXIT MUSIC (FOR A FILM), que para mim é uma das melhores da banda! E apesar de eu ter certeza que não é todo mundo que curte uma melodiazinha down, eu creio que uma hora eu teria que postar essa aqui, e será AGORA!

Engraçado. Muitas pessoas consideram The Smiths uma banda deprê (mesmo sendo aquela típica construção: melodia feliz com letra pra baixo). Certa vez minha namorada escreveu pra mim em uma mixtape de aniversário que "se você considera Smiths deprê é porque você já ouviu How Soon Is Now". O fato é que, pra mim, deveria ser a mesma coisa com Radiohead: se você já ouviu Exit Music, você os considera uma banda fossa! Mas não é assim, poucos conhecem essa música, e mesmo assim tem esse conceito sobre eles! Se você é uma dessas pessoas, quando você der play agora, meu amigo... você vai subir Radiohead em um nível no seu "Suicide Bands Ranking"!
Pois Radiohead é minha banda favorita (sério mesmo? nenhum leitor jamais percebeu isso no blog!). E considero Exit Music a mais fossa deles! Mesmo não sendo um expert, eu tenho parâmetros pra dizer isso, pelo menos, sim?

Certo, à música! Exit Music tem uma base em violão, com alguns sons naturais ao fundo, enquanto Thom Yorke canta os versos iniciais com uma voz em forma de lamento. Por pertencer ao Ok Computer, o violão acaba sendo atravessado por outros instrumentos mais eletrônicos, como distorções e efeitos barulhentos, que aparecem justamente em um momento que a música cresce, com bateria entrando, voz se intensificando, e tudo aquilo que cria na música um clímax, que é de arrepiar.
A letra pode ser vista como um casal pronto para fugir de casa juntos. Frases no início como "Acorde; se arrume; seque suas lágrimas; vamos escapar" nos leva a entender isso, além de dizer "antes que seu pai nos ouça e antes que o inferno exploda". Ou seja, é como se eles tivessem fugindo em uma relação ilegal, que vai contra a vontade do pai dela. Meio Romeu e Julieta. E narra alguns momentos um pouco desesperador, parecendo uma descrição de alguém que vive no frio da rua.
Por fim, é claro, no ápice da canção, algo mais agressivo, e a emblemática frase que encerra a música: "We hope that you choke"* (Esperamos que você fique sufocado), o que combina inteiramente com a música, já que nesse momento você está se sentindo sufocado de fato!

Apesar de o nome sugerir que essa seja uma canção de fim de filme, algo para os créditos, eu creio que combina com qualquer momento no auge dele; Aquela cena dramática, que explode em raiva, que normalmente torna o filme marcante. Pois para o Ok Computer, Exit Music é um desses momentos marcantes.


*a frase "We hope that you choke" está na contracapa do álbum Ok Computer, um pouco oculta, logo ao lado da inscrição "1=2". (!)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Death Cab for Cutie - I Will Follow You Into The Dark


Talvez não fosse o momento mais propício para postar uma música romântica do Death Cab for Cutie. Afinal, semana passada Ben Gibbard - o vocalista da banda - levou um pé na bunda da sua esposa, a não menos famosa Zooey Deschanel (parte feminina da dupla "She & Him", atriz principal da série "New Girl").
Mas toda hora é hora de Death Cab.

Aliás, se você conhece a banda, você conhece essa música. A mais famosa deles. I WILL FOLLOW YOU INTO THE DARK é romântica de fato, mas não do jeito... Bryan Adams, vamos assim dizer. Bom, se você sabe a primeira frase da canção, sabe do que eu estou falando. Algo como "meu amor, um dia você vai morrer, mas eu estarei logo atrás... Eu vou te seguir na escuridão".
Não é o que a gente costuma ouvir em serenatas, sim? haha

De qualquer forma, Ben passa sua mensagem de forma simples e direta: "I'll be there for you"; eu estarei sempre com você! Na vida, ou até mesmo, na morte. E para isso, a melodia também é simples e direta, com um violão acústico no estilo Iron & Wine (um folk-fofo), sem nenhum outro instrumento! Praticamente uma música solo do Ben. Sem tirar o mérito dos outros integrantes da banda, é claro, que provavelmente ajudaram na composição.
Mas talvez, o principal método da música para cativar os ouvintes seja essa forma objetiva que ela é apresentada, o que cria um universo bem interessante para o Death Cab for Cutie, que oscila entre canções super simbolistas, com metáforas e (muitas) palavras difíceis, a canções restritas ao som de um piano, ou no caso, de um violão.

Mas caso queiram entrar em uma discussão um pouco mais profunda, há um momento que Ben cita uma escola católica que ele frequentava na juventude. Ele diz que uma freira lhe contou que "o medo é o coração do amor", o que pode ser uma relação contida entre os católicos e a figura divina, onde estes temem um Deus que pune, para depois amá-lo fervorosamente. Ben diz na letra que depois que ouviu isso nunca mais voltou a essa escola, mas é difícil saber se isso significa que ele abandonou a religiosidade, pois ao mesmo tempo em que a música passa sinais de que sim (já que é dito lá que a alma da pessoa não vai nem pro céu nem pro inferno, e sim para a escuridão), há vários sinais de que Ben é uma pessoa possuidora de fé. O nome do álbum desta música, por exemplo, é um desses. "PLANS", nasceu de uma brincadeira que Ben Gibbard gostou de ouvir e sempre conta em suas entrevistas. "Como fazer Deus rir? Faça PLANOS", ele costuma dizer.
Funny!

domingo, 16 de outubro de 2011

The Kooks - I Want You Back


The Kooks é uma daquelas bandas folk-indie-rock que tem um som bem característico. A propósito, da última vez que falei deles (já faz um tempo), disse exatamente que eles representam um genérico, aquela banda pra você mandar para o amigo que te perguntar "mas o que é indie rock mesmo?".
Sempre com muita qualidade, raras vezes o The Kooks altera sua fórmula e cria uma música com uma atmosfera diferente. Mas I WANT YOU é uma dessas exceções!

Talvez pela temática da música, a banda resolveu dar um clima mais... sufocante à melodia! Algo que traz um pouco de solidão, embora não seja tão deprê assim quanto você está achando pela minha descrição! Dá um play então, e acompanha!
"I Want You" está no primeiro álbum dos Kooks, "Inside In/Inside Out", e fala sobre aquele momento difícil do fim de um relacionamento, onde uma das partes ainda gostaria de voltar ao namoro. É um momento complicado, ruim, que eu nem gosto muito de falar sobre, e como devem imaginar, acaba inspirando os artistas que gostam de falar sobre o amor. Creio que todo mundo já passou por esse momento (dificilmente você vai conhecer alguém que passará a vida com a primeira pessoa que gostou), e que não deixa de ser importante para a nossa vida, no processo de maturação e tudo mais... o problema é botar isso na cabeça na hora que você está enfrentando a situação!
Creio que, depois de passar por algumas experiências, o que eu poderia sugerir para alguém que está nessa é que você tem que encarar tudo como algo natural da vida e que, SIM, TENHA CERTEZA, tudo ficará bem! Um dia você irá perceber que tudo isso aconteceu para o seu bem (aparecerá até a típica frase "não era pra acontecer mesmo... estamos melhores do jeito que estamos hoje!"), e até se achará bobo(a) por ter sofrido tanto (embora seja inevitável). Segure a onda, você é capaz, e quando menos esperar, estará em outra, pronto para viver e se entregar novamente! Não tenha medo, não fique com trauma, deu errado uma vez, mas uma hora vai dar certo e vai valer a pena! ^^

