sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Radiohead - No Surprises


No alarms. No surprises. Please.

Já faz um ano mais ou menos que eu escrevi sobre Karma Police do Radiohead, e disparadamente foi o texto que mais rendeu visitas ao blog. Segundo o Google Analytics, foram aproximadamente 490 visitas vindas do google por palavras chaves como "interpretação Karma Police", "comentários acerca de Karma Police", "karma police crítica". Isso me deixa um pouco tenso para falar de novo sobre as composições de Thom Yorke e sua banda, criou-se uma responsabilidade, ainda mais se eu for falar de um outro clássico da banda, a linda NO SURPRISES.
O que dizer sobre uma música onde a primeira frase é "Um coração que se encheu como um aterro sanitário"? Impactante? Bem, como já dito no blog, o album OK COMPUTER surgiu no cenário da música para impactar mesmo, para destruir os poderosos, para chocar os submissos. Eu não sei qual é a relação das pessoas ao ouvir uma frase desse tipo, mas será que ninguém se mobiliza para rever aonde está levando a sua vida? Seu coração está se enchendo de amor (o necessário) ou de lixo - como um aterro sanitário?
"Um trabalho que te mata lentamente", "Um machucado que nunca cicatriza", "Um aperto de mão no monóxido de carbono". Essas frases são apenas exemplos do que corre dentro da canção, e todas elas tentam lutar contra uma só situação: o conformismo. E seguindo o conceito do album, um conformismo com as atitudes do governo, é claro. Nessa canção é até dito claramente "Derrube o governo, eles não falam pela gente!", algo até inesperado de uma banda repleta de simbolismos e metáforas. O que o governo pede está no refrão da canção, a famosa frase "Sem alarmes e sem surpresas, por favor", e obedientemente, a população dá a sua resposta: "Silêncio. Silêncio." A vida é um caos, existem pessoas pisando na gente, mas estamos conformados. Silêncio.

Essa análise pode até parecer agressiva, mas no fundo, é isso o que o Radiohead nos propoem. E mais do que isso, dentro da arte musical. Para demonstrar agressividade eles não precisam de guitarras destruidoras, de visuais revoltados, de uma música barulhenta. Se você ouvir No Surprises vai se deparar com uma melodia calma, com toques que se assemelham a uma canção de ninar, um embalo relaxante e um piano sedativo (quem disser que nunca ouviu o riff de piano dessa música deve estar enganado, aliás). E essa calmaria dentro da canção misturada a sua letra caótica inverte os sentidos, inverte os signos, inverte nossa cabeça. Afinal, No Surprises mostra que a calmaria não vem depois da tempestade, pois vivemos em um mundo onde tentamos ficar calmos durante a tempestade.

--
*um feliz ano novo para todos! :)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mew - Special


You're special, you're like rocket through me.

MEW é uma daquelas bandas que tudo indica que você nunca irá conhecer. Banda indie, dinamarquesa, nome de um pokémon, nunca apareceu como trilha de algum filme, nunca fez uma tour mundial, talvez nunca tenha tocado em uma rádio norte-americana. Até mesmo o last.fm parece ignorar Mew, nunca os vi relacionados em nenhuma página (exceto em páginas de outras bandas dinarmaquesas, como Carpark North ou Kashmir, igualmente desconhecidas). Mas quando você está predestinado a algo, nada pode impedir esse encontro. Pode ser por um amigo 'meio-anormal' que te indique a banda ou você pode ler sobre ela em um blog de recomendação de músicas... No meu caso, foi pelo amigo. No caso de vocês, será por este blog!

Mew é daquelas bandas que adoram se basear no experimentalismo para fazer suas músicas. A maioria das bandas costumam ter uma ou duas canções experimentais, como Sway do Lostprophets, mas no caso de Mew, quase todas são dessa forma, e eles devem ter uma ou duas que são "normais". Em verdade, a voz de Jonas Bjerre já é algo experimental por si só! Dê o play no vídeo, ouça SPECIAL, e entenda o que estou dizendo!
Uma das coisas que mais gosto no Mew é a forma de como eles conseguem ser melódicos e agressivos ao mesmo tempo. Em Special isso é claro, a música começa em uma explosão com a bateria, com uma batida arregaçadora. No entanto, a guitarra da música dá um ritmo dançante e melódico para a canção, e quando o vocalista entra com sua "voz special" cantando a frase que inicia esse post, você confirma que Mew é algo beeem diferente do usual. Ousados e originais!
Com um ritmo ditado pela bateria, Special fala sobre uma garota que faz mal a um rapaz que gosta dela, mas ele não consegue deixá-la, como se ela fosse uma droga. Jonas disse em entrevista que fala sobre sexo, e se fosse qualquer outra pessoa falando, eu diria que essa pessoa teria uma mente suja ao pensar nisso. Só por causa das frases "Eu te colocarei para cima e para baixo" ou "Você é como um foguete pra mim"? Maaas, como quem disse isso foi o compositor da música, talvez eu deva acreditar nele, muita gente trata sexo como uma droga mesmo...

Special está no quarto album do grupo, "And the Glass Handed Kites", album classificado como Rock Progressivo, o que para mim não significa nada, mas para muita gente significa muito. Para mim o que importa é passar a mensagem de que o Mew produz um som bem diferente do que estamos acostumados a ouvir, e que dificilmente deixam de cativar alguém com suas músicas!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Lifehouse - Broken


Veja só se não é a quarta vez que falo de Lifehouse?! Eu realmente devo gostar dessa banda.

Sendo trilha de Grey's Anatomy, One Tree Hill, Criminal Minds e mais uma pancada de seriados, além de longas metragens no geral, a canção BROKEN do Lifehouse é bem famosinha e cativante. Ela se encontra no penúltimo album da banda (WHO WE ARE), figurando junto com First Time, já comentada aqui no blog. Ao ouvi-lá, a primeira sensação é de um deja-vu, como se essa música tivesse embalado alguma época da sua infância e você a reencontrasse naquele exato momento. Depois, basta prestar um pouco de atenção nela, e novas sensações começam a se despertar. Um leve sentimento que você irá se desmanchar ao som da música. Não deve ser átoa que o nome dela é "quebrado".

ATENÇÃO: ESSA CANÇÃO É EXTREMAMENTE PREJUDICIAL PARA PESSOAS COM O CORAÇÃO PARTIDO.
E falo isso por experiência própria. Hoje, ouvir músicas de pé-na-bunda não me entristecem muito. Mas quando você está vivenciando aquela situação, quando você sabe exatamente o que o cantor está querendo dizer, ahhhhh... aí ela te pega de jeito! É impossível não se abalar e não dar um replay na canção algumas vezes.
O pianinho da música nem traz tanta depressão assim, as batidas do começo da música trazem até um clima esperançoso. Mas a medida que a melodia vai evoluindo, vai se desdobrando, você vai sendo sugado por ela, acaba grudado no ritmo hipnotizante dela, e quando percebe, já foi dominado. Lifehouse é bom nisso!
A guitarra (comentada nesse post aqui) dessa vez é mais omissa, deixa o espaço para que os outros instrumentos pintem a canção. Ousaria a dizer que tem um violino nela, inclusive, mas não tenho certeza absoluta, então sem afirmações. E a letra destroçadora diz sobre um rapaz que se sente quebrado, que só consegue dormir porque seu relógio não funciona mais, alguém que mal consegue respirar, que procura a cura na sua própria dor, com um coração quebrado que continua batendo, que se sente perdido, sozinhol, largado, e....... UOW! Quem não se abala com uma história dessas?

Há ainda algumas outras hipóteses e interpretações. Há quem diga que a banda está falando sobre um transplante de rins (!!!), além da temática religiosa, já que supostamente Lifehouse seria uma banda cristã. Isso porque no refrão é dito "No seu nome eu encontro significado" e em outra parte "Me seguro nas suas palavras", onde se encaixaria o nome de Jesus e a Bíblia, respectivamente. Bem, como sempre, eu vou na probabilidade do coração partido por uma garota. Mas nada contra as outras interpretações, músicas boas no geral tem que ter diversas delas mesmo!
Por hoje é isso! Se gostaram da música, deem uma olhada nos outros três posts (Hanging by a Moment, First Time e Blind) que, com certeza, não irão se decepcionar com as músicas lindas de Lifehouse!
Beijos.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Incubus - Drive


Aaaaah, Incubus.
Aaaaah, as letras de Incubus.

Certa vez eu disse que a melhor característica da banda americana de rock alternativo Incubus eram as reflexões impostas em cada uma de suas composições. Incubus é uma banda de diversas facetas (considerando suas variações na produção musical) e de vários atrativos que podem criar um vínculo com os admiradores da boa música. Tem quem goste das músicas pesadas e barulhentas que honram o nome da banda, tem quem goste das baladinhas extremamente bem feitas, tem quem goste dos arranjos e riffs da guitarra, tem quem goste da voz de Brandon Boyd (todos os fãs da banda), enfim... eu gosto de tudo um pouco, mas o que de fato me admira neles continua sendo suas letras...

Lembram-se das duas vezes que falei de Incubus aqui? Discutimos sobre como o amor dói e sobre egos inflados. Ambos foram do último album, que não é preferência dos fãs (embora seja minha preferência). Hoje, portanto, falarei de uma canção que está em num álbum mais antigo, MAKE YOUSELF, o terceiro da banda, e aquele que levou-os ao reconhecimento internacional, com músicas nas rádios, clipes na televisão, etc e tal. Aliás, eu poderia dizer mais: houve uma música dentro do album que foi o empurrão do Incubus para a fama, e não por acaso, é a canção título de hoje: a acústica DRIVE!
Incubus nunca tinha sido muito "violãozinho e tranquilidade", os dois albuns anteriores eram repletos de barulho e rock n' roll, e Drive pode até ser uma representação dessa mudança de ares nas terras Incubísticas (?), mas independente disso (como já foi falado, Incubus ainda mantém uma variação boa), a música é excelente, pode ser ouvida durante uma viagem, um dia chuvoso, uma caminhada no parque, enfim... Costumo gostar bastante dessas canções que se adaptam às diversas situações, e raramente desagradam alguém.

