terça-feira, 30 de novembro de 2010

Incubus - Drive


Aaaaah, Incubus.
Aaaaah, as letras de Incubus.

Certa vez eu disse que a melhor característica da banda americana de rock alternativo Incubus eram as reflexões impostas em cada uma de suas composições. Incubus é uma banda de diversas facetas (considerando suas variações na produção musical) e de vários atrativos que podem criar um vínculo com os admiradores da boa música. Tem quem goste das músicas pesadas e barulhentas que honram o nome da banda, tem quem goste das baladinhas extremamente bem feitas, tem quem goste dos arranjos e riffs da guitarra, tem quem goste da voz de Brandon Boyd (todos os fãs da banda), enfim... eu gosto de tudo um pouco, mas o que de fato me admira neles continua sendo suas letras...

Lembram-se das duas vezes que falei de Incubus aqui? Discutimos sobre como o amor dói e sobre egos inflados. Ambos foram do último album, que não é preferência dos fãs (embora seja minha preferência). Hoje, portanto, falarei de uma canção que está em num álbum mais antigo, MAKE YOUSELF, o terceiro da banda, e aquele que levou-os ao reconhecimento internacional, com músicas nas rádios, clipes na televisão, etc e tal. Aliás, eu poderia dizer mais: houve uma música dentro do album que foi o empurrão do Incubus para a fama, e não por acaso, é a canção título de hoje: a acústica DRIVE!
Incubus nunca tinha sido muito "violãozinho e tranquilidade", os dois albuns anteriores eram repletos de barulho e rock n' roll, e Drive pode até ser uma representação dessa mudança de ares nas terras Incubísticas (?), mas independente disso (como já foi falado, Incubus ainda mantém uma variação boa), a música é excelente, pode ser ouvida durante uma viagem, um dia chuvoso, uma caminhada no parque, enfim... Costumo gostar bastante dessas canções que se adaptam às diversas situações, e raramente desagradam alguém.

Falei tanto das letras de Incubus e vocês acham que eu não iria falar sobre o que diz a letra de Drive? Bem, Make Yourself no geral traz uma característica em comum em suas composições, elas exaltam a independência, é um album que inspira liberdade, dos mais diversos modos. Em Drive, Brandon nos impulsiona a deixar nossos medos de lado, diz que nossas preocupações às vezes controlam (dirigem) nossas vidas, e que nós temos que assumir o controle dela! "Segure o voltante e dirija", é uma das frases que marcam a canção, e não é átoa que o album se chama "Faça você mesmo"!
Há uma polêmica religiosa envolvendo essa música devido à frase "você escolheria água ao invés de vinho?". Alguns dizem que é uma frase para simbolizar o anti-cristianismo, o que pessoalmente eu acho bobagem. O album inteiro fala sobre escolhas, a própria canção quer passar a mensagem que você mesmo tem que ter o controle do que escolherá para sua vida, então por que iriam envolver religião na história? Bem, fica a critério de cada um a interpretação.
Por fim, espero que gostem de Drive e fiquem com os "Doo Doo Doo Doo Doo.." que tem no final da música na cabeça. É quase um "Naa Naa Naa Naa" do Hey Jude. Ou não.


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Um agradecimento a Viviane, uma leitora que eu não conhecia e que disse acompanhar o blog há um bom tempo. Ela pediu Incubus, então aqui está :)
Quem quiser pedir música, sintam-se a vontade nos comentários!

sábado, 20 de novembro de 2010

Thirteen Senses - The Salt Wound Routine


Esses dias eu estava pensando em fazer novamente um texto mais reflexivo para o blog, como nesse post de Love Hurts, do Incubus. Queria falar sobre a rotina, todos gostam de falar sobre rotina. E também estava pensando em falar novamente sobre a queridíssima banda THIRTEEN SENSES. Tem uma música deles chamada The Salt Wound Routine (O Sal na Ferida da Rotina). Juntei minhas duas vontades, portanto.