Enquanto isso não acontece, curta The Kooks e sua música muito bem composta. Talvez sejam os acordes utilizados, ou a bateria em suas batidas duras e fortes, não importa, o fato é que eles reproduziram muito bem o clima de quem gostaria de ter alguém de volta. Mas olha, ouça a música sem sofrimentos, ok? Tenho certeza que o The Kooks quer muito mais que as pessoas se divirtam com suas canções do que entre em depressão, ou algo do tipo... hahaha

*ps: o nome da música é apenas “I Want You” mesmo, pelo menos é isso que está escrito na contracapa do cd que eu tenho... mas quando eu a baixei ela estava com esse nome, “I Want You Back”, e vários sites a tratam assim. Por costume, coloquei o "Back" no título ;)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

The Radio Dept. - Pet Grief


Sintonize-se com essa bateria, e vamos ouvir The Radio Dept.

Percebi que só falei uma vez aqui no blog dessa banda sueca (s2) que tanto adoro, e a única vez que falei foi sobre uma música instrumental. Então dessa vez eu apresento a vocês uma ótima canção, [super-bem] cantada, que provavelmente fará com que você olhe com mais carinho para essa desconhecida banda.

PET GRIEF, ou "dor de estimação" em português, é uma música que mostra, sonoramente, o melhor do Radio Dept.. A bateria, sempre um dos principais instrumentos deles, é o destaque de Pet Grief, carregando o ritmo até o fim em uma homogeneidade nem um pouco entediante, como poderia acontecer. Com aproximados 20 segundos, entra na música o sintetizador, que também contráriando às sugestões, adiciona-se como um elemento de calmaria e simpatia. Aliás, é exatamente isso que diferencia Radio Dept. de outras bandas do estilo Shoegaze: o sintetizador é melódico e calmo, deixando de lado um pouco da barulheira de costume. (Obviamente, eles também tem suas barulhentas, mas minhas favoritas são as do estilo Pet Grief). Por fim, tem o teclado, que entra mais para o final, cadenciando a canção e obrigando àqueles que a provaram a apertar "replay" quando a própria acabar.

Além do mais, a letra é ótima. Só pelo nome "dor de estimação" ela se torna interessante, não?
Fala sobre aquele momento que você vê um amigo, ou alguém que gosta muito, passando por um momento triste. Talvez você se identifique comigo ou até mesmo com o compositor da música; nessas horas, nossa maior vontade é ajudar tais pessoas, certo? Mas há momentos que não há quase nada que você possa fazer, a não ser se prestar a ouvir seu amigo e se mostrar à disposição dele. Pois é exatamente isso que está retratado em Pet Grief. Não átoa, a frase mais repetida da música é: "I'll shut my mouth for you, anything you want me to" ("eu calarei minha boca por você, qualquer coisa que você quiser de mim").

Por músicas como Pet Grief, The Radio Dept. pode ser considerado tanto do movimento Shoegaze quanto de Dream Pop, algo entre My Bloody Valentine e Beach House, o que é uma boa referência para quem conhece essas bandas. Mas para quem não conhece, tanto faz, o importante é ouvir Radio Dept. e tirar suas próprias conclusões, fazendo sua própria avaliação. E eu acredito que será a melhor possível.^^

domingo, 18 de setembro de 2011

Pinback - Loro


Dá um play e... relaxa!

Olá queridões, estamos no meio de setembro, entrando na reta final do ano, época que pra muita gente significa correria, estresse, e preocupações. Pelo menos para mim, estudante pro vestibular, o fim do ano significa a época das grandes provas e um momento que pode definir minha vida. Pra muita gente que trabalha, é o momento mais puxado do ano. E acabamos de passar pelo mês mais cansativo do ano, Agosto! Então, que tal dar uma relaxada com PINBACK?

Se você não conhece a dupla, corre ali do lado nos marcadores que eu já falei duas vezes sobre eles! Se você já conhece, deve saber o quanto são excelentes, e diferente do último post (do Sigur Rós) que eu tinha certeza que dividiria opiniões, esse aqui é implacável; ouviu, gostou! A não ser que você goste de uma barulheira, tipo um metal muito pesado, e tenha algo contra músicas mais "sussas"! Mas se for o caso, eu não faço ideia de como você veio parar nesse blog!

Well... LORO é uma música extremamente gostosa de se ouvir, principalmente pelos "da da da da da" que tem durante a música, que não são exatamente "da da da", mas se você ouvir a canção e encontrar uma onomatopéia melhor, pode mandar pelos comentários que eu tento trocar! haha Ela quase não possui letra, e são até engraçadas as várias interpretações que podemos encontrar, quase como Lucky, do Radiohead.
Basicamente diz sobre dois lados, duas pessoas, duas coisas, uma que se dá mal e outra que se dá bem. A interpretação mais coerente, a meu ver, é a que fala sobre um fim de um relacionamento. O lado que se dá mal diz adeus e nunca mais consegue encontrar alguém, enquanto o outro logo supera e vai conhecer novas pessoas. Além dos "da da da", a dupla repete os números 4 9 5 3 1 por boa parte da música, dando margem à loucura da galera. Dizem que naquele alfabeto numérico (a=1, b=2, etc) teríamos "die CA", algo como "morra California", só porque eles são de San Diego! Já dispensada pela dupla essa história. Há também quem diga que era o número astrológico do ano em que a música foi feita, e que esta fala sobre dois asteróides, um que se encontra com as pessoas e outro que entra em órbita e nunca mais vai conhecer alguém HAHAHA

E quanto a "Loro", o nome da música? Essa ninguém desvendou ainda. Em italiano, Loro significa "eles". Em português e espanhol, significa "papagaio" (rs). Em inglês, significa... nada! Então meu amigo, o jeito é fechar o olho e relaxar desse fim de ano sem se questionar quanto ao 49531, quanto ao papagaio, ou quanto aos asteróides que se separaram!! Apegue-se ao "da da da da" e saia cantando Pinback por aí, sussinha da vida :)

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amanhã é meu aniversário de namoro de 2 anos com minha gatinha linda! ^^
amo você, ♥

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sigur Rós - Fljótavík


Well, well... pra quem acompanha o blog sabe que já falei duas vezes sobre Sigur Rós, e sabe também o quanto eu acho a banda estranhamente maravilhosa, ou maravilhosamente estranha, acho que não faz diferença. O que eu não disse é que, dentre os cinco álbuns deles, há três que são meus destaques, meus favoritos, e eu já falei de uma música do Takk (Gong) e uma do Agaetis Byrjun (Svefn-g-Englar), então vou completar essa trinca e falar sobre uma música do meu provável cd favorito deles (já que eu ganhei de aniversário), o fascinante "Með suð í eyrum við spilum endalaust" (!).