Falei tanto das letras de Incubus e vocês acham que eu não iria falar sobre o que diz a letra de Drive? Bem, Make Yourself no geral traz uma característica em comum em suas composições, elas exaltam a independência, é um album que inspira liberdade, dos mais diversos modos. Em Drive, Brandon nos impulsiona a deixar nossos medos de lado, diz que nossas preocupações às vezes controlam (dirigem) nossas vidas, e que nós temos que assumir o controle dela! "Segure o voltante e dirija", é uma das frases que marcam a canção, e não é átoa que o album se chama "Faça você mesmo"!
Há uma polêmica religiosa envolvendo essa música devido à frase "você escolheria água ao invés de vinho?". Alguns dizem que é uma frase para simbolizar o anti-cristianismo, o que pessoalmente eu acho bobagem. O album inteiro fala sobre escolhas, a própria canção quer passar a mensagem que você mesmo tem que ter o controle do que escolherá para sua vida, então por que iriam envolver religião na história? Bem, fica a critério de cada um a interpretação.
Por fim, espero que gostem de Drive e fiquem com os "Doo Doo Doo Doo Doo.." que tem no final da música na cabeça. É quase um "Naa Naa Naa Naa" do Hey Jude. Ou não.


--
Um agradecimento a Viviane, uma leitora que eu não conhecia e que disse acompanhar o blog há um bom tempo. Ela pediu Incubus, então aqui está :)
Quem quiser pedir música, sintam-se a vontade nos comentários!

sábado, 20 de novembro de 2010

Thirteen Senses - The Salt Wound Routine


Esses dias eu estava pensando em fazer novamente um texto mais reflexivo para o blog, como nesse post de Love Hurts, do Incubus. Queria falar sobre a rotina, todos gostam de falar sobre rotina. E também estava pensando em falar novamente sobre a queridíssima banda THIRTEEN SENSES. Tem uma música deles chamada The Salt Wound Routine (O Sal na Ferida da Rotina). Juntei minhas duas vontades, portanto.

Hoje em dia, ou talvez desde sempre, o que mais gostam de fazer é reclamar. Reclamam dos jovens, dos adultos, da política, da televisão, do trabalho, de sair de casa, de ficar em casa, enfim. Um dos principais alvos dessa reclamação é a tal rotina. Ao que parece, ninguém gosta de repetir as ações do dia anterior, it's all the same, tudo vira um tédio, sair de casa no mesmo horário de sempre é um massacre, seu calendário para a semana que vem é o mesmo da semana passada, e isso não é bem visto por ninguém. Muita gente inveja cantores, atores, celebridades no geral pela sua fama. Mas muita gente inveja esses artistas pela falta de rotina na vida deles. A rotina é um bicho de sete cabeças mesmo?
Seguindo um pouco a proposta do blog "Miniature Disasters", vamos procurar ver o lado bom das coisas. Uma rotina pode significar estabilidade. Até que ponto vale a pena viver em um emprego móvel, depender de diversos fatores para ganhar seu dinheiro, não saber o que acontecerá no dia de amanhã, só para se livrar de tarefas rotineiras? Outra coisa bacana é pensar que algumas rotinas da vida nos deixam com saudades. Quem já não ouviu o pai nostálgico dizer "todo dia as quatro e meia eu descia e comprava uma coca gelada no barzinho do seu Zé", hein? Ou até mesmo você sente isso, por exemplo, quando mudou de horário no colégio, ou quando parou de fazer colegial e começou a trabalhar...

Thirteen Senses - em mais uma música deprê de encher os olhos de lágrima - debate um pouco disso, embora eles "pensam" no fato de não haver necessidade de rotinas, mas sim de recomeços. Uma casa nova, um emprego novo, enfim. Permitir que o vento te leve para onde ele soprar. Acho bonito o raciocínio, tal como o teclado da música, e a voz que transborda emoção de Will South, que eu já falei no post sobre Gone. Na minha opinião, ele não deixa de estar certo, mas quando eu penso no meu futuro talvez o que eu mais queira é uma casa aconchegante para morar, onde eu possa chegar todo dia no mesmo horário nela e ser recebido por minha mulher e meus filhos que, com um sorriso no rosto, disparam a falar sobre o dia na escola, enquanto minha mulher faz surpresa do que ela preparou para a janta.
Talvez eu deseje uma rotina.
O que você deseja?

--
post atípico no blog, eu sei. mas espero que gostem da ideia e, claro, que se amarrem cada vez mais por Thirteen Senses.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Arctic Monkeys - Fluorescent Adolescent


Nem me lembro quando, mas faz um tempo, eu olhei para um amigo meu e disparei:
- E o Arctic Monkeys, hein? Disseram que seria a melhor banda da década, e...
Antes que eu completasse a frase, ele decretou:
- E foi a melhor.

Tenho certeza que boa parte das pessoas que visitam meu blog curtem Arctic Monkeys. E não sou vidente, nem nada do tipo. É uma questão de público alvo mesmo... Escrevo bastante sobre indie rock, já falei sobre inúmeras bandas britânicas, gosto de recomendar algo que está entre a jovialidade do rock n' roll e o espírito de descontração das músicas alternativas. E o Arctic Monkeys é um signo disso tudo, quase um estereótipo, respiram o ar indie rock que preenche meu blog. Sabem o sentimento que tenho com The Kooks de que eles traduzem esse estilo (dito nesse post aqui)? Pois então, a maioria das pessoas tem esse mesmo sentimento, só que com Arctic Monkeys.

Eu enxergo essa banda como uma personificação musical de um adolescente que gosta de rock, que é imaturo, é descontraído, é barulhento e revoltado. Ou pelo menos enxergava, já que no último album - Humbug - aparentemente eles resolveram crescer e mudaram de sonoridade. Mas esse álbum fica para outro post, porque hoje vim falar da primeira fase de Arctic Monkeys, que podemos encontrar nos dois primeiros cds, principalmente em FAVOURITE WORST NIGHTMARE, o segundo album. É de lá que retirei a música título de hoje, FLUORESCENT ADOLESCENT, que você com certeza já ouviu em algum lugar. Diferente do que disse no último post, o vocalista Alex Turner não tem uma voz única, tanto que em sue projeto paralelo (The Last Shadow Puppets) ele praticamente faz músicas com um clone (quem quiser procura por Miles Kane e verá como as vozes se assemelham). No entanto, a voz de Alex é um destaque, pois tem toda a pegada do Britpop que é um dos movimentos mais encantadores da história da música.
Em Fluorescent Adolescent, a barulheira do AM é mais organizada, mas podemos entender bem esse espírito de descontração, essa alma de indie rock, a voz do britpop, e todos eteceteras que já citei. O riff é pegajoso, o baixo é de arrepiar, o ritmo é dançante, a energia da música é vibrante. Se foi a melhor banda da década? Prefiro me ausentar dessas discussões, mas garanto que junto com The Strokes, Arcade Fire, Death Cab for Cutie, Spoon, The National, dentre outras bandas que já escrevi sobre (ou não) no meu blog, elevaram a força e a moral do indie rock nos anos 00'.

domingo, 31 de outubro de 2010

Muse - Sing for Absolution


Quem acompanha meu blog sabe que uma de minhas três bandas favoritas (além de Radiohead e Theory of a Deadman) é um trio britânico de rock chamado MUSE. Já escrevi mais de 30 textos para o Song Sweet Song e pela primeira vez vou falar sobre uma música deles. A questão é: por que não falei antes se é uma das bandas que mais gosto?! Simples! Nunca achei que algum texto meu sobre o Muse fizesse jus ao espetáculo musical que eles produzem para a gente!
A nova questão é: O texto de hoje vai fazer jus ao nível sonoro de Muse? Eu digo que não. Se eu esperar isso acontecer, provavelmente jamais falarei deles...

Vou ser bem direto para descrevê-los. Quem acha que o rock está morto é porque nunca ouviu Muse. Quem acha que apresentações ao vivo não superam gravações de estúdio, nunca viu o Muse no palco nem ao menos pelo youtube. Quem acha que é impossível criar músicas roqueiras e eletrônicas a partir da influência de música clássica é porque não faz ideia do que Matt Bellamy, o vocalista dessa banda sensacional, pode fazer.
Há diversos modos de se encantar com Muse. Em verdade, eles produzem um som bem variado e bem único, sempre com muita qualidade. As músicas são densas e intensas, muitas vezes criticam a política (o que não é de meu interesse pessoal, mas há quem goste do tema) e muitas vezes falam do fim do mundo, já que Matt Bellamy parece ter um particular tesão sobre esse assunto. Tornaram-se popular nos EUA e até mesmo no Brasil após aparecerem na trilha do filme Crepúsculo, o que até hoje causa um distúrbio nos fãs meia tigela de Muse com a famosa síndrome de underground.

Introduzido ao trio, ouçam agora uma obra de arte do terceiro album deles, a épica SING FOR ABSOLUTION. Resolvi recomendar essa a vocês por diversos motivos, o principal deles pelo fato de que essa foi a primeira canção que ouvi do Muse (e se me encantei por eles desde esse momento, pode acontecer com vocês também). Reparem em alguns elementos essenciais de Muse nessa canção. Primeiro, o piano ultra-marcante. Matt é um dos melhores pianistas da atualidade, e com essa influência clássica que já citei, não poderia resultar em algo melhor. Segundo, a voz ÚNICA de Matt. Há cantores com excelentes vozes pelo mundo da música, mas com excelentes vozes inimitáveis, esses são raridades. Terceiro, a introsação que os instrumentos encontram na melodia. O power trio baixo-guitarra-bateria vivem um casamento em perfeita harmonia com o Muse. Por fim, a guitarra épica. Eu nem sabia o significado disso antes de ouvir Sing For Absolution; se você não sabe, vai por mim, ouvir Muse é o melhor meio de entender esse conceito quase espiritual dentro da música hahaha

Sei que acabou saindo um post um tanto sério, mas espero que tenha sido bom o suficiente para agradar a quem já conhece Muse e despertar a curiosidade naqueles que ainda não conhecem!
No mais, polêmicas como "Muse é o novo u2?", "Muse tá virando popular e comercial?", "Matt Bellamy é o melhor guitarrista da atualidade?", podem ser discutidas nos comentários, o que com certeza me ajudará a fazer um próximo post sobre eles!
Abraços a todos meus leitores queridos ;)

sábado, 23 de outubro de 2010

Spoon - You Got Yr. Cherry Bomb


Felicidade! Chuva de papel picado! Pessoas dançando com roupas coloridas!
O clima hoje é de alegria no Song Sweet Song!