Hoje em dia, ou talvez desde sempre, o que mais gostam de fazer é reclamar. Reclamam dos jovens, dos adultos, da política, da televisão, do trabalho, de sair de casa, de ficar em casa, enfim. Um dos principais alvos dessa reclamação é a tal rotina. Ao que parece, ninguém gosta de repetir as ações do dia anterior, it's all the same, tudo vira um tédio, sair de casa no mesmo horário de sempre é um massacre, seu calendário para a semana que vem é o mesmo da semana passada, e isso não é bem visto por ninguém. Muita gente inveja cantores, atores, celebridades no geral pela sua fama. Mas muita gente inveja esses artistas pela falta de rotina na vida deles. A rotina é um bicho de sete cabeças mesmo?
Seguindo um pouco a proposta do blog "Miniature Disasters", vamos procurar ver o lado bom das coisas. Uma rotina pode significar estabilidade. Até que ponto vale a pena viver em um emprego móvel, depender de diversos fatores para ganhar seu dinheiro, não saber o que acontecerá no dia de amanhã, só para se livrar de tarefas rotineiras? Outra coisa bacana é pensar que algumas rotinas da vida nos deixam com saudades. Quem já não ouviu o pai nostálgico dizer "todo dia as quatro e meia eu descia e comprava uma coca gelada no barzinho do seu Zé", hein? Ou até mesmo você sente isso, por exemplo, quando mudou de horário no colégio, ou quando parou de fazer colegial e começou a trabalhar...

Thirteen Senses - em mais uma música deprê de encher os olhos de lágrima - debate um pouco disso, embora eles "pensam" no fato de não haver necessidade de rotinas, mas sim de recomeços. Uma casa nova, um emprego novo, enfim. Permitir que o vento te leve para onde ele soprar. Acho bonito o raciocínio, tal como o teclado da música, e a voz que transborda emoção de Will South, que eu já falei no post sobre Gone. Na minha opinião, ele não deixa de estar certo, mas quando eu penso no meu futuro talvez o que eu mais queira é uma casa aconchegante para morar, onde eu possa chegar todo dia no mesmo horário nela e ser recebido por minha mulher e meus filhos que, com um sorriso no rosto, disparam a falar sobre o dia na escola, enquanto minha mulher faz surpresa do que ela preparou para a janta.
Talvez eu deseje uma rotina.
O que você deseja?

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post atípico no blog, eu sei. mas espero que gostem da ideia e, claro, que se amarrem cada vez mais por Thirteen Senses.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Arctic Monkeys - Fluorescent Adolescent


Nem me lembro quando, mas faz um tempo, eu olhei para um amigo meu e disparei:
- E o Arctic Monkeys, hein? Disseram que seria a melhor banda da década, e...
Antes que eu completasse a frase, ele decretou:
- E foi a melhor.

Tenho certeza que boa parte das pessoas que visitam meu blog curtem Arctic Monkeys. E não sou vidente, nem nada do tipo. É uma questão de público alvo mesmo... Escrevo bastante sobre indie rock, já falei sobre inúmeras bandas britânicas, gosto de recomendar algo que está entre a jovialidade do rock n' roll e o espírito de descontração das músicas alternativas. E o Arctic Monkeys é um signo disso tudo, quase um estereótipo, respiram o ar indie rock que preenche meu blog. Sabem o sentimento que tenho com The Kooks de que eles traduzem esse estilo (dito nesse post aqui)? Pois então, a maioria das pessoas tem esse mesmo sentimento, só que com Arctic Monkeys.

Eu enxergo essa banda como uma personificação musical de um adolescente que gosta de rock, que é imaturo, é descontraído, é barulhento e revoltado. Ou pelo menos enxergava, já que no último album - Humbug - aparentemente eles resolveram crescer e mudaram de sonoridade. Mas esse álbum fica para outro post, porque hoje vim falar da primeira fase de Arctic Monkeys, que podemos encontrar nos dois primeiros cds, principalmente em FAVOURITE WORST NIGHTMARE, o segundo album. É de lá que retirei a música título de hoje, FLUORESCENT ADOLESCENT, que você com certeza já ouviu em algum lugar. Diferente do que disse no último post, o vocalista Alex Turner não tem uma voz única, tanto que em sue projeto paralelo (The Last Shadow Puppets) ele praticamente faz músicas com um clone (quem quiser procura por Miles Kane e verá como as vozes se assemelham). No entanto, a voz de Alex é um destaque, pois tem toda a pegada do Britpop que é um dos movimentos mais encantadores da história da música.
Em Fluorescent Adolescent, a barulheira do AM é mais organizada, mas podemos entender bem esse espírito de descontração, essa alma de indie rock, a voz do britpop, e todos eteceteras que já citei. O riff é pegajoso, o baixo é de arrepiar, o ritmo é dançante, a energia da música é vibrante. Se foi a melhor banda da década? Prefiro me ausentar dessas discussões, mas garanto que junto com The Strokes, Arcade Fire, Death Cab for Cutie, Spoon, The National, dentre outras bandas que já escrevi sobre (ou não) no meu blog, elevaram a força e a moral do indie rock nos anos 00'.