O nome é bizarro, mas lembrem-se, é Sigur Rós. Pra começar, está escrito na língua que eles inventaram (o hopelandês), e em português significa "com um zumbido em meus ouvidos, nós tocamos eternamente". A tradução pode não ajudar muito a entender o conceito do álbum, mas o importante são as músicas! haha O álbum que tem os peladões na capa correndo de tênis é claramente dividido em duas partes: A primeira repleta de felicidade e músicas para serem ouvidas com papeis picados caindo na sua cabeça. A segunda com a melancolia típica do Sigur Rós. Claro que eu escolhi uma tristonha pra cá, a tal FLJÓTAVÍK.

Fljótavík (nome de uma região da Islandia) é uma das músicas mais triste que já postei aqui, e digo isso mesmo descartando a tradução, digo pelo instrumental e os arranjos sempre primorosamente bem trabalhados da banda, que passam uma ideia de uma cena bem deprê de filme. Quando se trata de Sigur Rós, não costumo olhar muito as letras, seguindo a ideia deles que o importante é a melodia, tanto que fazem letras em uma língua própria e o vocal de Jonsi sempre parece um instrumento agudo a mais na canção.

Algo importante é notar que esse album, lançado em 2008, é o mais recente da banda, e ele tem uma diferença para os outros: é mais acessível! Digamos que dificilmente alguma música dos álbuns anteriores seriam ouvidas na televisão ou como música ambiente de alguma lojinha que não seja na Islandia (terra deles). Isso sempre tornou o público deles bem restrito. Mas essa obra já traz uma leve tendência à uma universalização de suas músicas, ainda que o cd passa longe de ter músicas comerciais, hits de rádio, etc.
Claro que em uma hora dessas surgem fãs antigos que dizem que Sigur Rós está se perdendo, que estão apelando por popularidade, etc, etc. Bem, esses tipo de gente sempre aparece. Se aparecem até no público de Muse, que tem música no Crepúsculo e Guitar Hero, porque não apareceria entre os ouvintes de Sigur Rós, que teoricamente tem um público quase restrito ao cult? Infelizmente, essa síndrome de underground se espalha em certas pessoas. Mas o correto é não se importar e ouvir as boas músicas, que mais acessíveis ou não, continuam lindas e emocionantes, como Fljótavík! ;)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Kings of Convenience - I'd Rather Dance With You


Está aí uma banda que você apresenta para as pessoas e depois fala "de nada, eu sabia que você ia adorar".

Kings of Convenience é um duo noruegues extremamente carismático e competente nas músicas que faz. Por costume, suas músicas são calmas, repletas de dedilhados fofos de violão, e trazem aquela melodia para você relaxar a qualquer momento do seu dia. Além do mais, são a cara do blog.
Por isso qualquer eu poderia fazer um post para entrar na nossa querida (e desconhecida) máfia do relaxamento, que já tem umas quatro músicas aí do lado pra vc ficar mais... sussa. Mas não, nesse #ruvisday resolvi escolher uma das poucas deles que você não só vai levantar da cadeira como vai sair dançando pelo seu quarto, de preferência da mesma maneira que dança o vocalista, o simpaticosíssimo Erlend Øye!

Sim, dessa vez não apenas ouça a música, como assista também o clipe. Veja lá no começo Øye em sua versão mirim sendo expulso de uma aula de balé só porque ele está dançando no seu mundo particular. Ele cresce, a música começa, e você com certeza vai se divertir com cada passo desengonçado do cara! Eu sei, a cada 400 resenhas que fazem sobre o Kings of Convenience, 399 falam sobre o "jeito desengonçado de Erlend Øye". Mas não tem como fugir mesmo. Ele deve ter uns dois metros de altura e dança espetacularmente mal. É hilário (e dizem que ele faz isso nos shows também haha).

Mas deixando de lado o carisma da dupla e as dancinhas de Øye, vamos falar sobre a música. Como já dito, I'D RATHER DANCE WITH YOU não é um exemplo de uma típica música do KoC, mas ainda assim é um exemplo de qualidade e boa música da última década. Cada nota da canção te faz querer dançar, o que obviamente é proposital, já que o próprio título dela diz "eu prefiro dançar do que falar com você", ou seja, não faria sentido colocar essa letra em uma das suas canções com pianinho ou violãozinho sussa. O esquema é esse, vamos dançar pra não conversar.
Além disso, a voz do Erlend é demais, eu queria ter a voz dele, pra ser sincero.

Como eu sei que quase ninguém conhece os caras, posso perguntar sem medo: Gostaram da banda? Ah, eu sabia que vocês iam adorar...

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ps: post dedicado à RÚVILA, aniversariante do dia, amor da minha vida :) dedicado também à Mirellinas, minha querida amiga que já combinou comigo de ir no show do Kings antes mesmo dos caras pensarem no Brasil. Sim, estamos confirmados lá, antes deles! ;)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Radiohead - Lucky


Devo trocar o nome do blog para "Song Sweet Radiohead Song", sim? Por que não?

Uma vez mais, El Cabeza de Rádio no blog. E logo depois de falar de um clássico do Smashing Pumpkins, vamos retomar ao maior clássico do Radiohead, o álbum OK COMPUTER. Clássico é bom e todo mundo gosta.

Acompanhe comigo; do Ok Computer já temos posts sobre Karma Police e No Surprises, duas canções muito famosas, ousaria dizer que são as MAIS famosas da banda, que lançou um ótimo álbum esse ano, mas dados estatísticos de sites como o Last.fm indicam que Karma Police segue sendo a mais ouvida deles, mesmo sendo de 1997.
Em um fórum de Radiohead me pediram para falar de mais músicas do OkC. Alguns sugeriram Paranoid Android, mas resolvi falar sobre um coadjuvante do cd, já que a sugerida divide os refletores com as outras músicas citadas como uma das principais deles. Escolhi então a viajante LUCKY.

Lucky, uma vez mais, é uma música com letra difícil, que chega a ter interpretações opostas. Uma delas diz que é a canção mais otimista de Thom Yorke, e outra diz que a cada momento que o 'narrador' diz algo bom ele está sendo irônico. Fato é que são diversas frases soltas compondo a música, como "Sarah, me mate de amor", ou "hoje será um dia de glória" ou "me tire da queda do avião". E fica mais difícil saber do que se trata quando você vê a entrevista de Thom sobre Lucky: "as melhores obras dos artistas são aquelas que o resultado final não diz nada daquilo que o artista gostaria de dizer". Ou seja, nem o Thom deve saber se é uma letra de fato feliz.
Mas podemos afirmar, pelo menos, algo sobre a melodia: esta sim é muito triste e bonita. Do jeito que eu gosto (e imagino que alguns leitores também). No refrão vem o auge da melodia, uma guitarra surge ao fundo em um belo riff e torna o clima desesperador, junto com o pedido do vocalista para ser retirado do avião. Aliás, há uma interpretação que diz que o eu-lírico é um terrorista, já que a letra envolve queda de avião, dia glorioso, pedido de morte... Hahaha, que bobagem!

A grande curiosidade da música é que, dentre as frases soltas, há: "O chefe de estado me chamou, mas eu não tenho tempo para ele". Certo dia de 2005, oito anos após o lançamento do cd, Tony Blair - o primeiro ministro britânico - convidou Thom Yorke para participar de uma discussão sobre o aquecimento global. Adivinhem? Ele recusou! Thom disse que Blair não tinha credenciais para falar sobre o meio ambiente...
Grande Thomas!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

The Smashing Pumpkins - Disarm


Hoje um clássico aqui no blog: The Smashing Pumpkins!