Então você me pergunta: Hoje é aniversário do blog?! E eu respondo: não!
A verdade é que é impossível ouvir YOU GOT YR. CHERRY BOMB, do aclamado SPOON, sem deixar de se contagiar com sentimentos de alegria e empolgação!
E como meu blog tem uma fama de, a cada 10 músicas, recomendar 9 canções deprês e 1 canção fossa, acho justo essa comemoração quando aparece algo tão feliz! Aproveita que é raro!
(perceberam quantas exclamações já coloquei nesse post? quem acertar o número de "!" espalhadas nesse texto ganha um pirulito! rs)

Spoon é uma banda formada no Texas que é famosa por ser queridinha dos indies. Não é para menos, esses caras sabem como fazer música boa!
Todo esse carnaval do começo do post tenta descrever a sensação que sinto ao ouvir You Got Yr. Cherry Bomb. Nesse momento espero que você já tenha dado um play na canção, podendo dessa forma me ajudar a descrever a empolgação que a banda consegue passar por ela. Ainda me lembro que eu estava indo para o show do Coldplay com essa música na cabeça... fui esmagado no busão que peguei lotado para o morumbi, o ônibus andava um metro a cada cinco minutos com o trânsito, e o motorista anunciou que teria que deixar todo mundo longe do estádio porque seria impossível se aproximar do local. Todos começaram a reclamar e se estressar com a situação, TODOS, menos... eu! E sabe o por quê? Porque eu estava com o refrão de Spoon na cabeça: "Blow out that cherry bomb...for me!". E desde então apelidei-a de "música do bom humor".
E foi quando me veio o pensamento de como música pode mexer com nossa maneira de lidar com as situações. Às vezes ficamos meio para baixo em um dia muito bonito porque estamos imersos na melancolia de uma melodia triste, mas às vezes lidamos com bom humor em situações adversas só por causa da feliz canção que preenche nossa cabeça...

A ironia do post? Em entrevista, o vocalista do Spoon disse a seguinte frase quanto essa música: "Actually, it's a really sad song". Ou em português claro: "Em verdade, essa é uma canção muito triste". WTF?
Segundo ele, a frase do refrão "assoprar a bomba de cereja" representa algo como "apagar a chama do amor", referindo-se ao momento da separação de um casal.
Well... cada um com sua forma de representar a tristeza, não é mesmo?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

The Shins - Caring is Creepy


Há muito tempo tenho vontade de escrever sobre essa canção, mas por algum motivo nunca soube o que falar dela. Talvez porque todas boas energias que ela me passa sejam muito particulares, me remetem a momentos que vivi... Nesses casos, costumo falar mais sobre a banda, mas nem sobre o próprio The Shins eu tenho muito a falar. Uma boa banda, faz um folk-rock de muita qualidade, ficou famosa quando New Slang apareceu como trilha do filme Garden State, agrada 90% dos indies que a conhecem, e é só isso.
Fim do post?

Claro que não. Nessas horas eu recorro a uma alternativa bacana, vamos debater sobre a letra da música!
Não com muita sorte, se você analisar a letra de Caring Is Creepy vai encontrar um quebra cabeça de informações e muitas metáforas. Sim, metáforas dominam as poesias, dominam as músicas, dominam o vestibular, dominam sua prova de literatura, e depois do Google, dominam o mundo. Mas entrei em fóruns e consegui tirar algumas conclusões bacanas sobre essa brincadeira do The Shins.
Primeiro que, ao contrário do que o título da música sugere (algo como "Cuidar é assustador"), eles não estão falando sobre como o ato de tomar conta de alguém os deixam apavorados. Em verdade, falam de muita coisa. Por exemplo, falam dos momentos nos quais temos que fingir que está tudo bem enquanto estamos destruídos por dentro, dos momentos nos quais temos que omitir um "eu-revoltado" dentro da gente, dando vida a um "eu-passivo" obrigado a engolir as mais difíceis situações. A canção começa dizendo algo como "Acho que vou pra casa meditar sobre isso antes que desça pela minha garganta". O típico 'vou contar até dez' antes de fazer alguma bobagem impensada. A propósito, esse auto-controle figura a música toda. Um outro fato importante pincelado na canção são aqueles momentos em que estamos praticamente possuídos e quase deixamos de lado nossos princípios:"Nunca traia a maneira que você sempre agiu", diz a letra.
E para não dizer que o título não tem nada a ver com a canção, a verdade é que o enredo parece ter sido montado a partir de um momento que o compositor concluiu que as pessoas tem medo de mostrar seus sentimentos, medo de ficarem vulneráveis com isso, o que são duas verdades: sim, você tem medo de se apaixonar, e SIM, você fica vulnerável quando está nessa situação. Mas quem disse que isso é ruim? Sou a favor da gente se entregar a paixão e vivê-las intensamente, caindo de vez em quando, mas sempre aprendendo com os erros, e...

Confesso que acho essa canção diferente do que o The Shins costuma produzir, tanto que foi a primeira deles que ouvi e até hoje não encontrei nenhuma outra deles que eu goste tanto quanto esta... Mas isso não significa nada, espero que ouçam e curtam The Shins! :)

--
ps: texto enorme, eu sei, acreditam se eu falar que já resumi uma parte dele? :(

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Pinback - Penelope


Hoje eu estava pensando como Pinback consegue ser diferente de tudo o que já ouvi sem precisar de ousadia e experimentalismo. Não é como Sigur Rós, que é diferente de tudo por estar enquadrado em um universo de canções que quebram paradigmas e causam estranheza com suas belas composições. Pinback é meio folk, baseia suas músicas em cima de violões, alterna a voz grave e aguda dos vocalistas (como já dito aqui), e com tamanha simplicidade, criam um som único. Como eles conseguem isso? Refletindo nessa pergunta, resolvi escrever sobre essa dupla californiana de novo, repetindo a dobradinha Lifehouse-Pinback de poucos posts atrás...

PENELOPE, a música título de hoje, está inclusa no amazing BLUE SCREEN LIFE, mesmo álbum que contém Boo. A letra fala sobre a incrível história de um.... PEIXE DOURADO LOL. Sim, é uma letra falando sobre um peixe dourado inquieto que não deseja mais viver em seu mundinho, provavelmente um aquário... Algumas pessoas enxergam uma metáfora de algo "maior", como um ser humano cansado de viver em seu planeta, mas enfim, como eu sempre digo a interpretação vai de cada um. Eu simplesmente acho divertida a ideia de uma banda resolver fazer uma música sobre um peixe de estimação chamado Penelope. Não tem como ser mais espontâneo.
E assim já começamos a responder a questão principal do post. A espontaneidade de Pinback já os diferencia de muitas bandas que encontramos por aí no mundo atual.
Quanto à melodia, um dedilhado lindíssimo de violão introduz e carrega a canção nos ombros, enquanto ela cresce por meio da bateria, e claro, por meio do baixo delicioso, denotando uma outra característica 100% pinback: utilização e valorização do baixo na canção. Vamos convir que o baixo é um instrumento subestimado, tem gente que acha inclusive que o baixo não faz diferença em uma banda. ORA BOLAS. Ouça Pinback e veja o que uma boa exploração desse instrumento pode trazer como resultado :)
A alternância de vozes é linda, não é mesmo?

Confesso que mesmo refletindo sobre tudo isso ainda continuo achando misterioso o dom de Pinback de ser tão simples e tão diferente. Mas vale a conclusão que unindo espontaneidade, duas ótimas vozes, composições simplistas, um violão bem dedilhado e um baixo bem trabalhado, teremos excelentes produções musicais que valem estar em nossas playlists. A propósito, quando eu tiver um peixe dourado ele se chamará Penelope. E tenho dito.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lifehouse - Blind


Olá queridões.
Com esse post, Lifehouse acaba de entrar pro almejado ranking de bandas que já foram comentadas no meu blog três vezes ou mais!! (ohhhhh) que honra para eles, não?
Bem, já falei que eles servem como meu "life's soundtrack", já despejei elogios nos acústicos deles, e dessa vez eu vim falar sobre como funciona a guitarra de Lifehouse.
Muita gente tem uma visão de que a guitarra tem exclusiva função de criar solos alucinantes ou tornar uma música mais pesada. Ou melhor, que a guitarra é o elemento da banda que torna suas músicas agitadas, na pegada do rock n' roll \m/ Sinto informar que isso não é verdade... a guitarra pode servir como base, pode ser a introdução de uma canção, pode apenas acompanhar o vocal, pode criar riffs que grudam na cabeça, e não necessariamente tornar a música pesada ou agitada. Lifehouse é a prova disso. Se você der um play e ouvir BLIND, vai entender do que eu estou falando!
Você classificaria Blind como uma música pesada? Aposto que não. Pode não ser uma baladinha romântica dos anos 80, ou alguma musiqueta deprê que eu já tenha jogado no blog para vocês, mas também não tem nada alucinante na canção que a torne densa... E se vocês perceberam, tem MUITA guitarra na música. O tempo todo. Começa logo na introdução para nos colocar no pique da canção, em seguida nos serve de base durante os versos antes do refrão, entra com força na ponte e, claro, cresce na chegada do refrão trazendo vida pra melodia e nos encantando como o Lifehouse sabe muito bem fazer. Pra quem é viciado em solos, ainda tem um solinho distorcido muito gostoso de curtir...
A guitarra só descansa por alguns segundos, enquanto Jason Wade canta um dos refrões apenas na base do violão, uma característica herdada do movimento britpop que sempre traz um gostinho a mais na canção... Teta!

Como sempre gostam que eu fale sobre a história, dessa vez Jason conta sobre alguém que ele amou cegamente, mas que por algum motivo partiu e quebrou o coração do coitado. Há uma discussão que questiona se a pessoa que ele amou é uma garota ou seu pai, ou também se a pessoa o abandonou ou se teve que se mudar de país, por exemplo... mas para mim, isso tudo vira personagem secundário perto da belíssima melodia da canção, e claro, perto da guitarra de Blind, o protagonista dessa peça disparadamente.

