terça-feira, 27 de julho de 2010

Coldplay - What If


Coldplay: AME ou ODEIE.

Essa é a situação atual da banda Coldplay, pelo menos no Brasil: de um lado, fãs apaixonados que os defendem com unhas e dentes, e de outro, pessoas que enchem o Coldplay de críticas até o pescoço. Raramente você encontra alguém que diga "por mim tanto faz, sou indiferente ao som deles". Ou Coldplay é emocionante ou é monótono. Ou são talentosos ou são enjoativos. Ou tem músicas lindas ou tem músicas patéticas. A questão é, como uma banda consegue dividir tanto a opinião de quem a ouve para chegar nessa relação entre extremos de amor e ódio?
Para tentar analisar essa situação, temos que voltar ao passado, na época que Coldplay não era ainda uma banda de estádio ou arena. Quando surgiu por volta dos anos 2000 com seu debut "Parachutes" (com músicas excelentes como "Don't Panic"), a banda foi alvo de inúmeras comparações com outras bandas já existentes. Entre elas, Radiohead, e seus fãs não deram chance à ideia de uma possível banda que estava imitando Radiohead estar ganhando espaço no cenário musical. A raiva que se criou naquela época prevalece até hoje, e são raros àqueles que curtem a banda de Thom Yorke e gostam de Coldplay também. É bem provável que essas comparações do passado seja um dos motivos para muitas pessoas do presente não gostarem de Coldplay.
Outro motivo provável é que, infelizmente, muitas pessoas tem um certo preconceito com bandas que fazem canções, como podemos dizer... melosas demais! Não, Coldplay não é apenas "The Scientist" e outras músicas mais melancólicas que todo mundo conhece, mas essas canções que fizeram a fama deles, e por isso são caracterizados por elas. Injusto ou não, a verdade é que o argumento de muita gente para dizer que Coldplay é ruim é que eles fazem canções para pessoas delicadas, sendo bem eufemista.
Enfim, a popularização da banda acabou trazendo uma nova renca de odiadores. Não irei falar sobre síndrome de underground, não hoje, mas todos sabem que existem MUITAS pessoas que, por auto-afirmação ou pseudo-personalidade, criticam bandas boas apenas pelo fato delas serem mais populares. Coldplay se popularizou no mundo com o último álbum, o VIVA LA VIDA, e no Brasil também, após ser trilha de novelas, de seriados, enfim.
Agora, quer um bom argumento para entender o por quê de Coldplay ter incontáveis fãs e admiradores de seu trabalho? É simples. Essas pessoas superaram qualquer comparação sem sentido, desataram-se de preconceitos, não enxergaram a popularidade como um atributo ruim à banda, e enfim se deixaram levar por músicas maravilhosas, como WHAT IF, a música-título de hoje.
Agora eu quero saber a opinião daqueles que acompanham / visitam o blog, com seus argumentos pessoais, é claro: Vocês amam ou odeiam Coldplay?

ps: eu gostaria, sinceramente, de conhecer a pessoa que todo dia entra no meu blog pelo google através das palavras chaves "comentários acerca da música karma police dos radiohead"! Por favor, apresente-se nos comentários! hahaha