Certo, todo mundo deve conhecer a banda de Billy Corgan, sim? Então aparentemente não faz sentido indicá-la em um blog de recomendações. Mas vale dizer que grande parte das pessoas conhece uma ou outra música do Smashing, excluindo obviamente os fãs - que obviamente conhecem muito mais dessa grande banda que viveu seu auge na década retrasada. Para o primeiro grupo, esse post pode valer a pena.

DISARM faz parte do segundo álbum da banda (que se formou em Chicago por volta de 1990). SIAMESE DREAM foi lançado em 1993, contendo clássicos como Cherub Rock e Today. Foi quando o Smashing Pumpkins se arriscou em músicas mais melódicas do que o seu primeiro álbum (mais roqueiro, mais pesado), chamado Gish, e foi também quando eles conseguiram alcançar mais fama, prestígio, dinheiro, ...

Quando se trata de Smashing Pumpkins eu poderia falar sobre uma gama de assuntos: sobre o ego gigantesco de Billy Corgan, ou de como os caras foram importante na década de 90, ou de como hoje em dia infelizmente se tornaram apenas uma banda supérflua para o rock (em verdade Billy desfez e refez a banda, sendo o único remanescente da original que fez sucesso. Mas a criatividade parece ter sido deixada para trás junto com os ex-companheiros de banda). Mas o assunto será de fato Disarm, uma obra que retrata o lado melancólico e, por que não, genial dos esmagadores de abóboras.

Disarm tem sua base em um violão bem trabalhado e triste, e segundo Billy Corgan, é uma melodia bonita que vai contra a idéia inicial que era escrever uma canção violenta. Sim, em entrevista Corgan revelou que a música é uma reação aos pais dele, que teriam de alguma forma estragado com sua infância. Em uma breve pesquisada você descobre que seus pais brigavam muito, chegaram ao divórcio, e Corgan e seus irmãos foram maltratados pela madrasta. Provavelmente ele queria escrever uma canção de revolta e mágoas. Mas acabou concluindo que a melhor reação contra essa infância perturbada seria escrever algo mais singelo que pudesse rebater com ternura os maltratos que teria sofrido dos pais. E como diz a própria letra, Corgan resolveu desarmá-los com um sorriso.

Embora a letra seja pessoal e de difícil interpretação (nessa mesma entrevista Billy Corgan confessou que dificilmente irão entender o que ele dizia na letra já que foi baseado no que ele viveu, em situações muito específicas), é difícil não gostar da música. Todos os meus amigos que conhecem e gostam de Smashing Pumpkins colocam Disarm entre as melhores. E se você não conhecia essa, espero que tenha sido uma boa recomendação, porque apesar dos Pumpkins atuais serem apenas sombras do que foram no passado, há muita coisa boa para se resgatar deles.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Say Hi to Your Mom - Northwestern Girls


It must be in the air.... HEREEEEEE!

Faz muito tempo que eu falei de Say Hi to Your Mom aqui no blog, com uma única música, a querida Pop Music of the Future. Hoje trago uma segunda música da banda-de-um-homem-só para vocês: NORTHWESTERN GIRLS.

A canção vem do álbum The Wishes and the Glitches (lançado em 2008), que marcou uma renovação na "banda". Foi nesse ponto que foi retirado o "para sua mãe" do nome, deixando apenas o "diga oi". Sim, hoje a banda atende apenas por Say Hi, mas vê se alguém parou de chamá-los de Say Hi to Your Mom? Esse álbum também procurou dar uma renovada no som deles. Eric Elbogen, o rapaz por trás do Say Hi, sempre trabalhou com muita repetição e efeitos computadorizados, nada muito eletrônico, apenas mais modernete. Nessa obra ele procurou um som mais calmo e limpo que pudesse servir como um refresco para quem o ouve. E deu certo.

Bem verdade que quando eu falei da banda pela primeira vez eu dizia que era uma música feita para se relaxar, e Northwestern Girls não foge desse plano. Deitar na cama, fechar os olhos, colocar um fone de ouvido, sentir a suavidade. Eric esbanja qualidade no seu violão, e logo você estará cantando o refrão fácil que iniciou esse post: "It must be in the air HEREEEE".
E para quem quiser saber sobre a letra, ela foi composta quando Eric se mudou para Seattle, ninho de bandas indies e alternativas, o que certamente o inspirou na mudança de sonoridade e na letra: Ela é repleta de adjetivos para falar sobre o lugar que ele acabou de chegar, mais precisamente sobre as garotas que tem um encanto especial lá, algo que possivelmente vem da atmosfera do local! Ele não deixa claro que o lugar é Seatlle, mas o nome da música não me deixa mentir: "Garotas do Noroeste", região onde fica a cidade.

Vale ressaltar que nos dois álbuns posteriores lançados, o Say Hi voltou a seu som de origem, com mais digitalismo, repetições, etc. Sem problemas, as músicas continuam boas, e The Wishes and the Glitches fica marcada na sua carreira com excelentes músicas como Northwestern Girls! :)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Radiohead - Faust Arp


Muita gente que conhece pouco Radiohead acredita que todas suas músicas são repletas de complexidade e efeitos manipulados, o que torna quase impossível reproduzir uma canção deles, seja com uma banda ou sozinho. Hoje estou aqui para mudar a opinião dessas pessoas.

Em verdade, os dois primeiros álbuns da banda (Pablo Honey e The Bends) já são coletâneas de um Radiohead mais simplista. Guitarra, baixo, bateria, violão, a voz de Thom Yorke. Radiohead era uma boa banda de rock, mas não foram esses álbuns que fizeram seu nome. Claro, vale à pena ouvi-los, The Bends é um dos meus favoritos, e no blog temos um clássico do Pablito: Creep. Então você deve pensar "ok, mas sendo o início de carreira da banda, nada mais esperado do que fórmulas simples que a banda "abandonou" conforme foi adquirindo maturidade, sim?". Não exatamente. É óbvio que a partir do Ok Computer a banda foi se entregando aos elementos eletrônicos e foi adquirindo outras sonoridades mais difíceis, principalmente após o Kid A, chegando a um álbum praticamente de Dubstep, que foi esse último, o Kings of Limbs. No entanto, há canções simples e inspiradas nesses últimos álbuns também. No exemplo de hoje, a música FAUST ARP.

Faust Arp é do penúltimo álbum da banda, o já comentado aqui centenas de vezes, IN RAINBOWS. Lançado em 2008, aonde alguém pode pensar que a banda estava entregue à esses elementos eletrônicos e às canções irreproduzíveis. Mas então, dê play em Faust Arp. Um dedilhado de violão. Ou melhor, dois minutos de um belo dedilhado de violão. E Thom Yorke cantando por cima a aflição de estar preso a algo que ele não consegue mais aguentar. Quer mais simplicidade que isso? Não estou falando que é uma música fácil de tocar, veja bem, Elliott Smith praticamente só tinha músicas simples de violão e quem consegue tocar Elliott Smith é um gênio. Só estou dizendo que Faust Arp derruba muita gente que não imagina Radiohead fazendo uma música desse tipo, que provavelmente só tinha Fake Plastic Trees como exemplo.