--
ps: ontem eu e minha namorada linda completamos um ano de namoro! felicidades a nós! :)

domingo, 12 de setembro de 2010

OneRepublic - All Fall Down


We all fall down.
Sim, fazia um tempo que eu não trazia para vocês uma musiquinha deprê para se ouvir em um dia chuvoso. Estavam com saudades, não é mesmo? Sei... hahaha

OneRepublic é uma banda que está entre o indie e o pop. Algo como The Fray, entendem? Tem uma sonoridade que agrada a quem gosta desse mundo alternativo das músicas e por algum motivo já foi parar na lista de bandas populares americanas, e esse motivo no caso do OneRepublic foi uma parceria com o Timbaland (!!) em um remix de uma de suas canções que pouco nos importa hoje. Afinal, eu vim falar de ALL FALL DOWN, a minha preferida deles.
Como eu disse, em cinco segundos você já percebe a fossa que a música te joga. Com uma batida deliciosa de violão somada a uma entrada triunfal de violino, você sabe que os próximos quatro minutos irão te deprimir, mas você não se importa, pois a canção é linda. Quer ver como isso é verdade? Dá um play no vídeo! (como sempre digo, quem não gosta de musiquetas deprês pode não curtir, mas quem gosta do meu blog provavelmente gosta de musiquetas deprês, sim?)
All Fall Down é uma tentativa do OneRepublic de dizer para o mundo que todos nós somos humanos. Em sua letra, descreve algumas situações e sempre termina no refrão com "Saiba que todos nós caímos"... Afinal, é a pura verdade. Você já invejou alguém por ela ser extremamente feliz e você estar sempre no seu mundinho triste do seu quarto? Saiba que ela também já caiu, pois isso é humano, o importante é se reerguer e aproveitar as situações boas para ser feliz! :)
Por fim, a canção também passa uma mensagem de ajuda, pois provavelmente foi escrita para alguém que estava em depressão. O autor diz algo como "quando o seu mundo desabar você irá me encontrar". Pois todos nós precisamos de alguém para nos erguer e precisamos também, em contrapartida, ajudar as pessoas que estão nessas situações, não é mesmo?
Ah sim, minha parte favorita está no refrão, quando se canta "Lost 'till you're found, Swim 'till you drown, Love 'till you hate, Strong 'till you break"... é impressionante como o refrão dessa canção é forte, se você se envolve mesmo na melodia, é impossível não querer gritá-lo junto com OneRepublic.
É nesse clima de melancolia com uma mensagem positiva de companheirismo que eu mando um abraço a todos que lêem o meu blog e um muito obrigado por estarem aqui! :)
Até mais!

--
clique e entre na comunidade do OneRepublic no orkut

domingo, 29 de agosto de 2010

Pinback - Boo



Por mil vezes já falei nesse blog que uma banda desconhecida não é sinônimo de falta de talento, mesmo que ela já tenha longos anos de carreira em suas costas. Disse isso com Athlete, repeti com Thirteen Senses, e irei dizer uma vez mais para apresentar a maravilhosa banda PINBACK!
Diretamente da California, o Pinback é formado por uma dupla de talentosos músicos: Zack Smith e Rob Crow. E o que mais gosto desses duos indies - e isso fica muito evidente em Pinback - é o jogo de contraste que as duas vozes fazem em alguma canção. Não há segunda voz, ambos adquirem a mesma importância no conjunto da música, e isso não significa que eles cantam os mesmos versos juntos. Em algum momento é Zack que canta (voz mais aguda), em outro é Rob (voz mais grave), e assim ambos vão criando obras musicais muito gostosas e relaxantes de serem ouvidas, algo que poderia se relacionar ao movimento folk, embora Pinback não seja apenas violões.

Na música que apresento hoje a vocês, a lindíssima BOO, temos essa alternância de vozes bem clara, além de uma melodia bem calma e suave que combina perfeitamente com a voz da dupla.
Um tempero a mais para tornar a canção bem interessante é saber que, no início e no fim da música, podemos ouvir uma chamada de rádio. Essa chamada é de 1938, quando Orson Wells anunciou ao vivo em uma estação de rádio que marcianos estavam invadindo a Terra, narrando sua famosíssima ficção, “Guerra dos Mundos”! O próprio nome da música se refere a esse episódio, já que a população não encarou como uma ficção e entrou em desespero, portanto seria uma exclamação de susto, Boo.
Já a letra não tem muita relação com marcianos, Orson Wells, Guerra dos Mundos, o que for. Conta a história de um rapaz que está se afogando no mar e que deseja estar junto com a pessoa que ama, mas não consegue chegar a ela. Algumas pessoas encaram como uma metáfora, de alguém que ama outra pessoa mas não consegue ficar junto a ela. Outras pessoas encaram como uma situação literal, como se a pessoa amada estivesse na “praia” e o rapaz não conseguisse nadar até ela, morrendo, provavelmente. Aí vai da interpretação de cada um, né?
O que o rapaz no mar tem a ver com a chamada de rádio? Nada. Como eu disse, só um tempero a mais!

Enfim, espero que essa belíssima canção sirva para introduzir vocês ao excelente projeto musical dessa dupla. Pinback foi uma das primeiras bandas indies que ouvi, quando mal entendia como funcionava esse mundo lindo da música. E desde lá eu jamais deixei de lado suas canções, e posso garantir que eles tem MUITA coisa boa que vale a pena estar em suas playlists do mp3! :)

--
veja os melhores comentário da semana clicando AQUI e AQUI
(sim, os melhores comentários ganham divulgação especial no meu blog :)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Lifehouse - First Time [acoustic]


Acústicos.
O tema de hoje são as versões acústicas de músicas... não-acústicas.

Fazer uma versão acústica significa arrancar fora de uma música sua bateria, sua guitarra, seu baixo, seu sintetizador, seu não-sei-o-quê elétrico, substituindo todos esses elementos por um violão bacana, quem sabe uma meia-lua de pandeiro, ou até mesmo uma gaita marota. Ou seja, é fazer uma versão onde tudo o que se usa são instrumentos que não precisam de uma tomada pra funcionar!
Eu prefiro compreender que fazer um acústico é tornar uma música apta para se tocar em um lual na praia, sim? Por outro lado, existem pessoas que dizem que fazer um acústico é pegar uma música chata e transformá-la em boa. Será?
Ao meu ver, uma versão "desplugada" (traduzindo de forma estranha o inglês "Acoustic Unplugged") tem todo o potencial para suavizar uma música, e não deixa de ser verdade que diversas canções ficam bem mais bonitas quando tocadas apenas em um violãozinho. Discordam aqueles que adoram um barulho com guitarra, distorção, etc, argumentando que um acústico pode ser monótono e entediante. Hummmm...

Uma das melhores bandas de todas na produção de acústicos é o LIFEHOUSE. Já falei deles nesse post aqui, e quem acompanhou sabe que Lifehouse tem a mania de trilhar minha vida. Se nunca ouviram, deem um play no vídeo e ouça Lifehouse pela First Time (tu-dum-tssss). A música tema de hoje é a primeira do vídeo, e logo de cara vocês podem notar que eles são bem competentes ao vivo também. Não sei se o segredo está na voz rouca do Jason, ou nos acordes sempre em harmonia de suas composições, ou ainda nas batidas do violão, mas veja que nem há o que inventar, é tudo muito simples em um acústico, e com Lifehouse eles funcionam muito!
First Time fala sobre sentir uma sensação muito boa com alguém pela primeira vez, e bem, por mais sugestivo que isso tudo pareça, eu nada posso garantir sobre o que eles verdadeiramente estão falando, né? :)
A versão original você pode ver nesse link aqui, e explora muito o som da guitarra, além de ser beeeem animada. Pessoalmente, prefiro a versão acústica, que trouxe um tom mais intimista à canção, ou até mesmo uma sensação gostosa de fim de tarde.

Se os acústicos melhoram as canções ou as deixam monótonas eu não sei, afinal, isso varia com o gosto de cada um. Mas posso afirmar que a primeira pessoa que teve a ideia de recriar sua própria música de maneira acústica é um GÊNIO, afinal, reciclar é fácil, mas reciclar com originalidade e qualidade... não é para qualquer um.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Death Cab for Cutie - Lightness


Olá queridões.
Meus últimos três posts, pelo que vejo, deixaram de lado um pouco a proposta de descrever sobre determinadas músicas para discutir assuntos mais amplos, como o indie-rock, o indie-electronic, projetos paralelos e o fenômeno Coldplay. Com o post de hoje, vou retomar a ideia de debater sobre uma música em específico, até que me apareçam novos temas mais genéricos a serem discutidos.
E a canção do dia ééé... LIGHTNESS, do querídissimo DEATH CAB FOR CUTIE.
Se quiserem saber mais sobre a banda e um pouco sobre uma outra canção dela, é só entrar nesse post aqui. Hoje vamos, de fato, tentar nos concentrar em uma análise de Lightness.
Sobre a letra da canção: simbolismo, metáforas, sugestões, poesia. Lightness tem todos elementos necessários na letra para encantar todas aquelas pessoas que adoram brincar de decifrar o que o "poeta" está tentando dizer, ou para viajar em cima da composição mesmo. Logo, não podemos afirmar nada com certeza sobre o que a mente criativa de Ben Gibbard quis dizer, mas uma sugestão bem aceitável é sobre o bom e velho dilema entre o coração e a razão. Uma história onde um rapaz gosta de uma moça que não o corresponde por causa da razão. Um verso mais simples, traduzido, diz: "Seu coração é um rio, que flui de seu peito para todos os órgãos. Seu cérebro é a barragem, e eu sou o peixe que não consegue chegar ao núcleo". Obviamente, sendo o autor da canção o possível rapaz, no verso seguinte se esforça em tentar convencer a moça que ela deve seguir o coração: "Você não deve pensar sobre o que você está sentindo" ou "Os instintos são enganosos, eles não te dizem o que você realmente deseja". E o enigma da canção fica no refrão, formado por três simples palavras: "Ivory Lines Lead". Alguém que sabe muito de inglês saberia informar o que ele quis dizer com essa expressão? Bem, independente de você saber inglês, o que você acha sobre o debate "Razão X Coração"? Minha opinião é.....

Quanto à melodia, uma beleza INCRÍVEL. Garanto que tem uma das melodias mais bonitas que já postei aqui, aquela que traz no pacote elementos para tentarem fazer você chorar, MESMO. No refrão, o vocalista ainda faz um "who-hooo" viciante e depressivo que, para mim, é a marca da música. Você deu play no vídeo e se encantou, não é?
Aliás, o album em si que contém essa música, o tal do TRANSATLANTICISM, tem um 'quê' de Radiohead, tanto na melodia mais depressiva, quanto nas letras mais viajadinhas. A diferença é que Death Cab procura ir para um lado de discutir mais o amor, ao invés de críticas ao capitalismo, à sociedade, enfim... Talvez Death Cab for Cutie seja um pouco mais... humano.

