domingo, 29 de agosto de 2010

Pinback - Boo



Por mil vezes já falei nesse blog que uma banda desconhecida não é sinônimo de falta de talento, mesmo que ela já tenha longos anos de carreira em suas costas. Disse isso com Athlete, repeti com Thirteen Senses, e irei dizer uma vez mais para apresentar a maravilhosa banda PINBACK!
Diretamente da California, o Pinback é formado por uma dupla de talentosos músicos: Zack Smith e Rob Crow. E o que mais gosto desses duos indies - e isso fica muito evidente em Pinback - é o jogo de contraste que as duas vozes fazem em alguma canção. Não há segunda voz, ambos adquirem a mesma importância no conjunto da música, e isso não significa que eles cantam os mesmos versos juntos. Em algum momento é Zack que canta (voz mais aguda), em outro é Rob (voz mais grave), e assim ambos vão criando obras musicais muito gostosas e relaxantes de serem ouvidas, algo que poderia se relacionar ao movimento folk, embora Pinback não seja apenas violões.

Na música que apresento hoje a vocês, a lindíssima BOO, temos essa alternância de vozes bem clara, além de uma melodia bem calma e suave que combina perfeitamente com a voz da dupla.
Um tempero a mais para tornar a canção bem interessante é saber que, no início e no fim da música, podemos ouvir uma chamada de rádio. Essa chamada é de 1938, quando Orson Wells anunciou ao vivo em uma estação de rádio que marcianos estavam invadindo a Terra, narrando sua famosíssima ficção, “Guerra dos Mundos”! O próprio nome da música se refere a esse episódio, já que a população não encarou como uma ficção e entrou em desespero, portanto seria uma exclamação de susto, Boo.
Já a letra não tem muita relação com marcianos, Orson Wells, Guerra dos Mundos, o que for. Conta a história de um rapaz que está se afogando no mar e que deseja estar junto com a pessoa que ama, mas não consegue chegar a ela. Algumas pessoas encaram como uma metáfora, de alguém que ama outra pessoa mas não consegue ficar junto a ela. Outras pessoas encaram como uma situação literal, como se a pessoa amada estivesse na “praia” e o rapaz não conseguisse nadar até ela, morrendo, provavelmente. Aí vai da interpretação de cada um, né?
O que o rapaz no mar tem a ver com a chamada de rádio? Nada. Como eu disse, só um tempero a mais!

Enfim, espero que essa belíssima canção sirva para introduzir vocês ao excelente projeto musical dessa dupla. Pinback foi uma das primeiras bandas indies que ouvi, quando mal entendia como funcionava esse mundo lindo da música. E desde lá eu jamais deixei de lado suas canções, e posso garantir que eles tem MUITA coisa boa que vale a pena estar em suas playlists do mp3! :)

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lifehouse - First Time [acoustic]


Acústicos.
O tema de hoje são as versões acústicas de músicas... não-acústicas.

Fazer uma versão acústica significa arrancar fora de uma música sua bateria, sua guitarra, seu baixo, seu sintetizador, seu não-sei-o-quê elétrico, substituindo todos esses elementos por um violão bacana, quem sabe uma meia-lua de pandeiro, ou até mesmo uma gaita marota. Ou seja, é fazer uma versão onde tudo o que se usa são instrumentos que não precisam de uma tomada pra funcionar!
Eu prefiro compreender que fazer um acústico é tornar uma música apta para se tocar em um lual na praia, sim? Por outro lado, existem pessoas que dizem que fazer um acústico é pegar uma música chata e transformá-la em boa. Será?
Ao meu ver, uma versão "desplugada" (traduzindo de forma estranha o inglês "Acoustic Unplugged") tem todo o potencial para suavizar uma música, e não deixa de ser verdade que diversas canções ficam bem mais bonitas quando tocadas apenas em um violãozinho. Discordam aqueles que adoram um barulho com guitarra, distorção, etc, argumentando que um acústico pode ser monótono e entediante. Hummmm...

