domingo, 31 de outubro de 2010

Muse - Sing for Absolution


Quem acompanha meu blog sabe que uma de minhas três bandas favoritas (além de Radiohead e Theory of a Deadman) é um trio britânico de rock chamado MUSE. Já escrevi mais de 30 textos para o Song Sweet Song e pela primeira vez vou falar sobre uma música deles. A questão é: por que não falei antes se é uma das bandas que mais gosto?! Simples! Nunca achei que algum texto meu sobre o Muse fizesse jus ao espetáculo musical que eles produzem para a gente!
A nova questão é: O texto de hoje vai fazer jus ao nível sonoro de Muse? Eu digo que não. Se eu esperar isso acontecer, provavelmente jamais falarei deles...

Vou ser bem direto para descrevê-los. Quem acha que o rock está morto é porque nunca ouviu Muse. Quem acha que apresentações ao vivo não superam gravações de estúdio, nunca viu o Muse no palco nem ao menos pelo youtube. Quem acha que é impossível criar músicas roqueiras e eletrônicas a partir da influência de música clássica é porque não faz ideia do que Matt Bellamy, o vocalista dessa banda sensacional, pode fazer.
Há diversos modos de se encantar com Muse. Em verdade, eles produzem um som bem variado e bem único, sempre com muita qualidade. As músicas são densas e intensas, muitas vezes criticam a política (o que não é de meu interesse pessoal, mas há quem goste do tema) e muitas vezes falam do fim do mundo, já que Matt Bellamy parece ter um particular tesão sobre esse assunto. Tornaram-se popular nos EUA e até mesmo no Brasil após aparecerem na trilha do filme Crepúsculo, o que até hoje causa um distúrbio nos fãs meia tigela de Muse com a famosa síndrome de underground.

Introduzido ao trio, ouçam agora uma obra de arte do terceiro album deles, a épica SING FOR ABSOLUTION. Resolvi recomendar essa a vocês por diversos motivos, o principal deles pelo fato de que essa foi a primeira canção que ouvi do Muse (e se me encantei por eles desde esse momento, pode acontecer com vocês também). Reparem em alguns elementos essenciais de Muse nessa canção. Primeiro, o piano ultra-marcante. Matt é um dos melhores pianistas da atualidade, e com essa influência clássica que já citei, não poderia resultar em algo melhor. Segundo, a voz ÚNICA de Matt. Há cantores com excelentes vozes pelo mundo da música, mas com excelentes vozes inimitáveis, esses são raridades. Terceiro, a introsação que os instrumentos encontram na melodia. O power trio baixo-guitarra-bateria vivem um casamento em perfeita harmonia com o Muse. Por fim, a guitarra épica. Eu nem sabia o significado disso antes de ouvir Sing For Absolution; se você não sabe, vai por mim, ouvir Muse é o melhor meio de entender esse conceito quase espiritual dentro da música hahaha

Sei que acabou saindo um post um tanto sério, mas espero que tenha sido bom o suficiente para agradar a quem já conhece Muse e despertar a curiosidade naqueles que ainda não conhecem!
No mais, polêmicas como "Muse é o novo u2?", "Muse tá virando popular e comercial?", "Matt Bellamy é o melhor guitarrista da atualidade?", podem ser discutidas nos comentários, o que com certeza me ajudará a fazer um próximo post sobre eles!
Abraços a todos meus leitores queridos ;)

sábado, 23 de outubro de 2010

Spoon - You Got Yr. Cherry Bomb


Felicidade! Chuva de papel picado! Pessoas dançando com roupas coloridas!
O clima hoje é de alegria no Song Sweet Song!

Então você me pergunta: Hoje é aniversário do blog?! E eu respondo: não!
A verdade é que é impossível ouvir YOU GOT YR. CHERRY BOMB, do aclamado SPOON, sem deixar de se contagiar com sentimentos de alegria e empolgação!
E como meu blog tem uma fama de, a cada 10 músicas, recomendar 9 canções deprês e 1 canção fossa, acho justo essa comemoração quando aparece algo tão feliz! Aproveita que é raro!
(perceberam quantas exclamações já coloquei nesse post? quem acertar o número de "!" espalhadas nesse texto ganha um pirulito! rs)