**
veja o melhor comentário da semana clicando AQUI
(sim, os melhores comentários ganham divulgação especial no meu blog :)
**

ps1: Death Cab? Dedicado à minha namorada, claro! :)
ps2: Minha última tentativa, acho: se você é a pessoa que encontra meu blog todo dia no google pelos dizeres "comentários acerca da música karma police dos radiohead", me dê um alô pelos comentários, vai.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Coldplay - What If


Coldplay: AME ou ODEIE.

Essa é a situação atual da banda Coldplay, pelo menos no Brasil: de um lado, fãs apaixonados que os defendem com unhas e dentes, e de outro, pessoas que enchem o Coldplay de críticas até o pescoço. Raramente você encontra alguém que diga "por mim tanto faz, sou indiferente ao som deles". Ou Coldplay é emocionante ou é monótono. Ou são talentosos ou são enjoativos. Ou tem músicas lindas ou tem músicas patéticas. A questão é, como uma banda consegue dividir tanto a opinião de quem a ouve para chegar nessa relação entre extremos de amor e ódio?
Para tentar analisar essa situação, temos que voltar ao passado, na época que Coldplay não era ainda uma banda de estádio ou arena. Quando surgiu por volta dos anos 2000 com seu debut "Parachutes" (com músicas excelentes como "Don't Panic"), a banda foi alvo de inúmeras comparações com outras bandas já existentes. Entre elas, Radiohead, e seus fãs não deram chance à ideia de uma possível banda que estava imitando Radiohead estar ganhando espaço no cenário musical. A raiva que se criou naquela época prevalece até hoje, e são raros àqueles que curtem a banda de Thom Yorke e gostam de Coldplay também. É bem provável que essas comparações do passado seja um dos motivos para muitas pessoas do presente não gostarem de Coldplay.
Outro motivo provável é que, infelizmente, muitas pessoas tem um certo preconceito com bandas que fazem canções, como podemos dizer... melosas demais! Não, Coldplay não é apenas "The Scientist" e outras músicas mais melancólicas que todo mundo conhece, mas essas canções que fizeram a fama deles, e por isso são caracterizados por elas. Injusto ou não, a verdade é que o argumento de muita gente para dizer que Coldplay é ruim é que eles fazem canções para pessoas delicadas, sendo bem eufemista.
Enfim, a popularização da banda acabou trazendo uma nova renca de odiadores. Não irei falar sobre síndrome de underground, não hoje, mas todos sabem que existem MUITAS pessoas que, por auto-afirmação ou pseudo-personalidade, criticam bandas boas apenas pelo fato delas serem mais populares. Coldplay se popularizou no mundo com o último álbum, o VIVA LA VIDA, e no Brasil também, após ser trilha de novelas, de seriados, enfim.
Agora, quer um bom argumento para entender o por quê de Coldplay ter incontáveis fãs e admiradores de seu trabalho? É simples. Essas pessoas superaram qualquer comparação sem sentido, desataram-se de preconceitos, não enxergaram a popularidade como um atributo ruim à banda, e enfim se deixaram levar por músicas maravilhosas, como WHAT IF, a música-título de hoje.
Agora eu quero saber a opinião daqueles que acompanham / visitam o blog, com seus argumentos pessoais, é claro: Vocês amam ou odeiam Coldplay?

ps: eu gostaria, sinceramente, de conhecer a pessoa que todo dia entra no meu blog pelo google através das palavras chaves "comentários acerca da música karma police dos radiohead"! Por favor, apresente-se nos comentários! hahaha

quinta-feira, 15 de julho de 2010

The Postal Service - Sleeping In



No post de hoje, dois assuntos interessantes: projetos paralelos e o tal do indie electronic.
Vamos começar pelo mais abstrato... Todos aqui sabem que a música eletrônica se divide em milhares de ramificações, que eu não saberia explicá-las nem diferenciá-las, mas o importante é ter na cabeça que duas bandas muito diferentes podem ser classificadas como eletrônicas. Não importa se a banda compõe sua canção baseada somente na tecnologia e em instrumentos eletrônicos, ou se em algum momento causa uma simples distorção eletromecânica na melodia da mesma; em ambos casos, as bandas são classificadas como eletrônica, então você já consegue imaginar quantas variações podemos ter. Até hoje, novas ramificações surgem para esse gênero, e a aparição dos anos 00' que interessa ao nosso blog é a mistura da música alternativa com o eletrônico, o indie electronic. E se a ideia atual das bandas indies é dar uma roupagem nova ao rock, ao pop, ao grunge, [...], por que não transportar isso para a música eletrônica? O resultado não pode ser outro: corpos que vibram e dançam com os efeitos de sintetizador/ computador, misturados à uma leveza impressionante para o gênero. Vamos pegar uma banda famosa por consagrar a música eletrônica: Depeche Mode. Imaginem toda energia das canções dessa banda sem a parte que as torna densa, pesada, forte... AHÁ! Você acaba de produzir um indie electronic.
Podemos pular para os projetos paralelos? Sim? É importante notar que a maioria dos grandes artistas do mundo da música não se contentam com apenas uma banda principal, apenas um projeto para a vida toda. Não importa se for pelo tédio, pela ambição, pela maluquice, pelo fogo no rabo, o que importa é que bons artistas criam projetos paralelos (novas bandas, carreira solo, um mix com integrantes de outras bandas, enfim...). E o grande artista que falo hoje é o senhor Ben Gibbard, frontman da maravilhosa banda indie Death Cab for Cutie, e que criou em 2003 com Jimmy Tamborello (Dntel) e Jenny Lewis (Rilo Kiley) o "THE POSTAL SERVICE", um dos melhores projetos paralelos que já conheci na vida. O resultado? Clique no play e conheça um Indie Electronic de primeira. :)

ps: a categoria "fogo no rabo" foi inclusa para homenagear Jack White. Enquanto você lê esse post, ele está criando novos projetos paralelos.
ps2: "Sleeping In", a música título de hoje, recebe muitas comparações com Owl City, uma outra banda (de um só homem) de indie electronic que vale muito a pena ouvir. Só para constar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

The Kooks - She Moves on Her Own Way


O tal do indie rock traz polêmica. Penso que já falei isso aqui antes, mas vale o replay. Que raios é esse tal movimento indie que tanto se expandiu na última década?
Originalmente, designava qualquer banda que produzisse o próprio cd de maneira independente. Mas todo mundo sabe hoje que esse conceito caiu, eu mesmo não saberia dizer quais das bandas que já citei aqui realmente gravaram um álbum sem nenhum tipo de contrato com gravadoras e produtoras. Provavelmente, nenhuma. Mas são indies, sim, de cabo à rabo, indies.
A verdade é que hoje o indie é um gênero musical, um rótulo, diria mais, um estilo. Sim, você pode se vestir de maneira indie, pode agir de maneira indie, pode falar como um indie. Um estilo, não é mesmo? Eu poderia me esforçar para tentar caracterizar para vocês essa maneira de agir como um indie, as roupas que um indie usam, etc., mas como minha área é música (e não moda, rs), ou tentar falar para vocês qual minha visão de algo indie e genérico.
Primeiro, vou deixar claro que tenho consciência que duas bandas consideradas indies podem ter sonoridade opostas. Por exemplo, Sigur Rós e Fleet Foxes. São indies, mas Sigur Rós é experimental e post-rock, já Fleet Foxes se encontra na área Folk. Então, quando digo Indie Genérico é aquele som que é simplesmente indie, sem outros rótulos.
Falo de um violão agitado que tenta colocar todo mundo pra dançar, enquanto o vocal da banda é despretensioso e segue a música na alegria, na melancolia, no ritmo que for. Falo de uma guitarra especial, diferente daquela do rock n' roll com solos animais que deixavam todos enlouquecidos. A guitarra indie acompanha a música, criando todo o plano de fundo da canção com simplicidade e eficiência, tendo seus momentos de destaque e uma humilde omissão para que os outros instrumentos tomem a frente e se destaquem também. Falo de um clima leve, não tão leve quanto o folk, mas algo que longe de te inspirar uma revolta a ponto de você tentar quebrar seu quarto. É algo gostoso de se ouvir, e diferente da opinião de muita gente, canções com profundidade!
Por fim, a tradução de tudo o que eu falei está com SHE MOVES ON HER OWN WAY, a música-título de nosso post. Se ainda não entendeu, dê um play no vídeo e entenda, na prática, o que é o indie rock nos anos atuais.

ps: Segundo o G.analytics, The Kooks é a segunda banda que mais atrai visitantes para o meu blog, perdendo para Radiohead. Bacana isso, mostra que o público deles no Brasil só está crescendo. :)

terça-feira, 22 de junho de 2010

Theory of a Deadman - Not Meant to Be


Foi em 2006, provavelmente, que conheci THEORY OF A DEADMAN. Como grande parte dos brasileiros que conhecem essa banda, estava jogando Fahrenheit - um dos melhores jogos de ps2 - quando fui apresentado a eles, e desde então TOAD se tornou minha banda favorita. Quanto à música do jogo e o dia em que conheci Toad eu falo em outro post, pois hoje eu vim apresentar essa fenomenal banda para vocês através de outra música, possivelmente a melhor deles: NOT MEANT TO BE.