A letra de Faust Arp fala sobre alguém que vive uma rotina ou um relacionamento que não está indo bem. Ele tenta prosseguir com essa vida ou pessoa, mas as coisas não estão dando certo, então procura uma saída para essa situação. Não é uma letra fácil, eu mesmo não compreendi se ele quer sair do trabalho, do país, da vida, ou de um casamento que seja. Se alguém quiser me ajudar, a letra está aqui.

E aí, gostou dessa face do Radiohead? Na minha opinião...... eu preciso mesmo falar a minha opinião?

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Death Cab for Cutie - Marching Bands of Manhattan


Há pouco tempo eu falei de Death Cab for Cutie aqui no blog, há pouco tempo mesmo. E vou falar hoje de novo. Porque eles merecem.

Percebi que eu tinha feito uma certa injustiça com o quarteto de Seattle que eu tanto gosto... Nunca falei sobre o album PLANS, um dos melhores da banda! Veja bem, foram três posts sobre meu álbum favorito, o Transatlanticism, e um sobre o último álbum, o Narrow Stairs (Posts que você pode ler clicando aqui). Hoje chegou a hora de Plans, o quinto álbum.

Plans é um daqueles álbuns redondinhos que você consegue ouvir do começo ao fim sem ver a hora passar. De onze músicas que compoem o cd, sou fã declarado de oito. O que mais acho bacana é que há uma vibração no álbum que nenhuma música interrompe, e isso não quer dizer que as canções são parecidas, mas sim que dentro das diferenças elas conseguem se amarrar para fazer com que a audição seja mais agradável ainda. Tenho vários cds em casa e posso dizer que isso é raro, alguns dos meus favoritos não conseguem isso.

Essa boa vibração começa logo nos primeiros segundos do álbum, com a música inicial, MARCHING BANDS OF MANHATTAN, e podemos conversar sobre ela. Essa é uma daquelas canções com clima esperançoso, que se inicia como o sol raiando, e vai ganhando força como se o dia fosse avançando para o horário de pico, aonde as guitarras, os teclados, as baterias se encontram em um trânsito de música, que eu garanto, é bem melhor do que um trânsito de carros. Reparem como a melodia começa humilde, com um tecladinho alegre enquanto o Ben Gibbard canta que se pudesse abraçaria toda Manhattan por uma garota. E reparem como ela termina sob uma distorção arrepiante da guitarra, enquanto agora é cantado: "seu amor vai se afogar". Eu gosto desse tipo de música, que evolui em três ou quatro minutos. Gosto mesmo.

A letra fala, metaforicamente, sobre aquele momento que o rapaz quer dizer para a moça que faria tudo por ela, que com ela tudo seria mais bonito, que faria até uma "banda marchante" cantar o nome dela. Mas enquanto ele vive nessa dúvida de "falar ou não", sente que o amor dele está se afogando. Essa dúvida é um momento cruel para qualquer um mesmo.
Marching Bands of Manhattan te deixa empolgado, relaxado e pronto para encarar o Plans inteiro, que como garanti, sabe levar essa marca até os seus últimos segundos. Não há chance de decepcionar. Death Cab nunca decepciona.

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ps: perdoem pela ausência! estou em ano de vestibular, então às vezes não dá para deixar um tempinho pro blog! obrigado pelas visitas :)

sábado, 30 de abril de 2011

The National - Fake Empire


The National, minha banda do momento.

Desculpem queridões, mas hoje o post será bem pessoal. Isso porque no começo de abril eu fui ao show do The National, e muito do que tenho a passar pra vocês sobre a banda está sob influência disso! O show foi tão bom que - eu juro - saí de lá com a impressão de que eles formam a melhor banda do mundo! Claro que isso é bem relativo, mas dá para vocês terem uma ideia do quanto foi bom!
Alguns fatores contribuíram com isso... O fato de eu estar grudado na grade, de eu ter até encostado no cantor (o incrível Matt Berninger), da boa companhia e, claro, dos caras mandarem muito bem ao vivo. Mas o que importa mesmo é o quanto as músicas deles hipnotizam, o quanto elas são lindas e bem trabalhadas. Vou falar disso.

The National é uma banda americana muito querida por lá, e apesar do reconhecimento internacional ser fraco, não tem um lugar que os caras passam aonde eles não encantam. São famosos pelo vocalista barítono Matt Berninger, que tem aquela voz melancólica e grossa, estilo Nick Cave, sabe? A musicalidade da voz do cara é tão boa que praticamente todas as músicas do The National já valem a pena somente pelo vocal. Mas calma lá, não vamos tirar o mérito do resto da banda!
O The National tem um dos melhores bateristas da atualidade, a melodia do teclado é um dos maiores destaques, a guitarra é única, e alguns instrumentos de sopro (não sei dizer se é exatamente um saxofone) costumam dar originalidade às canções.
Eu poderia falar sobre uma música para cada um desses detalhes, mas hoje ficamos apenas com a beleza do teclado que inicia e carrega nas costas a lindíssima FAKE EMPIRE, além de vocês entenderem na prática o que significa essa musicalidade da voz de Matt Berninger, e se arrepiarem com a entrada dos instrumentos de sopro no fim da canção, dando ritmo e uma certa empolgação à melodia. Demais!

Sim, rasguei elogios à banda o post inteiro. Pois quando você quer falar sobre a sua "banda do momento", você quer mostrar que ela é perfeita, independente de suas qualidades e defeitos. Mas cá entre nós, The National é perfeito. Não é?

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ps: dedicado à boa companhia do show, o casal Anna e Edu (o cara que tirou a foto acima do Matt durante o show)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Nada Surf - Popular


Qualquer garoto do mundo pode ser seu! É só você seguir o meu plano, O GUIA ADOLESCENTE DA POPULARIDADE!!!

Ok, não fui eu quem disse essa frase. Foi dita pelo NADA SURF, aos berros, em meados de 1996. Ela faz parte do PRIMEIRO single do PRIMEIRO álbum dessa banda sensacional. Prometo falar melhor desse trio de rock em um futuro não tão distante, mas hoje tenho muita coisa a falar sobre essa canção: POPULAR.

A ideia da música realmente foi descrever um guia da popularidade, mas não um guia sério, e sim sarcástico, cheio de raiva e ironias. O guia não é cantado, e sim falado, enquanto um dedilhado faz o fundo da música. Na primeira parte, o guia ensina como a garota deve acabar um namoro sem ser desonesta e não despedaçar o coração do cara, mesmo dizendo a ele que está querendo ficar com outro rapaz. Conclui-se aqui que o compositor da música deve ter levado um pé na bunda feio, sendo trocado por um desses populares da escola, na música chamado de Johnny. Na segunda parte ele ensina a garota a como chegar nesse Johnny. "Diga a ele que fez um bom jogo de futebol, diga a ele que gostou do artigo que ele publicou no jornal". Embora a primeira parte tenha sido dita com calma, na segunda é repleta de raiva. Mas a explosão vem na terceira parte, quando é dito que ela pode ficar com Johnny e com quantos mais garotos "populares" ela quiser, afinal, ela é uma jovem "original", não precisa se prender a uma pessoa só! Não é?