Uma das melhores bandas de todas na produção de acústicos é o LIFEHOUSE. Já falei deles nesse post aqui, e quem acompanhou sabe que Lifehouse tem a mania de trilhar minha vida. Se nunca ouviram, deem um play no vídeo e ouça Lifehouse pela First Time (tu-dum-tssss). A música tema de hoje é a primeira do vídeo, e logo de cara vocês podem notar que eles são bem competentes ao vivo também. Não sei se o segredo está na voz rouca do Jason, ou nos acordes sempre em harmonia de suas composições, ou ainda nas batidas do violão, mas veja que nem há o que inventar, é tudo muito simples em um acústico, e com Lifehouse eles funcionam muito!
First Time fala sobre sentir uma sensação muito boa com alguém pela primeira vez, e bem, por mais sugestivo que isso tudo pareça, eu nada posso garantir sobre o que eles verdadeiramente estão falando, né? :)
A versão original você pode ver nesse link aqui, e explora muito o som da guitarra, além de ser beeeem animada. Pessoalmente, prefiro a versão acústica, que trouxe um tom mais intimista à canção, ou até mesmo uma sensação gostosa de fim de tarde.

Se os acústicos melhoram as canções ou as deixam monótonas eu não sei, afinal, isso varia com o gosto de cada um. Mas posso afirmar que a primeira pessoa que teve a ideia de recriar sua própria música de maneira acústica é um GÊNIO, afinal, reciclar é fácil, mas reciclar com originalidade e qualidade... não é para qualquer um.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Death Cab for Cutie - Lightness


Olá queridões.
Meus últimos três posts, pelo que vejo, deixaram de lado um pouco a proposta de descrever sobre determinadas músicas para discutir assuntos mais amplos, como o indie-rock, o indie-electronic, projetos paralelos e o fenômeno Coldplay. Com o post de hoje, vou retomar a ideia de debater sobre uma música em específico, até que me apareçam novos temas mais genéricos a serem discutidos.
E a canção do dia ééé... LIGHTNESS, do querídissimo DEATH CAB FOR CUTIE.
Se quiserem saber mais sobre a banda e um pouco sobre uma outra canção dela, é só entrar nesse post aqui. Hoje vamos, de fato, tentar nos concentrar em uma análise de Lightness.
Sobre a letra da canção: simbolismo, metáforas, sugestões, poesia. Lightness tem todos elementos necessários na letra para encantar todas aquelas pessoas que adoram brincar de decifrar o que o "poeta" está tentando dizer, ou para viajar em cima da composição mesmo. Logo, não podemos afirmar nada com certeza sobre o que a mente criativa de Ben Gibbard quis dizer, mas uma sugestão bem aceitável é sobre o bom e velho dilema entre o coração e a razão. Uma história onde um rapaz gosta de uma moça que não o corresponde por causa da razão. Um verso mais simples, traduzido, diz: "Seu coração é um rio, que flui de seu peito para todos os órgãos. Seu cérebro é a barragem, e eu sou o peixe que não consegue chegar ao núcleo". Obviamente, sendo o autor da canção o possível rapaz, no verso seguinte se esforça em tentar convencer a moça que ela deve seguir o coração: "Você não deve pensar sobre o que você está sentindo" ou "Os instintos são enganosos, eles não te dizem o que você realmente deseja". E o enigma da canção fica no refrão, formado por três simples palavras: "Ivory Lines Lead". Alguém que sabe muito de inglês saberia informar o que ele quis dizer com essa expressão? Bem, independente de você saber inglês, o que você acha sobre o debate "Razão X Coração"? Minha opinião é.....

Quanto à melodia, uma beleza INCRÍVEL. Garanto que tem uma das melodias mais bonitas que já postei aqui, aquela que traz no pacote elementos para tentarem fazer você chorar, MESMO. No refrão, o vocalista ainda faz um "who-hooo" viciante e depressivo que, para mim, é a marca da música. Você deu play no vídeo e se encantou, não é?
Aliás, o album em si que contém essa música, o tal do TRANSATLANTICISM, tem um 'quê' de Radiohead, tanto na melodia mais depressiva, quanto nas letras mais viajadinhas. A diferença é que Death Cab procura ir para um lado de discutir mais o amor, ao invés de críticas ao capitalismo, à sociedade, enfim... Talvez Death Cab for Cutie seja um pouco mais... humano.

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ps1: Death Cab? Dedicado à minha namorada, claro! :)
ps2: Minha última tentativa, acho: se você é a pessoa que encontra meu blog todo dia no google pelos dizeres "comentários acerca da música karma police dos radiohead", me dê um alô pelos comentários, vai.