Avaliando o panorama atual do blog, Toad não se encaixa muito bem aqui, afinal, é uma banda de post-grunge, aquele movimento bem intensificado por Nickelback, e quem conhece sabe que post-grunge não é muito relacionado ao cenário indie e alternativo que tanto espalho por aqui... PAUSE II - oh mel dels, o que é post-grunge? basicamente, ele traz as características do grunge (uma guitarra suja, riffs simples e pegajosos, refrões turbinados) mas de uma forma mais comercial. PLAY I> - Mas eu não me importo se ele está um pouco deslocado perto de outras bandas que mostro por aqui, o importante é que as músicas são ótimas, e é isso que vocês querem ouvir, não é mesmo? \m/
Eu poderia ter escolhido uma música super rock n' roll pra vocês conhecerem bem a cara do Toad, ou poderia ter usado Santa Monica - a música do jogo, mas preferi apresentar Not Meant to Be pra não ter riscos de vocês não se apaixonarem por Theory, afinal, eu sinto como se fosse uma missão minha na Terra disseminar o som dos caras pra todos. Já fiz isso como radialista na minha escola, e faço agora aqui no blog!
É uma canção com uma letra bem deprê (olha só! no padrão do blog), mas ela é linda, linda, linda, [...]. Reparem a força da guitarra no começo, reparem na voz de Tyler, reparem como o violão de base segura a melodia, e reparem como o tempo da música passa voando. O enredo é de um rapaz que percebe que o relacionamento amoroso dele não está dando certo ("é como um passo para a frente e dois para trás"), chegando à conclusão que eles não deveriam ficar juntos. Mas o melhor da história é notar que ele que sempre gostou dela ("nunca é suficiente dizer que te amo, nunca é suficiente dizer que eu tento" ou "não importa o que eu faça você está sempre confusa e eu não posso mudar sua cabeça"), e é uma situação por qual todos nós passamos, a de gostar de alguém, não ser correspondido, até notar que chegou a hora de 'cair fora'.

Ouviram a música? Linda, não?
Not Meant to Be está inclusa no último album lançado pelo Toad, o Scars and Souvenirs, por acaso o meu preferido, embora seja impossível desqualificar os outros dois álbuns lançados anteriormentes, tão fantásticos quanto este. Atualmente, Theory of a Deadman divide seu espaço de banda favorita com Muse e Radiohead, que entre os três, é o mais desconhecido. Na minha escola eu joguei Toad pra todos ouvirem e foram muito bem aprovados... e por aqui, funcionou?

ps: post dedicado ao Renanzito que, um dia antes de eu começar o blog, disse: "se um dia escrever sobre Theory, dedica o post pra mim" hahaha

sábado, 12 de junho de 2010

Athlete - Trading Air


Alguém aí acompanha o blog desde seu primeiro suspiro? Pouco provável que sim, mas caso essa pessoa louca exista (e não seja minha namorada), deve se lembrar que o blog nasceu sob o som de uma banda britânica desconhecida e super carismática em suas músicas, o ATHLETE. Se você não acompanha, tem a opção de correr nesse post aqui e ter uma apresentação completa à banda que inaugurou o blog, com a melhor música deles. Agora, se você está com preguiça de ir até lá, it's alright (!), através desse post aqui estou te dando mais uma grande chance de conhecer e se apaixonar por Athlete com a canção TRADING AIR.
Da primeira vez falei sobre Wires, uma musiqueta deprê e linda ao cubo que tinha uma história super emocionante onde Joel Pott (o vocalista da banda) narrava o primeiro dia de vida de seu filho, nascido prematuro. Dessa vez, falo de uma canção tão bonita quanto a primeira, mas que investe na simplicidade e leveza para conquistar o público. Sim, bem diferente de Wires, Trading Air conta com um leve enredo de amor, e nada de complexidades no refrão: "Tudo o que eu quero é você".
Mas vamos parar de comparativos e focar nessa canção em si. O teclado é o ponto forte do Athlete e nessa música é evidente o porquê! A composição é muito gostosinha de se ouvir, tão suave quanto à letra da música, e eu só não digo que entra para o rank das músicas "é impossível que alguém não goste", pois sei que muita gente curte algo mais agitado.
Algo importante a se dizer: não confundam "simples" com "superficial", clicando aqui você tem acesso à tradução da música (com uma leve propaganda do Terra - que não me patrocina) e pode notar que ela é trabalhada sobre pensamentos que já podem ter passado pela cabeça de muita gente, principalmente dentro de meus amigos poetas que acompanham o blog (Pedrão, Niemi...), aposto que há uma identificação em trechos como "Eu sei que nós precisamos conversar, mas eu não consigo capturar meus pensamentos, estão presos e assustados com o que você pensa".
Enfim, esse é o Athlete, uma banda que eu admiro muito mesmo, e que sabe compor músicas lindas com a facilidade que um pintor experiente cria um novo quadro. São raros aqueles que conseguem criar com simplicidade climas diferentes em canções, e Athlete é mestre nisso, além de ser parada obrigatória para quem curte tecladinho, pianinho, romancezinho, poeminhas, [...]

_________
ps: um bom dia dos namorados pra galera que acompanha o blog, tanto pra quem vai curtir com alguém, quanto pra quem vai curtir sozinho ;]
ps2: deem sugestões de como vcs preferem meus posts, com mais seriedade, com mais informações, com mais piadinhas, se tá bom assim, enfim, eu agradeço! =]
ps3: ferramente de seguir logo ao lado já está funcionando normalmente, por algum motivo, eu tinha problemas com elas. tudo normalizado, quem quiser, é só apertar o botão! obrigado, galera!! :D

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Incubus - Dig


As "Granadas Luminosas" é o título de um álbum sensacional mesmo. Tanto na arte linda do encarte quanto nas composições caprichadas da banda INCUBUS. Conversando com fãs da banda, o pessoal parece mais conservador e prefere os cds antigos da banda (Light Grenades é o mais recente, 2006). Eu discordo, o último cd tem canções lentas e bonitas, uma guitarra marcante nos arpejos, alguma músicas fortes e pesadas como sempre, e segura a melhor característica da banda: as letras inspiradas.
Da última vez, quando falei de como o amor dói, foi um aperitivo da gama de boas letras do Incubus, mas algumas pessoas ainda podem considerar um clichezim uma música falando de amor. Então vamos brincar com uma letra diferente, que fala sobre mudanças, egos, pessoas convencidas, garotas maníacas com uma pá na cabeça de um moçoilo...

Dig é uma música profunda, e se você sabe inglês - e sabe o que significa o verbo "to dig" - você me acha um animalzinho por essa piada infame. Se você duvida da originalidade das letras de Incubus, veja essa:
[SAP]"Então quando a fraqueza aumentar meu ego, eu sei que você vai contar com meu "eu" do passado. Se eu me transformar em outro, me desenterre de debaixo daquilo que estiver cobrindo a melhor parte de mim."[/SAP]
Não sei quanto a você, mas eu acho genial uma canção que fala, de uma forma até narrativa, sobre alguém que muda de personalidade e busca em outra pessoa uma alternativa de se redimir e voltar a ser o que era antes. Muitas pessoas quando se tornam 'convencidas' (popularmente falando), negam suas mudanças, e por mais que alguém tente alertar ou ajudar essa pessoa a retomar sua humildade, ela se fecha ao mundo. O "personagem" da canção do Incubus não age assim, e antecipadamente pede para que outra pessoa a traga de volta caso essa fraqueza se manifeste... Confuso demais, ou deu pra entender o raciocínio?
No mais, todos irão concordar que é uma boa letra para uma reflexão básica, afinal, todos nós somos vulneráveis a esse tipo de fraqueza! E você, o que faria para evitar se tornar uma pessoa chata e convencida?

E pra não dizer que não falei da melodia, Incubus conseguiu encaixar esse enredo em uma batida bem suave, um dedilhado de guitarra gostoso, e um refrão que gruda na cabeça. Bem verdade que até parece uma musiqueta de amor para quem ouve ignorando a letra, mas isso não muda a essência da canção. Enfim, pacote completo pra você levar pra casa, uma música que pode tocar em suas playlists por um boooom tempo :)

sábado, 22 de maio de 2010

Death Cab for Cutie - A Lack of Color


Diretamente da máfia de músicas feitas para se relaxar - onde já lhes apresentei canções de Say Hi to Your Mom e Coldplay - largo na mão de vocês DEATH CAB FOR CUTIE e uma de suas obras-primas: A LACK OF COLOR.
Descrever essa canção é tão difícil quanto descrever a banda Death Cab. Os rótulos carimbam: "Indie Rock". Ok. Mas e quanto à sonoridade e o sentimentalismo imposto nas produções da banda? Guitarras e riffs assombrosos ou um violão folk? Um ritmo barulhento de shoegaze ou um tecladinho bacana de piano-rock? As pessoas tem a necessidade de falar em gêneros ou classificações para apresentar uma banda para alguém, e isso pode até funcionar em muitos casos, mas não com Death Cab for Cutie.
Um dia a revista Rolling Stone disse sobre o som deles: "[produzem] canções melancólicas sobre um sentimento simultaneamente inteligente e confuso, totalmente romântico, mas tratando o amor com cautela". E então podemos ter a ideia de que estamos falando de um som complexo e até paradoxal. Afinal, alguém que é romântico deveria estar totalmente entregue ao amor, não agindo com cautela, certo?
Vamos brincar então sobre a música A Lack of Color. Dê um play no vídeo pra acompanhar. Primeiro, notamos que o nome da canção é "Uma Falta de Cor", mas logo ao ouvir o começo da música, é como se diversas cores estivessem pulando na sua cabeça, não algo psicodélico e alucinante, mas cores de uma aquarela, cores pinceladas em uma paisagem bonita aleatória. Agora, se você pegar a melodia separada da letra, é óbvio que você imaginaria algo romântico que você enviaria para sua namorada... não é? Vai lá ver a tradução então, vai! É algo que você se deprime só de ler. "Suplico para você voltar para casa, mas sei que é tarde demais, eu deveria ter te dado um motivo para ficar". Por fim, o que eu julgo mais chamativo da canção, ainda nesse campo de paradoxos, é perceber que é uma música muito forte (que fecha uma atmosfera ao nosso redor), e paralelamente consegue ser totalmente relaxante! Enquanto teoricamente seria uma música que sufoca e incomoda, acaba entrando para nossa máfia do relaxamento, citada no primeiro parágrafo. :D
Então talvez o segredo para falar em Death Cab for Cutie não seja citar gêneros e classes musicais, mas sim descrevê-la através dos sentimentos despertados na gente ao ouvir uma canção deles. Ajude, portanto, a definir Death Cab. Quais sentimentos A Lack of Color despertou em você?

ps: post dedicado à Rúvila, fã nº1 de Death Cab e - não menos importante - minha namorada linda :)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