O fator que separa as três partes é o refrão destruidor (e grudento), aonde a guitarra entra comendo, e algumas frases são cantadas, como: "eu sou a estrela da festa, eu sou popular!", "eu tenho um carro, eu sou popular", "eu pego uma líder de torcida, eu sou popular". Na terceira parte, essa guitarra mais pesada entra antes do refrão, quando o que era falado passa a ser gritado, e temos a frase que iniciou esse post mandada pra fora com muito ódio, logo após a parte aonde é dito que ela pode pegar quem ela quiser.

Popular é uma música incrível, repleta de energia, e você consegue sentir na sua pele a revolta do cara, que levou um pé e viu sua garota ficar com os bonitões e pegadores da escola. Eu conseguia sentir essa revolta antes mesmo de conhecer a letra, então espero que você que acabou de conhecer a música pelo blog, e já sabe do que se trata, ouça e consiga sentir essa revolta também! A não ser que você se identifique como o popular, ou pior, como a garota da história... hahaha

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Death Cab for Cutie - GrapeVine Fires


Eu já falei de muitas músicas tristes aqui no blog. Mas de clipe triste, essa é a primeira vez!

A propósito, essa é a primeira vez que vou comentar um clipe aqui. Pra você que não quer assistir, pode apenas ouvir a música e acompanhar o post como sempre, mas tenho certeza que caso assista o clipe irá adorá-lo, e provavelmente irá se emocionar ou se comover com ele!

Irei falar sobre a música GRAPEVINE FIRES, da banda muito-bem-falada nesse blog, DEATH CAB FOR CUTIE. Grapevine Fires possui uma combinação linda entre o teclado e a bateria, e a triste guitarra trilha perfeitamente o clima melancólico do clipe - uma animação muito bem feita, recurso muito usado nessas peças. O personagem principal se depara com sua cidade (um campo com casinhas humildes) literalmente queimando. Incêndio. Fogo por toda a parte. Como a animação é bem sutil (mistura de recortes com desenho), a imagem não é agressiva, é melancólica mesmo. O garoto entra na sua casa e os pais, arrumando desesperadamente as coisas para fugir, pedem para o filho que encontrem seu irmão, que saiu com a namorada. O garoto e seu cachorro saem à procura, passando por famílias que tentavam sair da cidade - alguns se preocupando com objetos materiais, alguns com recordações e memórias que seriam perdidas. Com 1:12 de vídeo podemos ver inclusive o próprio Death Cab se preparando para fugir em uma van. \o/
Para não estragar a surpresa, assistam o vídeo e vejam o fim dessa saga. Todo o sentimentalismo da banda e da música conseguiram ser transmitidos com perfeição nessa animação, que pode ser vista superficialmente como uma família fugindo de uma cidade imersa no caos, mas profundamente o clipe de Grapevine Fires mostra como as pessoas podem lidar com as perdas - sejam elas materiais, de recordações ou de vidas.

E então, você que assistiu o clipe, emocionou-se também? Eu já assisti um milhão de vezes e sempre fico paralisado quando o clipe acaba! haha É como aqueles belos filmes que te deixam sem fôlego e com vontade de abraçar alguém, ou melhor, como aquelas belas canções que te transportam para outros universos e te inspiram a viver.

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ps: vocês acham que eu deveria analisar mais clipes? diz aí nos comentários ;)

quinta-feira, 31 de março de 2011

Travis - Flowers in the Window


É muito bom estar apaixonado! E uma das melhores coisas é poder ouvir músicas de casal apaixonado. Sabe, poder olhar para alguém que você ama e cantar "uow, look at you now, flowers in the window s2".

Eu tenho uma teoria que certas bandas nasceram para criar trilhas para casais apaixonados, e a minha favorita dessas é TRAVIS. Já falei deles anteriormente neste post. Com raras exceções, Travis está sempre abordando o amor, nas suas diversas formas, nos seus diversos ângulos. É claro que, como praticamente todo artista que deixa seu coração falar na música, inevitavelmente há certas fases e algumas canções de... anh... pé na bunda. Entende, quando o artista torna sua poesia um poço de lamentações para falar sobre como é rejeitado ou infeliz. Como adoro músicas deprês, não tenho nada contra essas canções, mas hoje vim falar da fase feliz do Travis, essa fase que já citei no começo do post, a das flores na janela!

Há algo que irrita muito as pessoas que são fãs de bandas mais elaboradas em suas canções, que criam obras com milhares de instrumentos ou técnicas revolucionárias e efeitos especiais: como que bandas do tipo Coldplay ou Travis podem chegar a fazer tanto sucesso com tanta simplicidade? Sim, assunto repetido, já discuti isso no post sobre Don't Panic, mas o ponto da vez é perceber que o autor e cantor da música Fran Healy quando escreveu a música não tinha a pretensão que muitos artistas tem nos dias de hoje, de inovar e fazer história, ele somente queria olhar para alguém e dizer "hoje o dia está fantástico, eu amo você, e estou contente que sinta o mesmo". A música é levada por uma batida alegre, daquelas que você imagina velhinhos andando na rua com um sorriso e pessoas se abraçando aleatoriamente, enquanto o namorado em uma escada segura a mão de sua amada e diz "olhar para você é como ver flores na janela"! Vai dizer que vocês não conseguem sentir isso também?

Este era para ser um post muito simples, mas escrevi bastante, quando a ideia era apenas dizer que quando se escreve com o coração pouco importa a complexidade da música, o importante é deixar seu recado, e isso o Travis faz muito bem, deixando milhares de casais com uma trilha sonora para seus dias de sol no parque, ou seja aonde estiverem! :)

Uma curiosidade bem legal para fechar: A música foi escrita com a ajuda de um tiozinho pouco importante para a história da música, Paul McCartney.
Não deu play ainda?

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ps: dedicado à minha namorada. I love you so, let's watch the flowers grow s2

domingo, 20 de março de 2011

The xx - Crystalised


Certas músicas foram feitas para todos os ouvidos. Aquela música que é tão equilibrada e tão hipnotizante que é capaz de agradar qualquer um, com poucas exceções. Elas são raras, é verdade, mas existem meus caros amigos, e CRYSTALISED do The xx está aí para não me deixar mentir.

Mas antes, quem são The xx (pronuncia-se écs écs)? São um trio britânico que lançou seu primeiro álbum em 2009 (na época ainda um quarteto), o que os fazem a banda mais "nova" a ser comentada no blog. Com certeza uma grande honra para a banda, certo? Bem próximo à honra de ter sido a banda mais hypada e badalada de 2009, de seu album "xx" ter sido premiado como "melhor album" por diversas instituições (além de ter ganho o selo platina pelas vendas e ter entrado nas listas de melhores albuns do ano, da década, dos últimos tempos), e por fim, de terem tocado nos principais festivais de músicas nos últimos dois anos. Pouca coisa para se orgulhar, não é mesmo?