quinta-feira, 15 de julho de 2010

The Postal Service - Sleeping In



No post de hoje, dois assuntos interessantes: projetos paralelos e o tal do indie electronic.
Vamos começar pelo mais abstrato... Todos aqui sabem que a música eletrônica se divide em milhares de ramificações, que eu não saberia explicá-las nem diferenciá-las, mas o importante é ter na cabeça que duas bandas muito diferentes podem ser classificadas como eletrônicas. Não importa se a banda compõe sua canção baseada somente na tecnologia e em instrumentos eletrônicos, ou se em algum momento causa uma simples distorção eletromecânica na melodia da mesma; em ambos casos, as bandas são classificadas como eletrônica, então você já consegue imaginar quantas variações podemos ter. Até hoje, novas ramificações surgem para esse gênero, e a aparição dos anos 00' que interessa ao nosso blog é a mistura da música alternativa com o eletrônico, o indie electronic. E se a ideia atual das bandas indies é dar uma roupagem nova ao rock, ao pop, ao grunge, [...], por que não transportar isso para a música eletrônica? O resultado não pode ser outro: corpos que vibram e dançam com os efeitos de sintetizador/ computador, misturados à uma leveza impressionante para o gênero. Vamos pegar uma banda famosa por consagrar a música eletrônica: Depeche Mode. Imaginem toda energia das canções dessa banda sem a parte que as torna densa, pesada, forte... AHÁ! Você acaba de produzir um indie electronic.
Podemos pular para os projetos paralelos? Sim? É importante notar que a maioria dos grandes artistas do mundo da música não se contentam com apenas uma banda principal, apenas um projeto para a vida toda. Não importa se for pelo tédio, pela ambição, pela maluquice, pelo fogo no rabo, o que importa é que bons artistas criam projetos paralelos (novas bandas, carreira solo, um mix com integrantes de outras bandas, enfim...). E o grande artista que falo hoje é o senhor Ben Gibbard, frontman da maravilhosa banda indie Death Cab for Cutie, e que criou em 2003 com Jimmy Tamborello (Dntel) e Jenny Lewis (Rilo Kiley) o "THE POSTAL SERVICE", um dos melhores projetos paralelos que já conheci na vida. O resultado? Clique no play e conheça um Indie Electronic de primeira. :)

ps: a categoria "fogo no rabo" foi inclusa para homenagear Jack White. Enquanto você lê esse post, ele está criando novos projetos paralelos.
ps2: "Sleeping In", a música título de hoje, recebe muitas comparações com Owl City, uma outra banda (de um só homem) de indie electronic que vale muito a pena ouvir. Só para constar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

The Kooks - She Moves on Her Own Way


O tal do indie rock traz polêmica. Penso que já falei isso aqui antes, mas vale o replay. Que raios é esse tal movimento indie que tanto se expandiu na última década?
Originalmente, designava qualquer banda que produzisse o próprio cd de maneira independente. Mas todo mundo sabe hoje que esse conceito caiu, eu mesmo não saberia dizer quais das bandas que já citei aqui realmente gravaram um álbum sem nenhum tipo de contrato com gravadoras e produtoras. Provavelmente, nenhuma. Mas são indies, sim, de cabo à rabo, indies.
A verdade é que hoje o indie é um gênero musical, um rótulo, diria mais, um estilo. Sim, você pode se vestir de maneira indie, pode agir de maneira indie, pode falar como um indie. Um estilo, não é mesmo? Eu poderia me esforçar para tentar caracterizar para vocês essa maneira de agir como um indie, as roupas que um indie usam, etc., mas como minha área é música (e não moda, rs), ou tentar falar para vocês qual minha visão de algo indie e genérico.
Primeiro, vou deixar claro que tenho consciência que duas bandas consideradas indies podem ter sonoridade opostas. Por exemplo, Sigur Rós e Fleet Foxes. São indies, mas Sigur Rós é experimental e post-rock, já Fleet Foxes se encontra na área Folk. Então, quando digo Indie Genérico é aquele som que é simplesmente indie, sem outros rótulos.
Falo de um violão agitado que tenta colocar todo mundo pra dançar, enquanto o vocal da banda é despretensioso e segue a música na alegria, na melancolia, no ritmo que for. Falo de uma guitarra especial, diferente daquela do rock n' roll com solos animais que deixavam todos enlouquecidos. A guitarra indie acompanha a música, criando todo o plano de fundo da canção com simplicidade e eficiência, tendo seus momentos de destaque e uma humilde omissão para que os outros instrumentos tomem a frente e se destaquem também. Falo de um clima leve, não tão leve quanto o folk, mas algo que longe de te inspirar uma revolta a ponto de você tentar quebrar seu quarto. É algo gostoso de se ouvir, e diferente da opinião de muita gente, canções com profundidade!
Por fim, a tradução de tudo o que eu falei está com SHE MOVES ON HER OWN WAY, a música-título de nosso post. Se ainda não entendeu, dê um play no vídeo e entenda, na prática, o que é o indie rock nos anos atuais.

ps: Segundo o G.analytics, The Kooks é a segunda banda que mais atrai visitantes para o meu blog, perdendo para Radiohead. Bacana isso, mostra que o público deles no Brasil só está crescendo. :)