The Kooks - Sway


Depois de passar por algumas músicas experimentais, músicas atmosféricas e músicas alienígenas, voltamos à nossa programação normal, com um sonzinho indie básico - e bem romântico, diga-se de passagem - pra envolver um pouco mais os apaixonados e a galera mais sensível que acompanha o blog.
E quando eu penso em algo indie-básico, logo brota um The Kooks na minha cabeça. Serei bem sincero ao dizer que não é do feitio deles produzir baladinhas e canções mais calmas no geral. Salvo alguns "GAP" da vida, podemos claramente notar que a pegada deles é algo mais folk e alegre. No entanto, quando eles resolvem mandar uma música romântica você tem que se preparar... eles são monstruosos!
SWAY é o tipo de canção que faz com que você diga "esses caras são ótimos" sem precisar ouvir outras produções da banda. É claro que pra quem ama esse universo musical, é até um pecado julgar uma banda por uma única faixa, seja ela ruim ou excelente (como no caso de Sway). Porém, é um mérito e tanto para o artista ter uma canção que instigue a curiosidade de quem a ouve, com a finalidade que busquem mais material da banda.
E esse é meu objetivo nesse post de hoje. Deixá-los curiosos e sedentos por mais material do The Kooks, pois vale muito a pena!
Preenchendo a cota básica do post, vamos para aquele momento onde eu tento descrever o som pra vocês, ou o que me encanta nele. A letra é simples, mas naquele estilo que gruda; você pode passar um bom tempo da sua vida com o refrão na cabeça "cause I need your sway, because you always pay for it", principalmente com os "and I, and I..." do senhor Luke Pritchard, o vocalista feio da banda. Mas, de longe, o melhor da música está no solo de guitarra. Li em algum lugar, talvez no encarte do album KONK deles, que Hugh disse que estava em um momento de inspiração excepcional no momento que criou aquele solo. E qualquer admirador da boa música há de concordar que ele provavelmente estava vivendo esse momento mesmo, pois ele criou um clima épico com a guitarra. Preciso lembrar que não é um solo pesado, se por acaso alguém relacionou as palavras "excepcional" e "épico" com aqueles bons solos de metais. Não. Pois um solo de guitarra pode ser algo mais calmo e muito bonito também, que te envolve, que te transporta, que arrepia qualquer um.
Ficou curioso para ouvir mais canções do The Kooks? Espero que sim, assim posso dizer que meu objetivo foi cumprido :)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sigur Rós - Svefn-g-Englar


Alô pessoal, como estão? Espero que bem.
Há alguns posts atrás falei sobre a fantástica banda Sigur Rós, e falei com um pé atrás, supondo que poucos entenderiam a proposta dos músicos islandeses, e que dessa forma seria um post pouco aprovado por vocês, leitores bacanas do meu humilde blog.
No entanto, fui surpreendido; uma pancada de comentários amigáveis e interessantes surgiram, que além de me deixar contente, acabou por me trazer a ideia de comentar alguns comentários.
ANH? Comentar os comentários?
Isso mesmo. Não todos, é claro. Mas aqueles que sem dúvida enriqueceram a ideia de divulgação do post. Então vamos lá.
O Matheus Rego, que tem um interessantíssimo blog sobre filmes (http://boitedufilm.blogspot.com/), fez o favor de me lembrar através de um post dele que Sigur Rós possui um filme [um documentário na verdade] chamado Heima, relatando sobre a tour dos Islandeses em 2006. Claro que o filme é super artístico e tem a trilha inteira produzida pelo Sigur Rós, e para quem gostar da banda, não tenha dúvida que você deva correr atrás desse filme (estou correndo até hoje, kkk).
A senhorita Rúvila, uma moça muito bonita (ainda vou casar com ela, podem ter certeza), dona do blog http://minidesastres.blogspot.com/, lembrou-me que um dia aleatório eu disse para ela que Jonsi, vocalista do Sigur Rós, utiliza sua voz como um instrumento musical, já que de certa forma, está mais preocupado com a sonoridade que seus agudos podem criar, e com a harmonia que sua voz terá com o resto da canção, do que com a letra em si, que deixa como livre interpretação para seus ouvintes. Bem lembrado, mocinha! :)
O nosso amigo que atende pelo pseudônimo de Pobre Esponja (do http://pobresponja.blogspot.com/) não gostou da definição de "estranho" que dei ao Sigur Rós, acrescentando comicamente que estranho são as músicas da Ivete Sangalo, e essas coisas que ouvimos por aqui. Tudo bem, se assim preferirem, vamos chamar Jonsi e seus colegas de excêntricos, porque você irá concordar que eles não são nada convencionais, sim?
Por fim, quero deixar duas frases citadas nos comentários que achei excelentes e complementares ao post.

Da moça-poetisa Niemi (http://universo-in-verso.blogspot.com/): "A arte está na beleza daquilo que não está tão evidente..."

Do sempre sensacional em seus comentários, Italo Richard (www.todososouvidos.blogspot.com): "Gosto de tudo que busca originalidade, sem soar pretensioso e forçado. Sigur Rós me transmitiu essa sensação,e o fato do vocalista ter criado sua própria língua faz com que se crie um mundo a parte (que não é possível a todos), o que é, para mim, totalmente original. Até porque algumas coisas são feitas não para serem entendidas, mas para sentir! E eu senti boas vibrações ao som do Sigur Rós."

Depois de todo esse papo sobre Sigur Rós, deixo minha música preferida deles com vocês. São dez minutos de músicas, mas da última vez que coloquei um vídeo grande assim, ninguém reclamou, até chegaram a apoiar! E sei que quem quiser conferir mais da banda ouvirá pelo menos um trecho de SVEFN-G-ENGLAR, melancólica, bonita, excêntrica (rs), sensacional. Beijos. =*

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Thirteen Senses - Gone


Dizem que eu sou fissurado por uma música deprê. É, dizem mesmo! Falam que alguém como eu, que ouve Radiohead demais, só pode ser uma pessoa triste!
Dizem também que eu só curto músicas fossas e sentimentais, que é algo emo de minha parte, e dizem mais uma porção de coisas...
As pessoas devem dizer bastante sobre você também, mas você de fato se importa? Tudo o que dizem de ti é verdade?

Depois de uma introdução quase intimidadora, venho por meio deste post dizer que NÃO, eu não somente curto músicas fossas, eu não sou emo, eu não sou triste! Eu sou bobo-alegre até demais, queridão! Mas eu posso confessar algo... talvez eu seja, realmente, fissurado por algumas musiquetas deprês! :D
Só isso pode explicar o quanto me apaixonei pela derrubadora de almas "GONE", canção da linda e maravilhosa banda THIRTEEN SENSES. Já falei de algumas bandas desconhecidinhas aqui, aliás foi tema de meu primeiro post no blog com os adoráveis músicos da banda Athlete. Então já sabem a regra, ser desconhecido não quer dizer nada, vejo Thirteen Senses com uma competência incrível, bem melhor do que muita banda bem reconhecida e famosa que vaga por aí. Portanto, sem preconceitos com o quase anônimato da banda (que lançou um terceiro álbum esse ano e não fez barulho nem em sites super indies :/), ouçam Gone sem discriminação alguma, ok? rs
Gone tem três coisitas que fizeram eu amá-la, e trazê-la a vocês aqui no blog:

- o violão
- a guitarra
- a voz de Will South

O violão é lindo demais, os caras encontraram uma combinação de acordes perfeitas, que por pura desgraça (leia-se 'pelo fato da banda ser desconhecida') não encontro as cifras da canção em site nenhum, e como [ainda] sou incompetente do ouvido, não consigo nem brincar de tocar Gone em casa! :/ Quanto à guitarra, tem um riff dela no refrão que, putz, é uma delícia de ser ouvido enquanto a voz de Will canta. Prestem atenção nesse refrão, é uma delícia de ser ouvido com fones :). Ah, e por falar da voz do Will, só digo uma coisa, se é pra ser um homem com voz fina, tenha uma parecida com a dele, pois traz uma intensidade e emoção à canção que é indescritível.
A letra fala sobre alguém que tenta superar algo, e todas as vezes que ele olha para para uma certa pessoa, a chama de seus olhos se apagaram. Some isso à triste melodia, ao violão, à guitarra e à voz de Will, e você terá não somente uma triste canção, mas uma belíssima música para te acompanhar em dias nublados.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Lostprophets - Sway



Noite.
Um lugar deserto, cercado de árvores, um céu estrelado.
Um anjo com asas negras te encarando de um lugar um pouco distante de ti.
Está ventando, faz frio. Algo está se mexendo dentre o mato e estranhas luzes aparecem no céu.


Mas o quê? O dono do blog está sob o efeito de drogas, sim? Não! Esse é o efeito que uma música atmosférica como SWAY, da banda LOSTPROPHETS causa em mim. Eu gosto mesmo dessa tal classificação de música como sendo "atmosférica". Já falei disso aqui antes? Então estou falando agora! Atmosférico pra mim são todas aquelas canções capazes de te transportar para outra dimensão, de criar uma história na sua mente logo nos primeiros segundos de melodia, capazes de te dopar por dois, três, ou quase dez minutos (como no caso de Sway).
Sim, são nove minutos de música! Mas eu não estou imaginando que vocês irão dar play no vídeo (desde que descobri que nem minha namorada ouve as músicas, desencantei dessa ideia), no entanto, veja bem queridão, aqui é um lugar de recomendações, e se você se interessou pela ideia de uma música que traga esse conceito de viagem atmosférica, não importa o tempo da música, você irá ouvi-la conforme seu interesse! O que posso garantir é que o som desses caras é bom! Lostprophets é uma banda com um rock mais pesado, que se formou a partir de um projeto paralelo, e hoje já traz um repertório excelente de canções para quem curte guitarras mais agressivas e refrões que se instalam na sua mente por tempo indeterminado.
Sway é uma música experimental da banda (portanto, um pouco diferente do que eles normalmente produzem), que se divide em duas partes, onde a segunda é apenas instrumental, sendo por acaso a parte mais propícia a causar o efeito citado no começo do post. Aliás, se não quiser ouvir a música inteira, coloque apenas em um dos trechos da parte final e terá ideia do que estou falando!
Mas se você quiser ouvir inteira, dê um play, minimize o blog, continue fazendo qualquer outra coisa bacana que você sempre faz na net, e relaxe... serão dez minutos de pura viagem junto com os profetas perdidos!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sigur Rós - Gong


ALERTA: Este post contém uma música estranha, de uma banda estranha, e pode ser totalmente diferente de tudo que você já ouviu. Se você gostar da música, você é estranho. E diferente.