Não é para menos. The xx chegou quietinho e conquistou o mundo com suas composições lindas. E quando eu digo "quietinho", é bem quietinho mesmo. O jornalista Lúcio Ribeiro diz que The xx criou uma "revolução do silêncio", com músicas baseadas em pouquíssimo barulho, apenas uma melodia minimamente manipulada eletronicamente, que é como o som do baixo, feito para ser sentido. Some isso à famosa troca de voz entre um homem e uma mulher, que funcionou já em diversas bandas, e provavelmente sempre funcionará, desde que as vozes se encaixem e criem o contraste entre o grave e o agudo que muito agrada. E nas canções do The xx as vozes são valorizadas, ganham mais força, por mais que às vezes elas sejam simplesmente sussuradas.

É difícil dizer que alguma música do The xx é melhor do que a outra. O primeiro álbum é formado de poucas, porém, fantásticas canções. Apenas escolhi Crystalised para vocês por se encaixar no padrão descrito no início do post, ser a música que tem o poder de agradar a todo mundo. Sempre que alguém pede uma recomendação de música assim, na lata, logo indico essa, porque nunca vi alguém torcer o nariz após ouvi-la. E ainda corro o risco de encontrar a pessoa alguns dias depois cantarolando o refrão de Crystalised, que é nada menos do que a dupla repetindo sensualmente a frase "aaaaaaah".

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ps1: fico feliz que a maioria das pessoas já conhecia Roxette e, de alguma forma, relembraram do passado com meu último post.
ps2: no começo do post falei "todos os ouvidos". é o nome de um blog. um excelente blog. acessem: http://todososouvidos.blogspot.com/
ps3: recomendação nº 50 \o/ dedico à minha amiga Mirella :)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Roxette - A Thing About You


Olá, eu vou no show do Roxette. E há 98% de chances de eles não tocarem essa música que trago para vocês no post de hoje. Pois já é tradição, as bandas que eu vejo ao vivo nunca tocam minha favorita. Nunca.

Roxette é uma dupla sueca (♥) das antigas, que estão em atividade até hoje. O primeiro album foi lançado em 1986, e nesse ano mesmo de 2011 a dupla lançou o oitavo disco. (Quase) todos seus albuns foram número 1 na Suécia (♥), exceto o debut e o último, que ficaram em segundo lugar nas paradas. Internacionalmente, começaram a ser reconhecido a partir do segundo album, mas principalmente a partir do filme Uma Linda Mulher (sabe, Julia Roberts, Richard Gere, o filme favorito da sua mãe). Isso porque nesse filme a música It Must Have Been Love toca ao fundo em um momento chave, numa cena bacaninha que fez com que todo mundo procurasse saber quem é Roxette. Inclusive, fez meu pai viciar nessa música até hoje, que comprou o cd e pasmem, irá no show comigo.
A cantora Marie Frediksson descobriu um cancer cerebral em 2002, e teve que largar a música para se tratar, voltando com tudo agora em 2011, como já foi dito, com um disco e uma turnê.

Certo, a banda foi apresentada a vocês, se quiserem saber mais, podem procurar por suas músicas, muitas são famosas, a maioria um rockzinho bacana, e algumas ótimas baladinhas ao som de teclado. Digo isso porque a música que trouxe a vocês não é muito comum ao Roxette. Primeiro porque ela é cantada pelo Per Gessle, e quase todas as músicas deles são cantadas pela Marie. Mas como os dois tem ótimas vozes, eles combinam e alternam os vocais com facilidade. Em A Thing About You, a canção é embalada por um violãozinho gostoso, meio deprê, enquanto com uma voz calma Per diz: "o rádio está ligado mas o som se foi", "a televisão está ligada mas as cores se foram", e assim por diante. Mais uma música do blog para se ouvir deitado na cama no friozinho com os olhos fechados.

Espero que gostem da banda e, quem quiser acompanhar eu e meus pais no show (sim, meu pai carregou minha mãe com ele), é só dar um toque, quem sabe nos deparamos com a sorte e eles tocam essa música linda ao vivo. Ainda há 2% de chance!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Radiohead - Reckoner


Que o Radiohead lançou um album novo no último dia 18 de fevereiro, todo mundo já sabe, o já-querido The King of Limbs. Mas não é sobre o disco novo o assunto de hoje. Vamos retomar o já anfitrião do blog: IN RAINBOWS, o sétimo album dos cabeças-de-rádio.

Quando falei dessa obra, lá pelo fim de 2009 (com os posts sobre Nude e All I Need), comentei muito da minha percepção pessoal sobre o álbum, além da recepção do público. Melancólico como sempre, In Rainbows é carregado de emoções, desde o som do baixo repleto de beleza, aos falsetes de Thom Yorke, às metáforas e letras depressivas, enfim. Muita gente, por compará-lo com álbuns anteriores do Radiohead (como Ok Computer), o desprezava, mas como eu afirmei, é um álbum incrível que tem toda a vitalidade de uma banda no seu auge, e estamos falando do sétimo trabalho da banda, já bem veterana, portanto.
Hoje retomo a discussão sobre o In Rainbows trazendo como trilha a música bem ritmada, meio “deprê-alegre”, meio "não sei se danço ou choro", RECKONER. Certo dia em um fórum, um rapaz chamado Carlos Farias complementou muito bem minha ideia do álbum. Disse que teve a impressão de um Radiohead muito a vontade para criar o álbum, aonde as composições são muito orgânicas e tem suas influências bem deglutidas (citou soul, música africana), além de não ter partes específicas de rock ou de eletrônico, ou seja o que for, é simplesmente Radiohead.

Vejo que Reckoner ilustra perfeitamente isso. "Não sei se danço ou choro" pode ser vista como uma brincadeira minha, mas é uma sensação que a canção realmente causa. O baixo leva a música para um lado mais dançante enquanto o vocalista traz uma lamentação na voz, principalmente quando a marcante percussão dá uma pausa e Thom Yorke sussurra sua fala enquanto segundas vozes falam um quase imperceptível "In Rainbows" ao fundo, no clímax da música. A música não é rock, não é dubstep, não é jazz, não é rotulável. É Radiohead.

O desafio do dia é conseguir ouvir as segundas vozes fazendo um coro dizendo "In Rainbows" na parte que eu disse. Eu demorei um pouco pra ouvir. Uns dois anos, talvez.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Lifehouse - Sick Cycle Carousel


Porque chega uma hora que você cansa de correr atrás de uma pessoa que você gosta, não é?

Uma vez mais, Lifehouse no blog. Se você gosta, excelente, espero que esteja gostando dos textos sobre a banda. Se você não gosta, já deve ter se enchido de tanto Lifehouse. E abandonado o blog, talvez.
Mas indo ao que importa, na primeira vez que falei de Lifehouse eu disse que eles faziam a trilha sonora da minha vida. Mais recentemente, isso parou, comecei a namorar há um ano e cinco meses (uma gatinha linda) e o Lifehouse continuou na fase "não me chute, eu amo você". Por isso esse post é um ode ao passado, e pode de repente ajudar pessoas como essa canção me ajudou em certa época da vida.
Porque a gente tem a necessidade de se agarrar a pensamentos alheios para ver se outras pessoas já viveram sua situação, e assim provar que alguém te compreende nesse mundinho. Há muita gente que busca frases famosas de escritores, outras que encontram apoio em filmes, e alguns como eu acham o que precisam na música. Eu estava em uma época que, como dito no início do post, não aguentava mais correr atrás de alguém que me ignorava, não me valorizava em nada. Então veio Lifehouse.