Spoon é uma banda formada no Texas que é famosa por ser queridinha dos indies. Não é para menos, esses caras sabem como fazer música boa!
Todo esse carnaval do começo do post tenta descrever a sensação que sinto ao ouvir You Got Yr. Cherry Bomb. Nesse momento espero que você já tenha dado um play na canção, podendo dessa forma me ajudar a descrever a empolgação que a banda consegue passar por ela. Ainda me lembro que eu estava indo para o show do Coldplay com essa música na cabeça... fui esmagado no busão que peguei lotado para o morumbi, o ônibus andava um metro a cada cinco minutos com o trânsito, e o motorista anunciou que teria que deixar todo mundo longe do estádio porque seria impossível se aproximar do local. Todos começaram a reclamar e se estressar com a situação, TODOS, menos... eu! E sabe o por quê? Porque eu estava com o refrão de Spoon na cabeça: "Blow out that cherry bomb...for me!". E desde então apelidei-a de "música do bom humor".
E foi quando me veio o pensamento de como música pode mexer com nossa maneira de lidar com as situações. Às vezes ficamos meio para baixo em um dia muito bonito porque estamos imersos na melancolia de uma melodia triste, mas às vezes lidamos com bom humor em situações adversas só por causa da feliz canção que preenche nossa cabeça...

A ironia do post? Em entrevista, o vocalista do Spoon disse a seguinte frase quanto essa música: "Actually, it's a really sad song". Ou em português claro: "Em verdade, essa é uma canção muito triste". WTF?
Segundo ele, a frase do refrão "assoprar a bomba de cereja" representa algo como "apagar a chama do amor", referindo-se ao momento da separação de um casal.
Well... cada um com sua forma de representar a tristeza, não é mesmo?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

The Shins - Caring is Creepy


Há muito tempo tenho vontade de escrever sobre essa canção, mas por algum motivo nunca soube o que falar dela. Talvez porque todas boas energias que ela me passa sejam muito particulares, me remetem a momentos que vivi... Nesses casos, costumo falar mais sobre a banda, mas nem sobre o próprio The Shins eu tenho muito a falar. Uma boa banda, faz um folk-rock de muita qualidade, ficou famosa quando New Slang apareceu como trilha do filme Garden State, agrada 90% dos indies que a conhecem, e é só isso.
Fim do post?

Claro que não. Nessas horas eu recorro a uma alternativa bacana, vamos debater sobre a letra da música!
Não com muita sorte, se você analisar a letra de Caring Is Creepy vai encontrar um quebra cabeça de informações e muitas metáforas. Sim, metáforas dominam as poesias, dominam as músicas, dominam o vestibular, dominam sua prova de literatura, e depois do Google, dominam o mundo. Mas entrei em fóruns e consegui tirar algumas conclusões bacanas sobre essa brincadeira do The Shins.
Primeiro que, ao contrário do que o título da música sugere (algo como "Cuidar é assustador"), eles não estão falando sobre como o ato de tomar conta de alguém os deixam apavorados. Em verdade, falam de muita coisa. Por exemplo, falam dos momentos nos quais temos que fingir que está tudo bem enquanto estamos destruídos por dentro, dos momentos nos quais temos que omitir um "eu-revoltado" dentro da gente, dando vida a um "eu-passivo" obrigado a engolir as mais difíceis situações. A canção começa dizendo algo como "Acho que vou pra casa meditar sobre isso antes que desça pela minha garganta". O típico 'vou contar até dez' antes de fazer alguma bobagem impensada. A propósito, esse auto-controle figura a música toda. Um outro fato importante pincelado na canção são aqueles momentos em que estamos praticamente possuídos e quase deixamos de lado nossos princípios:"Nunca traia a maneira que você sempre agiu", diz a letra.
E para não dizer que o título não tem nada a ver com a canção, a verdade é que o enredo parece ter sido montado a partir de um momento que o compositor concluiu que as pessoas tem medo de mostrar seus sentimentos, medo de ficarem vulneráveis com isso, o que são duas verdades: sim, você tem medo de se apaixonar, e SIM, você fica vulnerável quando está nessa situação. Mas quem disse que isso é ruim? Sou a favor da gente se entregar a paixão e vivê-las intensamente, caindo de vez em quando, mas sempre aprendendo com os erros, e...

Confesso que acho essa canção diferente do que o The Shins costuma produzir, tanto que foi a primeira deles que ouvi e até hoje não encontrei nenhuma outra deles que eu goste tanto quanto esta... Mas isso não significa nada, espero que ouçam e curtam The Shins! :)

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ps: texto enorme, eu sei, acreditam se eu falar que já resumi uma parte dele? :(