Evitei entrar com Sigur Rós aqui. Juro que evitei. Mas não tem jeito, seguindo a minha missão de disseminar boas músicas alternativas do cenário internacional, teria que passar por esse momento, divulgar-lhes o que pode não agradar a todos. Sim, caro leitor, tenho plena consciência que não é todo mundo que se identifica com o som de Sigur Rós, e diferente de bandas como Say Hi To Your Mom, onde garanti que a maioria iria se amarrar no som, sei que dessa vez são poucos que podem virar fãs dos islandeses aqui apresentados... Mas visando a possibilidade que esse pouco que curtir pode se apaixonar pela banda, eu sigo com esse humilde post.
Você se pergunta: O que eles tem de diferente de outras bandas? Bom... um dia li uma descrição sobre Sigur Rós que dizia que suas músicas parecem ter vindo de outro planeta. E é essa a descrição que levo a sério. Sigur Rós é algo um tanto extra-terrestre, primeiro porque é uma banda de post-rock, e quem alguma vez já ouviu um som de post-rock, sabe o quanto suas guitarras distorcidas e seus sons melódicos são diferentes do usual.
Segundo - e o mais inusitado - porque o vocalista Jonsi decidiu que sua língua natal (e nenhuma outra pelo mundo) expressava bem o suficiente o que ele queria passar em suas músicas. Nada parecia se encaixar com suas melodias, portanto, criou sua própria língua. Simples, não? O "Vonlenska" (algo como "Hopelandês" em português) é uma língua que supre a necessidade melódica das músicas e não tem uma tradução necessariamente. Você acha bizarro? Eu acho genial!
Por fim, Jonsi é dono de um dos melhores falsetes do mundo da música, e se você não sabe o que é isso, tente imaginar um homem cantando com uma voz fina, sem tornar isso patético ou ridículo, pelo contrário, tornando isso bonito e inspirador. Melhor do que tentar imaginar, dê um play no vídeo e ouça GONG, entendendo assim tudo isso que estou tentando te falar até agora!
Sigur Rós é para se ouvir em dias nublados e enquanto admira uma bela paisagem. Sigur Rós é a tradução de melancolia, misturado com uma estranha alegria. Sigur Rós chega a ser metalinguístico, eles fazem arte dentro da arte! Se você gosta dessa banda, você é estranho e diferente, mas quem afinal disse que isso é ruim?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

The Radio Dept. - I'ts Personal


Estou chegando aproximadamente no décimo quinto post do blog e noto que, veja que blasfêmia, não falei sobre nenhuma música instrumental ainda! :O

Vejo (ou melhor, ouço) a música instrumental como poesia pura: você tem o poder de dar a ela o significado que bem entender; mesmo que o autor tenha pensado em fogo, você pode ouvi-la como água! Às vezes as músicas instrumentais são mais sentimentalistas que músicas com letra... Elas permitem que você preste atenção em cada instrumento, em cada acorde, em cada troca de nota de um teclado, e com isso permitem que você se entregue com mais emoção ao som.
Músicas instrumentais são perfeitas para uma trilha sonora, não necessariamente de um filme, mas quem sabe a SUA trilha sonora. Sabe quando você está com seu mp3 voltando pra casa, o tempo escurece, a chuva começa a cair pesada, e você nota que está sem guarda chuva? Você pode se esconder na lanchonete do tio juca ou muito melhor, pode correr pela chuva que nem louco enquanto aumenta o volume da música que está ouvindo até o máximo, ignorando a gripe que irá contrair, mas aproveitando ao máximo seu momento cinematográfico! E é nessa hora que a música instrumental se mostra perfeita... é a hora que você sente a liberdade que a canção te dá por não ter uma letra. Não importa com qual intenção ela foi feita, aquela música significa sair correndo insanamente na chuva!
Para representar toda essa sociedade de músicas instrumentais, apresento-lhes THE RADIO DEPT.! Não é uma daquelas bandas que só produz canções sem vocal, e sim uma banda de shoegaze (pra quem conhece, do mesmo estilo de 'My Bloody Valentine' e 'The Jesus and Mary Chain'). Escolhi a música IT'S PERSONAL que é, por acaso, minha música instrumental favorita, e claro que não tentarei dizer o significado que vejo nela pra mim, para permitir a vocês, queridões, tirarem o seu próprio significado dela. :)
Sinta o clima da canção, sinta como cada instrumento e cada melodia entram em um determinado momento da música, sinta a composição final, deixe-se levar por Radio Dept. e toda a magia das canções instrumentais, um dia It's Personal pode ser a trilha de algum momento inesquecível de sua vida!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Lifehouse - Hanging By A Moment


Life's soundtrack. Todo mundo tem uma banda ou um artista em espécifico no qual você pode dizer sobre suas músicas: "Eu escrevi aquela letra! Eu vivi o que ele viveu! Eu sei exatamente do que ele ta falando!". Talvez a sua banda seja Legião Urbana (conheço umas trinta pessoas cuja banda de identificação - como eu gosto de chamar - é aquela do Renato Russo). A minha banda é LIFEHOUSE.

Chega a ser difícil recomendar Lifehouse pra alguém; se eu tento explicar o que senti ao ouvir as melodias e ao buscar a letra da música, eu posso estar me afundando na minha vida particular, ignorando completamente que você, querídissmo leitor, não tem nada ver com minhas desilusões, erros e acertos... Mas por sorte, Lifehouse sempre facilita meu trabalho, e cria músicas de fácil digestão, que tem a capacidade de cativar as pessoas com seus primeiros acordes. Então, evito falar o que passei em minha vida que fez com que eu me identificasse com determinada letra... a regra é simples quando tratamos dessa banda: eu mando a música, vocês dão um play no vídeo, e então é só ouvir e curtir... Basicamente a ideia do blog seguida à risca! ;D
Você não sabe, mas já deve ter ouvido Lifehouse em algum seriado. Suas músicas mais famosas são You And Me e Everything, que agradam bastante as pessoas mais melosas que não gostam de ouvir barulho, preferem algo romântico, e diga-se de passagem, fofo. O lance do dia vai ficar por conta de HANGING BY A MOMENT, de um álbum perfeito chamado No Name Face, que só não digo que é o melhor porque há outros dois álbuns deles do mesmo nível de grandeza ("Who We Are" e "Lifehouse" - que se você parar pra pensar, tem o mesmo nome rs). Resolvi não colocar as músicas mais populares deles para provar que não é uma banda de poucos hits, há muita coisa bacana vinda desse trio de Los Angeles. Aliás, para quem perguntar, essa música não tem nada a ver com meu momento atual de vida, ok? Se fosse pra escolher alguma deles atualmente, seria "Breathing", na medida para alguém apaixonado :)
Há uma mini-polêmica envolvendo Lifehouse. Alguns dizem que é uma banda cristã, onde suas músicas são direcionadas para Deus. Por exemplo, em Everything, a letra diz "Você é tudo que quero, tudo que preciso, você é tudo". Muitos encaram como uma poesia feita para uma garota, enquanto outros dizem que Jason (vocalista/compositor) escreveu para Deus. Faz sentido. Eu sou daqueles que pensam que Lifehouse é livre para quaisquer interpretações, mesmo que limitadas entre "escrito para Deus" ou "escrito para uma garota", e mesmo que eu sempre tenha visto sob este último ponto de vista.
Independente do que você acredita, o importante mesmo está na música, no som do baixo sempre bem arranjado de Lifehouse, na voz incrível do vocalista, e no caso de Hanging By A Moment, na vida que a guitarra ganha durante a música. Com sorte, você começa a se identificar com as letras e vira um viciado pela banda como eu. Quem sabe, né?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Radiohead - Creep


O que dizer de uma música que foi censurada nas rádios por ser depressiva demais?

Vamos pensar... ou a música é muito ruim e usaram a essência fossa dela como desculpa para dizer às produtoras "sua música não entra aqui", ou as rádios eram simplesmente insanas de barrarem músicas boas sob esse pretexto tosco de depressão! Minha opinião? Loucas, insanas, acéfalas! Como pode uma rádio simplesmente recusar ninguém menos que RADIOHEAD, hein?
Ok, eu posso estar me exaltando um pouco. Claro que se você acompanha meu blog, ou se você deu uma olhada no menuzinho ao lado chamado "marcadores", percebeu que eu sou um pouco viciado em Radiohead, rs. Os mais atenciosos notaram no título que estamos falando da música CREEP, e quem conhece sabe que esse foi o primeiro single da banda. Por fim, quem conhece Thom Yorke e suas composições sabe que chamar algumas músicas de Radiohead de depressiva demais é até eufemismo... Então, talvez as rádios nem tenham sido tão loucas ao recusar Creep em suas programações, mas se perguntarem nas ruas, eu nunca assumi isso, tá bom?
Afinal, sou daqueles que considero Creep uma obra prima! Quem prestou atenção no que eu disse ali em cima já sabe que foi o primeiro sucesso da banda, e Deus sabe se existiria Radiohead hoje caso Creep não tivesse se tornado um hit... Um hit para os perdedores, claro! Imagine a cena, pessoas de diversos lugares do mundo levam um pé-na-bunda da pessoa amada. Todos se reúnem, cabisbaixos e deprimidos, em um grande saguão, entoando em um único coro o refrão de Creep, que iremos ver na tradução abaixo:
[SAP]"Você é tão especial*, eu só queria ter sido especial... mas eu sou um verme, um estranho, que $@#&# eu to fazendo aqui? Eu não pertenço a este lugar".[/SAP]
Brincadeiras à parte, embora eu tenha estereotipado a música como um hit para losers, não preciso dizer que há uma beleza nela que só encontramos em canções de Thom Yorke, não é mesmo? Independente de você ter levado um pé, é uma excelente música para se ouvir sozinho em seu quarto, se você gosta de algo desse estilo, claro... E agora pasmem, os arranhões super animais de guitarra que são dados antes do refrão (e tornam essa parte bem agressiva) foram uma tentativa do guitarrista Johnny Greenwood de estragar a música, que ele não curtia muito! Só que todo mundo gostou, e agora é uma das marcas registradas de Creep! LoL
Bom, queridões, eu não sou um verme, não sou um estranho, mas como diz a letra, vocês são todos especiais para mim, por lerem meu blog! (nhó). Até a próxima música, folks, prometo dosar vocês com menos Radiohead nos próximos posts! :)

*na versão da rádio o trecho foi alterado para "you're so very special", enquanto na versão original temos "you're so fucking special" \m/