"Tentei seguir seus passos, tentei ir atrás de você, tentei ver quão perto do chão eu poderia me aproximar". Em verdade, todos que já se apaixonaram e não foram correspondidos sabem qual é essa sensação que o Lifehouse descreve. É um tanto triste, e depois de muito tempo quando isso já passou a gente chega até a se envergonhar por ter vivido essa situação. Mas não precisa ter vergonha. Essa experiência é um mal necessário, vamos assim dizer. Todos que superam isso se sentem mais fortes, mais maduros, mais experientes, dificilmente deixam de aprender com os erros, e cada vez mais ficam prontos para uma relação com o amor da vida, enfim.
O problema é saber sair dessa situação ruim, que o Lifehouse chama de SICK CYCLE CAROUSEL, algo como "Ciclo Vicioso Doentio", o título da música de hoje. A melodia é tipicamente da banda, dedilhado de violão, uma guitarra marcante (como falada nesse post), e a voz rouca de Jason Wade cantando com muita emoção. E essa canção me ajudou principalmente com uma frase do refrão: "E quando isso irá chegar ao fim? Continua girando, e sei que não vai parar até que eu desça daqui para meu próprio bem". Foi quando eu percebi que esse era o limite, e que já estava me fazendo mal há um bom tempo. Percebi que nunca seria feliz com a pessoa, mesmo que as coisas começassem a dar certo, afinal, tudo foi construído em cima de muitos erros. Para terminar o combo, juntei Sick Cycle Carousel com Not Meant to Be do TOAD e concluí: Isso nunca vai dar certo.

Claro que, falando de Lifehouse, sempre há a interpretação gospel. Dizem que o Ciclo Vicioso é o ciclo de pecados, do qual o vocalista não quer mais participar. Mas como sempre, vai de cada um, o importante é curtir o som! E se alguém se identificar, espero que isso tudo possa ter ajudado de alguma :)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Coldplay - Yellow


Look how they shine for yoooooooou....

Da última vez que falei de Coldplay discuti sobre um certo dilema, ou as pessoas amam ou odeiam Coldplay. Até que fui bem surpreendido por um bom número de quem dizia ser indiferente, e entre amar e odiar, mais pessoas ficaram do lado positivo pra banda de Chris Martin. Apesar de ter sido o post mais comentado e um dos mais visualizados do blog (o "mais-mais" é First Time, do Lifehouse), hoje não vamos falar sobre esse assunto e vamos retomar o primeiro post, aonde eu falei sobre a origem do Coldplay, e a primeira música do primeiro álbum. Caso alguém tenha lido, deve lembrar que eu falei sobre como Coldplay produzia canções incrivelmente simples e ótimas. Tentando seguir uma cronologia para a banda, hoje vamos comentar sobre o primeiro hit deles, a querida YELLOW.
Segundo single da história do Coldplay (seguido de Shiver), Yellow tem força até hoje. Nos shows da banda, costuma ser um ponto alto, um pouco por causa das bolas infláveis que são liberadas no meio do público, mas muito porque é uma canção marcante. Seguindo a linha do post sobre o Don't Panic, Yellow também é extremamente simplista; a letra é a básica de amor: "as estrelas brilham para você", "eu escrevi essa canção para você", "você sabe que eu te amo muito", [...]. Para muitos é um ponto negativo, uma falta de originalidade, um motivo para crítica. Mas na minha concepção, às vezes quando abrimos nossos sentimentos para quem nós gostamos, podemos até enfeitar, falar palavras bonitas, criar metáforas, mas tudo o que queremos dizer é "por você eu daria minha vida", e esse é o ponto de Chris Martin, deixar de lado qualquer subliminaridade e dizer "eu gosto de você". Ponto.

Yellow tem uma base acústica de um violão que introduz a música e cresce em momentos chaves, enquanto uma guitarra surge para dar um fôlego na música que tem energia, vida própria e potencial trilha para um bobo-apaixonado. Por que se chama Yellow? As teorias são muitas, mas se vale o que o compositor falou, quando estava criando a música Chris encontrou uma lista telefônica no estúdio chamada "Yellow Pages" e resolveu roubar a palavra para a composição. Ainda disse que a canção poderia se chamar até mesmo "Playboy", caso fosse essa a revista que tivesse encontrado.
Eu pagaria pra ver.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Death Cab for Cutie - Title and Registration


No último post eu disse que estava mudando minha concepção sobre meu álbum favorito dentre as bandas que ouço e admiro. Sempre afirmei que esse posto era do Athlete, com sua obra-pianinho TOURIST. Mas então surgiu "a outra". Com um nome difícil e estranho e uma coleção de melodias inegavelmente lindas. Um tal de TRANSATLANTICISM, do Death Cab for Cutie.

Em verdade esse álbum caiu em minhas mãos faz um tempinho (virtualmente falando), logo que conheci Death Cab, em 2007, quando um amigo lançou a piada "Não entendo essa história de indie que está surgindo! É só usar all-star e uma camiseta do Death Cab for Cutie, é isso?". Por algum motivo, me dispus a ouvir a falada banda, e logo comecei pelo Transatlanticism (um dia você se acostuma com esse nome e pasme, saberá pronunciá-lo sem nenhuma dificuldade). Por algum motivo, não foi paixão à primeira vista, e isso eu nunca vou entender o porquê; mas isso faz parte, de repente você conhece alguém na sua escola e só três anos depois repara que ela é o amor da sua vida.
Sei que um dia resolvi dar uma atenção a esse álbum, e aí foi fatal. Fui cada vez mais engolindo Death Cab, passando de um album a outro, pesquisando notícias da banda, assistindo clipes, comprando cd... UFA. Um legítimo viciado. A ponto de duvidar se meu album favorito é realmente Tourist, e não Transatlanticism.

Eu já trouxe partes do album timidamente pra vocês: A Lack of Color, com seu violãozinho calmo e sua letra deprê, e Lightness, com seu modo de ver o eterno dilema "razão x coração". E se essas duas músicas não foram motivos suficientes para te convencer que o album é brilhante, aqui vem mais um motivo: TITLE AND REGISTRATION. Um pouco no padrão de A Lack of Color, a música tem um dedilhadinho de violão perfeito, uma melodia relaxante ao extremo, e uma letra deprezinha pra satisfazer o dono do blog, é claro. Acompanhe: Ele começa falando que deveriam trocar o nome do porta-luvas do carro. Afinal, você abre um porta-luvas, e não encontra luvas. Isso pra dizer que ao abrir o compartimento, ele acabou por se deparar com fotos de uma garota com a qual ele se relacionou, e obviamente, tudo acabou. Ou seja, ao invés de luvas, tudo o que ele encontrou foram lembranças de tempos melhores, antes da menina ter dado um pé na bunda dele. BEN GIBBARD GÊNIO. Até pra falar a coisa mais simples do mundo, "vi fotos que eu queria esquecer", ele cria uma boa história para suas composições!

Enfim, para quem gostar, pode ouvir as músicas do Athlete que postei aqui, e as três do Death Cab já citadas hoje, e assim quem sabe pode me dar uma opinião de qual álbum é melhor, Tourist ou Translat... Transatl... Trans o que mesmo?